Capítulo 11.

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07 dias antes

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07 dias antes...

Eu estava sem um pingo de coragem para ir a escola, então resolvi faltar, o que foi uma decisão difícil até porque eu não era de faltar odiava perder aula.

— O que você está sentindo? – perguntou mamãe entrando no meu quarto.

— Dor de cabeça. – respondi o que não era mentira.

Depois de ter chorado naquele parque e ter dormido o resto do dia, quando acordei no dia seguinte minha cabeça estava para explodir, mas não era por isso que eu havia faltado.
Eu sabia que deveria ser mais forte e corajosa, mas eu não conseguia ser e me sentia muito inútil por aquilo, até quando eu deixaria os outros pisarem em mim?

Eu tinha aberto mão de ficar com Henrique não só porque estava magoada pelo mesmo, mas porque eu estava com medo e até aquele dia eu nunca havia percebido como meu medo podia causar coisas terríveis.
Meu medo se torna até maior do que eu mesma, medo dos outros, do que vão pensar ou dizer, medo de viver coisas novas, medo de me permitir e aquilo era uma droga.

— Eu tenho que fazer compras, mas se você quiser eu fico aqui. – disse mamãe.

— Não precisa, vou ficar deitada aqui, descansando. – respondi me revirando na cama.

Mamãe me deu um beijo na testa e saiu do quarto, assim que ouvi a porta do quarto bater e minutos depois o carro ser ligado, senti que podia desabar novamente, mas eu não queria voltar a chorar.

As palavras de Henrique ainda rodavam a minha mente "Não ache que eu vou ficar te esperando pra sempre.", eu não queria que ele me esperasse para sempre, eu nem conseguia acreditar como tudo havia acontecido tão rápido.

Henrique e eu mal viramos amigos e Bum! Uma chuva de acontecimentos nas nossas vidas, até nos beijamos uma parte de mim me condenava constantemente por estar me privando, mas a outra não, as vezes eu me pegava pensando que talvez Henrique não sentia tudo que dizia sentir e que eu estava certa de dispensar o mesmo, depois dele não ter me defendido.

Mas e se essa outra parte fosse apenas desculpas inventadas por mim?

Peguei meu celular e o liguei, havia três chamadas perdidas, uma de grupo Duda, Grazy e Vitória, uma de Henrique e a outra de Guto.
Como eu sabia que Grazy, Duda, Vitória e Henrique estariam na escola, liguei para Guto, não demorou muito e ele logo atendeu.

— Alô? Viane!? – perguntou ele.

Dei um sorriso ao ouvir sua voz.

— Oi, você me ligou ontem, eu acabei dormindo quando cheguei em casa só peguei no meu celular agora.

— Eu queria saber se você está bem, e pedir desculpas por ter te derrubado.

— Ah, eu estou bem e a queda não foi nada, nem me machuquei.. e seu tivesse me machucado sei que você faria um curativo dos bons igual da última vez.

Ele riu.

— Faria mesmo, poderia até ter levar nos braços se você quisesse. – disse me fazendo gargalhar. — Então você tá bem mesmo? Desculpa ficar perguntando, é que te achei meio triste ontem.

Respirei fundo.

— Você tá ocupado?

— Na verdade não.

— Pode vim na minha casa? – perguntei. — Te mando o endereço por mensagem, acho que preciso conversar com alguém.

— Claro, eu.. eu já tô indo, já já eu chego.. Tchau. – disse ele rápido antes de desligar.

Me levantei e fui tomar um banho, quando terminei de banhar procurei uma roupa confortável e me conformei com um vestido azul com flores brancas que Grazy havia me dado ano passado.
Fiz um coque no cabelo, arrumei meu quarto e desci para tomar café, já estava lavando minha louça quando ouvi a campainha tocar.

Enxuguei as mãos e fui abrir o portão, Guto está lá segurando sua bicicleta, estava usando uma camisa de malha expondo seus belos braços e um calção de seda, seus cabelos estavam molhados e bagunçados e ele não estava usando óculos, seus olhos estavam um castanho tão claro no sol daquela manhã que qualquer um ficaria fascinado , nunca havia percebido como o mesmo era bonito.

— Oi? – disse ele chamando minha atenção.

— Que bom que você veio. – respondi antes de abraça-lo.

Guto entrou e se sentou na sala comigo, não ficou um silêncio constrangedor como eu imaginava, nada era estanho.

— Aconteceu alguma coisa? – perguntou ele.

Suspirei.

— É o Henrique, sabe sei que não somos tão íntimos assim, mas confio em você. – falei. — Eu gosto dele ou pelo menos acho que gosto, mas ele faz umas coisas que me deixam tão confusa.

Guto concordou.

— Tipo o que?

— Bem, ontem tivemos que apresentar uma peça e uma das cenas era um beijo.. a gente se beijou, e o pessoal da sala começou a me zoar e ele não fez nada.

Guto arregalou os olhos e balançou a cabeça negativamente.

— Como assim vocês se beijaram? Por que você quer ficar com um cara desse? – perguntou ele parecendo ofendido.

Dei de ombros.

— Não foi um beijo beijo, foi mais pra um selinho demorado, mas o problema não é esse, vai me ajudar ou não?

— Bem, eu não vou te aconselhar a ir ou não atrás dele.. acho que isso é uma escolha só sua. – ele me olhou no fundo dos olhos. — Te acho uma menina incrível e acima de tudo inteligente, você tem que pesar na balança os pós e os contras de ficar com ele, tem que ver o que é mais saudável pra você.

— É disso que eu tenho medo, na real eu meio que tenho medo de tudo de não me permitir ou de me permitir demais.

— Nunca é demais se você está feliz. – disse ele tocando meu queixo.

Sua expressão era serena, como se ele tentasse ler meus pensamentos, seus olhos continuavam em sintonia com o meu e não era estanho e nem vergonhoso.

— Se tudo der errado, vai me ajudar a juntar meus caquinhos? – perguntei sentindo minha voz falhar.

Ele desviou o olhar do meu.

— Se dependesse de mim, você nunca iria se quebrar, mas não depende, mesmo assim não importa o que aconteça eu vou estar aqui. – disse ele timidamente.

Me aproximei do mesmo e encostei minha cabeça em seu peito.

— Obrigada de verdade.

Vou estar sempre aqui, Viane. – respondeu ele passando as mãos pelo meu cabelo.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora