Viane.

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Para variar a lanchonete estava cheia e eu mau tinha tempo para respirar, assim que terminar de atender alguém tinha que limpar as mesas, entregar pedidos e trocar dinheiro

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Para variar a lanchonete estava cheia e eu mau tinha tempo para respirar, assim que terminar de atender alguém tinha que limpar as mesas, entregar pedidos e trocar dinheiro.

— Eu não aguenta mais andar tanto. – disse Grazy limpando uma mesa do lado da que eu limpava.

Enxuguei o suor da testa e concordei.

— E eu ainda vou ter que ficar pra fechar, a linda da Carla me deixou na mão de novo. – falei.

Duda passou por nós depois de anotar alguns pedidos e murmurou um:

— Pode deixar que vou falar com minha mãe sobre essa garota.

Ficamos naquilo ritmo até às quatro da tarde, foi quando a lanchonete ficou menos lotada, para minha impaciência Letícia entrou na lanchonete.
Ela estava com algumas amigas, mas Henrique não estava com a mesma aquilo me deu um certo alívio, até porque ela ficava cem vezes pior na frente dele.

Ela percorreu os olhos pela lanchonete e parou assim que me avistou, seus olhos pareciam brilhar e um sorriso surgiu em seus lábios.
Letícia se sentou e foi atendida por outra garçonete, enquanto eu tentei ignorar sua existência.

— Então, como estão os preparativos para a festa? – perguntou ela uma hora depois quando eu estava no balcão.

Olhei para a mesma sem acreditar, Letícia interessada em meu aniversário? Aquilo com certeza não era bom.

— Quase tudo já foi decidido. – dei um sorriso tão falso quanto o dela. — Você vai?

Seu sorriso vacilou, mas ela logo se recompôs era o que eu precisava para ter certeza que ela estava usando até a última gota de alto controle pra falar comigo.

— Claro, eu acho que vou viajar no meu aniversário.. sei que não estamos nas férias nem nada, mas eu estava pensando entre Orlando ou Maiane. – respondeu ela. — Você nunca foi não é? Vai ser difícil você ir até daqui a uns três anos.. acho que vai demorar prós seus pais pagarem o buffet.

Senti meu rosto queimar.

— Eles economizaram bastante pra isso.

Ela levantou a sobrancelha fingindo surpresa.

— Então daqui a um ano ou dois, mas não se preocupe querida eu sei que essa festa vai ser inesquecível.

"Talvez mais pra você do que pra mim" pensei, mas apenas dei outro sorriso e peguei meu bloco de notas, passei pelo balcão e assim que eu estava do outro lado ela se aproximou novamente e falou baixinho.

— E você e o Henrique como estão? Nunca mais vi vocês juntos. – dei um olhar de impaciência a ela. — A família toda quer conhecer esse namorado, mal sabem eles que o relacionamento acabou antes de começar.

Ela era realmente boa de provocar, não tinha medo do que dizer e sempre estava com aquele sorriso falso e debochado no rosto, talvez eu quisesse dar uma tapa em seu rosto ou um soco.
Não por ela debochar de minha situação com Henrique ou por eu não ter um namorado, mas sim porquê ela que tinha inventado pra família que eu tinha um namorado.

— Todos vão saber que isso foi mentira, não se preocupe. – falei.

Ela deu de ombros.

— Espero que quando você for contar a verdade meu nome não esteja no meio, vai ser minha palavra contra a sua. Sem falar que sua amiga pode se prejudicar.

Aquela menina conseguia tirar toda a minha paciência.

— Já faz um tempo da briga não é? Você tinha uma carta na manga quando ainda era recente. – ela pareceu engolir em seco. — Acho que agora não restou muita coisa.

Me afastei dela e fui atender algumas mesas quando olhei na direção que a mesma estava vi que ela já havia ido embora, nesse mesmo instante ouvi a porta da lanchonete abrir e Guto entrar com o violão nas costas.

— Olha só quem veio pra cá em dia de folga. – Grazy sorriu do comentário de Duda. — Será por que em?

Suspirei, eu não havia contado a elas que iria ensaiar com Guto e quando elas soubessem iriam encher meu saco.

Suspirei, eu não havia contado a elas que iria ensaiar com Guto e quando elas soubessem iriam encher meu saco

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— Vocês já podem ir. – falei pra Duda e Grazy que eram as últimas na lanchonete.

Elas se entreolharam.

— Não quer que a gente te ajude a fechar? – perguntou Grazy. — Por que o Guto ainda tá aqui?

— Ele vai me ajudar no concurso, vou treinar a música e a voz.. essas coisas. – respondi. — Nem pensem besteira.

Elas sorriam e foram se trocar.

Assim que elas saíram fui ajeitar o que faltava e Guto veio caminhando em minha direção, senti um frio na espinha.

— Como foi o trabalho hoje? – perguntou ele.

— Bem cansativo, estava lotado e pra minha sorte ganhei boas gorjetas. – informei.

Ele deu um sorriso.

— Passei boa parte da tarde treinando a música, se eu pudesse tocaria no dia.

— Seria ótimo ter alguém de confiança comigo na apresentação, acho que vou ter treco na frente de toda aquela gente. – respondi. — Tenho medo de ser péssima.

— Isso é impossível.

Totalmente sem graça voltei minha atenção para o que faltava ser limpo e Guto me ajudou, para minha sorte a maioria das coisas haviam sido limpas durante o expediente, então não demorou muito para terminarmos.

— Pronta? – perguntou Guto sentado uma cadeira com o violão no colo.

Limpei a garganta e olhei para fora já estava escurecendo e a lua cheia já aparecia, aquilo me transmitia paz.

— Sim. – respondi, e no minuto seguinte comecei a cantar.

Paramos quase uma hora depois já estava escuro lá fora, Guto guardou seu violão e eu fui me trocar, quando voltei o mesmo estava em pé do lado da porta.

Caminhei até ele, mas antes que eu disse qualquer coisa escutei um barulho e no estante seguinte tudo estava escuro.

— Não acredito nisso! – protestei. — Como vou trancar a porta e ativar o alarme agora?

Guto pegou o celular e acendeu a lanterna, seu olhar parecia preocupado e assustado.

— Parece que foi só aqui. – disse ele.

Segui seu olhar e vi que a quadra do lado da lanchonete tinha iluminação e na rua também, peguei meu celular e liguei para Duda pedindo para que a mãe dela viesse resolver o problema, ela disse que logo elas chegariam.

— Ainda bem que você me convidou, já imaginou faltar energia aqui e você estivesse sozinha. – disse ele.

— Seria bem ruim falei, acho que eu choraria. – brinquei.

Fiquei do seu lado na porta e ele citou o rosto para olhar para mim, dei um sorriso ao mesmo e ele abriu a boca parecendo nervoso.

— Preciso te dizer uma coisa.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora