Fenômeno parte 2

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POV WILL

— Ele está dormindo? — perguntou uma voz musical. Meus olhos se abriram.

Nico estava parado ao pé do meu leito, com uma expressão que parecia mais de deboche do que um sorriso. Fiquei olhando para ele, tentando juntar as peças na minha cabeça. Ele não parecia uma pessoa capaz de atacar veículos com as próprias mãos. Mas, por outro lado, ele também não era parecido com ninguém que eu já tivesse visto.

— Oi, hã, Nico, me desculpe… — Calipso começou a dizer.

Nico ergueu a mão para detê-la.

— Sem sangue, sem crime — disse ele, mostrando os dentes brilhantes. Ele foi se sentar na beira do leito de Calipso, virado para mim. Deu aquele sorrisinho debochado de novo.

— E então, qual é o veredito? — perguntou-me.

— Não há nada de errado comigo, mas não me deixam ir embora — respondi. — Por que você não foi amarrado a uma maca como nós?

— Tem a ver com quem você conhece — respondeu ele. — Mas não se preocupe, eu vim libertá-lo.

Uma médica apareceu, e minha boca se abriu. Ela era jovem, era loura… e era mais linda do que qualquer estrela de cinema que eu já tivesse visto. Como se alguém tivesse esquartejado Audrey Hepburn, Grace Kelly e Marilyn Monroe, depois pegou as melhores partes e colou tudo para formar uma deusa. Mas era pálida e parecia cansada, com olheiras debaixo dos olhos escuros. Pela descrição de Apolo, tinha que ser a mãe de Nico.

— Então, Sr. Solace — disse a Dra. Cullen numa voz gentil —, como está se sentindo?

— Estou bem — respondi. Esperava que pela última vez.

Ela foi até o quadro de luz na parede acima da minha cabeça e o ligou.

— Sua radiografia parece boa — disse ela. — Está com dor de cabeça? Nico disse que você bateu com muita força.

— Eu estou bem — repeti com um suspiro, lançando um breve olhar zangado para Nico. Ele evitou meu olhar.

Os dedos frios da médica sondaram de leve meu crânio. Ela percebeu quando estremeci.

— Dolorido? — perguntou.

— Na verdade, não. — Já senti coisas piores.

Ouvi uma risadinha, olhei e vi Nico sorrindo.

— Bem, seu pai está na sala de espera. Pode ir para casa com ele agora. Mas volte se sentir vertigem ou tiver qualquer problema de visão.

— Não posso voltar para a escola? — perguntei, imaginando Apolo tentando bancar o enfermeiro.

— Talvez fosse melhor você descansar hoje. Olhei para Nico

— Ele vai para a escola?

— Alguém tem que espalhar a boa notícia de que sobrevivemos — disse Nico, presunçoso.

— Na verdade — corrigiu a Dra. Cullen —, a maior parte da escola parece estar na sala de espera.

— Ugh — gemi.

A Dra. Cullen ergueu as sobrancelhas.

— Quer ficar aqui?

— Não, não! — insisti, atirando as pernas pelo lado do leito e pulando para o chão rapidamente. Foi rápido demais. Eu cambaleei, e a Dra. Cullen me segurou. Ela era mais forte do que parecia.

— Estou bem — garanti de novo. Não havia necessidade de dizer a ela que meus problemas de equilíbrio não tinham nada a ver com a pancada na cabeça.

More than I imagined -Solangelo -twilightOnde histórias criam vida. Descubra agora