Viane.

123 71 36
                                    

Já passavam das três a lanchonete estava lotada o que indicava que nem eu, Duda ou Grazy e o restante dos funcionários conseguimos para um segundo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Já passavam das três a lanchonete estava lotada o que indicava que nem eu, Duda ou Grazy e o restante dos funcionários conseguimos para um segundo.

— A cliente aliás  o filho  mimado dela se recusou comer o misto dizendo que ele tá frio. – disse Duda jogando sua bandeja no balcão.

Chequei o misto e percebi que o mesmo estava no ponto certo e que aquela criança na certa estava brincando com nossa cara, mandei esquentar o misto novamente e acalmei Duda que queria dar umas palmadas na criança.

— Se eu voltar com esse misto e ele disser que está frio, eu vou esquentar a cara dele e não tô nem aí! – gritava ela.

Grazy sorriu e disse:

— Deixa que eu levo, confusão é o que a gente menos precisa.

Concordei com Grazy e a mesma alguns minutos depois levou o misto de volta e a criança comeu, fazendo careta e deu língua para ela sem sua mãe ver.
Grazy voltou bufando e ela e Duda planejaram como iria colocar aquela criança no lugar.

— É melhor vocês continuarem trabalhando! – falei no caixa.

As duas suspiraram irritadas e voltaram a atender as mesas, Grazy foi em direção a mesa daquele criança que já havia ido embora e Duda foi atender uma garota que estava lendo um livro.

— Já sabe o que vai pedir? – gritava ela, pois como a lanchonete estava lotada havia muito barulho.

A menina arregalou os olhos assustadas e respondeu igualmente alto:

— Agora não, estou esperando meu irmão ele é alto, magro tem o cabelo castanho você viu ele? – Duda balançou a cabeça negativamente. — O nome dele é Henrique. – disse ela assim que Duda lhe deu as costas.

Engoli em seco e comecei a sentir meu corpo suar, olhei para Duda que estava de costas para a menina olhando diretamente pra mim, ela me deu um sorriso e se voltou para a menina lentamente.

— Desculpa a pergunta, mas o seu nome é Vitória?

A menina sorriu e balançou a cabeça positivamente parecendo curiosa, parecia que ela não estava acostumada em ser conhecida.

— Eu ouvi muito sobre você.. não foi você que fez.. que fez.. fez aquilo.. aquele. – dizia Duda nervosa.

— Ah, o trabalho de literatura sobre parnasianismo!?

Duda concordou com a cabeça animada, como ela tinha sorte se tivesse sido eu lá, teria começado a chorar de desespero.

— Você gosta de literatura?

Duda deu um sorriso nervoso e disse:

— Gosto.. gosto muito, mas eu tenho um pouco de dificuldade as vezes, mas minhas amigas são feras, você quer meu número? A gente pode conversar mais sobre.

A garota concordou e pegou o celular, Duda começou a falar e a mesma a digitar, depois as duas se despediram e Duda veio sorrindo em minha direção.

— Como você fez isso? – perguntei.

Ela deu de ombros vitoriosa.

— A garota agora tem o número dela.. vamos orar para que ela mande mensagem.– disse Grazy.

— Ela vai mandar, tenho certeza!

E se a garota tivesse achado tudo aquilo estranho e só tivesse pego o número de Duda por educação?
Bem saberíamos disso caso ela não mandasse mensagem, e eu particularmente estava orando para que ela mandasse.

Depois do ocorrido vi de longe Henrique entrar na lanchonete, mas não foi aquilo que me fez arrepiar da cabeça aos pés o que me deixou nervosa foi ver minha prima logo atrás dele.
Duda e Grazy olharam para mim e senti um nó se formar em minha garganta.

O que ela estava fazendo com ele?

Senti meus olhos arderem levemente e tentei afastar aquele pensamento, eu não poderia dar uma de chorona na frente de todas aquelas pessoas ainda mais com minha prima olhando para mim.

Eles sentaram junto a Vitória e começaram a conversar, eu queria sumir era demais pedir para um buraco se abrir debaixo das minhas pernas?

— Vianeee! – gritou minha prima. — Vem cá!

Senti minhas pernas tremerem e meu estômago revirar, só podia ser brincadeira, já não bastava tudo aquilo?
Saí de trás do balcão e dei alguns passos até ser impedida por Duda.

— Você não pode ir lá! Meu Deus vai fazer tudo que essa menina mandar? – protestou ela.

Balancei a cabeça envergonhada e disse:

— Deve ser algo importante eu já volto, fica no caixa pra mim. – falei me afastando.

Cada passo que eu dava sentia meu corpo ficar mais tenso e minha vergonha aumentar, eu realmente queria sumir.

— Oi, por que você me chamou?

Letícia arqueou a sobrancelha enquanto Henrique e Vitória sorriram para mim.

— Como voc...

— Te chamei pra atender a gente já pode começar a anotar. – disse Letícia interrompendo Henrique.

Olhei para ela esperando que a mesma começasse a sorrir e dissesse que era brincadeira, não só eu esperei por isso, mas Henrique e Vitória também.
Mas a mesma não o fez, apenas abriu o cardápio e começou a falar seu pedido, depois dela Henrique e por último sua irmã, anotei todos os pedidos sentindo meu rosto queimar.

— E vê se não demora odeio esperar. – disse Letícia, assim que lhe dei as costas.

Minha garganta começou a fechar e lágrimas de raiva surgiram em meus olhos.

— Vou fazer o possível, mas não garanto nada, a lanchonete está cheia e você não é nenhuma cliente vip. – falei antes de sair.

Pude ouvir uma gargalhada alta dela, mas não me virei para olhar o que eu menos precisava era daquilo.

— Como foi? – perguntou Grazy preocupada.

Engoli em seco.

— Ela me chamou pra anotar os pedidos mesmo tendo visto que eu estava no caixa, fez de propósito. – respondi, Duda me lançou um olhar de irritação.

Pedi para a mesma ir deixar os lanches pôs eu não conseguiria ter que olhar no olhos da minha prima novamente e ouvir suas provocações.

Quando a lanchonete já estava ficando menos lotada, eu vi os três se levantarem para irem embora, Henrique se separou das duas e veio em minha direção.

— Não precisava vim até aqui só pra pagar. – falei ainda envergonhada.

— Eu queria falar com você me desculpa pela Letícia, achei bem chato como ela te tratou. – disse ele me dando um sorriso triste.

— Tudo bem.. eu não ligo muito. – menti. — Vocês dois estão saindo?

Ele sorriu.

— Não, a gente se encontrou por acaso e ela se auto convidou. – respondeu ele me fazendo sorrir. — E também ela nem faz meu tipo.

Respirei fundo.

— E qual seu tipo?

— Por que? – perguntou ele com um sorriso provocante.

— Por.. por nada, só pra saber.. não qu.. que eu me importe.. até porque não-é-da-minha-conta.. – gaguejei.

Ele sorriu e se despediu com um aceno, e eu observei ele cruzar a lanchonete e sair.

Como Arrumar Um Namorado Em 17 DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora