Viane.

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O sol ainda brilhava bastante e algumas crianças jogavam na quadra, me sentei na arquibancada e olhei o jogo

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O sol ainda brilhava bastante e algumas crianças jogavam na quadra, me sentei na arquibancada e olhei o jogo. Aquela partida acabou e outras pessoas começaram a chegar na quadra e jogar outros esportes, eu já tinha perdido a noção de quantos jogos já tinha assistido.
Olhei em meu relógio e vi que Henrique estava com quase uma hora de atraso.

Mas continuei esperando por ele, minha curiosidade não me deixava ir embora, o que ele queria tanto me contar?

Ele ainda viria?

Era tão estranho estar ali sentada naquele lugar esperando Henrique como se fosse um encontro, mas eu não sentia mais a mesma coisa, eu nem lembrava como era toda a minha intensidade em relação ao mesmo.
Mas o que mais me interessava era saber por quê ele estava tão estranho comigo.

Quando olhei no relógio novamente já tinha se passado quase duas horas e não tinha nem sinal de Henrique aparecer.
Peguei meu celular e liguei para ele pela décima vez, ele não viria eu tinha certeza, mas mesmo assim estava sentada naquela arquibancada.

— Você é tão ridículo. – falei olhando para seu número na tela do celular.

Eu iria embora! Estava decidido me levantei e caminhei até a entrada da quadra, olhei ao redor e me dei conta que estava sozinha naquele lugar a um bom tempo.
Me sentei novamente.

"Só vou esperar mais dez minutos", pensei.

— O que você tá fazendo aqui? Pensei que já tinha ido embora. – disse Guto entrando na quadra. — É perigoso você ficar aqui sozinha.

Guto me pegou de surpresa, ele estava fazendo um bom trabalho em me ignorar, mas eu não podia julgar ele por isso já que havia feito a mesma coisa.

— Eu tô esperando uma pessoa.. ela já está chegando. – respondi sem olhar para ele.

Guto bufou.

— Eu vi você da lanchonete, você tá aqui a quase duas horas.

— Você estava me observando? – brinquei. — Eu tô bem, você não precisava vim até aqui.

— Mas eu quis vim, eu me preocupo com você. – respondeu ele sério. — Está esperando ele não é?

Não olhar para Guto estava exigindo cada gota do meu autocontrole, porque eu queria olhar para ele e saber como ele olhava pra mim.

Essa curiosidade estava me matando.

— Obrigada pela preocupação, mas você pode ir embora agora. – falei seca.

Mas era mentira, eu não queria que o mesmo fosse embora, eu gostava quando ele estava perto e me sentia melhor, mas não queria e nem ia admitir isso.

— Quer que eu vá mesmo embora?

Não..

Só não entendo porque você está aqui, estava fazendo um bom trabalho em me ignorar. – olhei pela primeira vez para ele. — Eu sei que te fiz mal, mas não sei o que posso fazer pra mudar isso.

Os cantos de seus olhos estavam franzidos e seus lábios comprimidos, suas mãos estão dentro do bolso da calça.

— Do que você tá falando? Eu tô normal com você.

Dei uma risada seca.

— Você não tá normal comigo, não é possível que você ache isso. – me levantei e fique frente a frente com Guto. — Eu já entendi que você se arrependeu de ter se declarado.

Ele soltou o ar pela boca e balançou a cabeça.

— Você não entendeu nada, como pode ser tão inteligente para algumas coisas e para outras não?

Sua resposta fez meu coração apertar.

— Agora você tá me ofendendo.

— Eu te disse a dois dias atrás que sou apaixonado por você a dois anos e você acha o que? Que eu não pensei várias e várias vezes antes de me declarar. – engoli em seco. — Pra depois me arrepender?

Do jeito que ele falava, fazia parecer que eu não o conhecia de verdade e que era uma idiota por supor aquilo.
O problema era que eu realmente estava me sentindo uma idiota e Guto não merecia tudo aquilo, não merecia que eu o trata-se como vilão.

— Afinal o que você quer?

Essa era uma boa pergunta.

Eu não sei, eu tô confusa.. você disse sem mais nem menos que é apaixonado por mim e eu achava que nós éramos apenas amigos, mas aí tudo ficou confuso. – ele parecia impaciente.

Eu queria ter resposta para as perguntas dele, queria poder transmitir certeza, mas a única coisa que eu conseguia fazer era deixar tudo ainda mais confuso.

— Eu queria ter entender, juro que é o que eu mais queria na vida. – Guto esticou o braço e tocou meu pulso. — Por exemplo eu queria saber porque você está a essa hora aqui nessa quadra sozinha esperando aquele idiota.. ou porque sempre fala essas coisas sem sentido e não me deixa saber o que você sente.

Se ele entendesse que nem eu entendia o que estava sentindo, Guto me fazia tão bem que eu nem conseguia descrever, eu podia me convencer que era apenas amizade, mas eu não queria beijar meus outros amigos como eu sentia vontade de beijá-lo.

— Me desculpa fazer isso com você, mas quando eu fui te procurar eu não esperava que você dissesse que se arrependia de ter se declarado.

— E você acreditou tão fácil nisso, pensei que me conhecesse melhor. – ele soltou meu pulso. — Queria que você sentisse o mesmo, que estivesse aqui esperando por mim.

Minha respiração ficou pesada.

— Você não entende.

— E por que você não me faz entender, Viviane? Conversa comigo.

— Pra você as coisas são tão mais fácies de entender, você já sabe o que sente, mas tudo isso é novo pra mim.. eu nunca tinha me apaixonado por ninguém de verdade.

Seus olhos brilhavam.

— E está apaixonada agora? Como pode não saber de verdade? Acho que só está mentindo pra si mesma, porque no fundo você tem medo.

— Você não me conhecesse tão bem assim para ter tanta certeza disso. – retruquei irritada. — Tudo isso é realmente novo pra mim, me desculpe se não era isso que você esperava ouvir.

Ele tinha um sorriso amargo nos lábios.

— O Henrique já te fez tão mal, mas aí está você esperando ele. – abaixei o olhar. — Queria que você se permitisse ser feliz com alguém que você tivesse certeza dos sentimentos.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora