Viane.

109 55 5
                                    

Desci as escadas lentamente e peguei a chave de casa, assim que abri a porta da sala ouvi um limpar de garganta atrás de mim

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Desci as escadas lentamente e peguei a chave de casa, assim que abri a porta da sala ouvi um limpar de garganta atrás de mim.

— Aonde você vai Viviane? – perguntou papai.

Respirei fundo.

— Eu.. eu vou fazer um trabalho na casa da minha amiga Vitória. – falei e logo depois saí.

Alguns minutos depois entrei na rua de Henrique pedalando rapidamente eu havia perdido tempo demais tentando ficar apresentável, estava nervosa e com frio na barriga era só um trabalho de escola, mas eu não sabia se poderia acontecer algo a mais já que estaríamos sozinhos.
Eu precisava ser corajosa e determinada, deveria mostrar para o mesmo que eu estava interessada, o problema era o meu medo de fazer tudo errado.

Assim que cheguei na frente de sua casa, desci da bicicleta e toquei a campainha, o portão automático abriu e eu entrei sentindo minhas pernas fraquejarem.

"Não é hora pra ser medrosa Viviane!"

Viane, você demorou. – disse Vitória antes de me abraçar.

Abracei a mesma e dei um sorriso constrangido, olhei por cima de seu ombro, mas não vi Henrique.
Eu estava esperando que o mesmo estivesse na porta aguardando por mim exibindo seu lindo sorriso, mas eu havia me enganado.

— Meu irmã tá na cozinha te esperando é só virar a esquerda, eu vou pro meu curso depois a gente se vê. – disse a mesma antes de sair.

Me despedi de Vitória e entrei na casa, a mesma era grande e bem organizada, caminhei até a cozinha e encontrei Henrique sentado mexendo no celular e o mais chocante de tudo.. sem camisa.
Eu senti minha respiração faltar, como ele podia ser tão lindo?

Henrique se levantou assim que me viu e caminhou em minha direção, o mesmo me abraçou logo depois e eu deslizei minha mão pelas suas costas nuas e apoiei minha cabeça em seu ombro enquanto sentia seu perfume, afinal eu deveria aproveitar aquele momento.

— Tá tudo bem como você? – perguntei timidamente.

Ele sorriu e disse:

— Tô sim, não foi nada eu só acordei um pouco cansado. – ele sorriu. — Fiquei feliz em saber que você vai fazer o trabalho comigo, assim a gente passa mais tempo juntos.

— Eu também acho. – respondi tirando a mochila das costas.

— Quem não parece muito bem é você. – disse o mesmo olhando para os meus curativos.

— Ah isso não foi nada.. eu caí da bicicleta tentando desviar de um caminhão de lixo, mas um amigo me ajudou. – respondi.

— Nossa, que loucura. Toma mais cuidado quando tiver andando de bicicleta, não quero te ver machucada. – disse ele parecendo preocupado.

Logo depois nos sentamos e eu comecei a tirar meus livros da mochila, enquanto isso Henrique mexia ansiosamente no celular e em certo momento pude quase ter certeza que o mesmo havia tirado uma foto minha, mas logo espantei esse pensamento.

— Então como é o trabalho? – perguntou ele.

— Bem precisamos escolher algum livro e depois alguma cena pra apresentarmos na sala amanhã no último horário. – falei.

— Bem, posso dizer que você é bem sortuda porque eu sou um ótimo ator. – disse ele sorridente. — Vamos tirar nota máxima nesse trabalho.

Morde o lábio curiosa.

— Não sei se isso é algo tão bom assim. – ele levantou a sobrancelha sem entender. — Como posso saber quando você.. não está atuando?

Eu não sabia da onde tinha saído aquilo, por que eu havia feito aquela pergunta?
O questionamento o deixou desconfortável e ele apenas deu um sorriso forçado e começou a analisar os livros que eu havia trazido.

— Eu trouxe alguns clássicos que eu gosto como Orgulho e preconceito, dom casmurro, Anne Frank, Pollyana...

— Que tal Romeu e Julieta? – disparou o mesmo.

— Bem.. pode ser também, qu.. qual cena você prefere? – perguntei sentindo meu estômago revirar.

Ele deu de ombro e começou a digitar no celular.

— Eu gosto da última cena quando eles morrerem, mas também pode ser a cena do baile.

Quase tive um treco.
Cena do baile? Onde Romeu e Julieta se beijavam?
Eu esperei que o mesmo começasse a sorrir e dissesse que era brincadeira, mas ele não disse o que me deixou ainda mais nervosa.

— A gente pode fazer a cena da morte, acho ela bem interessante.

Ele desviou o olhar do celular e o centralizou em mim, parecia me analisar e aquilo era bem constrangedor.

— Algo contra a cena do baile? A gente pode adaptar ela.. não precisa ter o beijo. – disse o mesmo.

Como ele sabia?

Tava tão na cara assim que eu era bv?
Não havia jeito, ou eu me fazia de doida ou passaria vergonha.

— Beijo? Que beijo? Tem beijo na cena do baile? Rapaz.. eu nem lembrava disso. – falei o fazendo gargalha.

— Você nunca leu Romeu e Julieta? Eu não só li, como já fui o Romeu na peça da minha antiga escola.

— Nossa que legal, eu com certeza não nasci pra ficar no palco.. não sei nem como vou conseguir fazer o trabalho amanhã.

— Calma. – disse ele tocando meu ombro. — Tenho certeza que você vai ser ótima.

Eu estava sentindo meu coração a mil, eu quase podia ouvir meus batimentos ecoando pela casa, parecia exagero, mas era como eu me sentia.
Ao mesmo momento que eu queria me virar e beijá-lo, eu também queria sair correndo dali, mas me faltava coragem para fazer qualquer um dos dois.

— A gente precisa se vestir a caráter pra fazer a apresentação? – perguntou ele e eu confirmei com a cabeça.

— Eu ainda tenho minha roupa de Romeu e acho que ela ainda serve direitinho e você?

— Bem eu tenho um vestido, ele parece meio de época acho que dá pra quebrar o galho. – respondi. — Então ainda não entramos em um bom senso.. qual cena vai ser?

Ele me deu um sorriso malicioso e falou:

— Eu voto pela cena do baile e você?

— Da morte!

Ele balançou a cabeça e começou a digitar no celular novamente e depois colocou o mesmo no ouvido.

— Tá ligando pra quem?

— Vitória.. ela vai desempatar.

Depois de alguns segundos Vitória atendeu um pouco irritada porque estava no meio da aula, Henrique fez a pergunta e ela ficou em silêncio um tempo.

— Do baile com certeza. – disse ela por fim.

Arregalei os olhos assustada e tentei pegar o celular, mas Henrique se levantou, desligou o celular e disse:

— Você perdeu, Viane.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora