POV WILL
Parecia que Apolo estava me esperando. Todas as luzes da casa estavam acesas. Minha mente teve um branco quando tentei pensar numa maneira de resolver a situação. Nico parou a uma distância de um carro atrás da minha picape. Os três estavam empertigados em seus lugares, ouvindo cada som da floresta, vasculhando cada sombra ao redor da casa, procurando alguma coisa fora de lugar. O motor foi desligado e fiquei sentado, imóvel, enquanto eles escutavam.
— Ela não está aqui — sibilou Nico. — Vamos.
Zoe estendeu a mão para soltar o arnês.
— Não se preocupe, Will — disse ela numa voz baixa embora animada. —Vamos resolver as coisas por aqui rapidamente.
Tive uma sensação estranha de tristeza ao olhar para o rosto lindo e apavorante de Zoe. Eu mal a conhecia, mas, de certa forma, era angustiante não saber quando a veria depois dessa noite. Eu sabia que era a despedida mais fácil de todas que viriam em seguida, e a ideia provocou um nó no meu estômago.
— Percy, Zoe. — A voz de Nico era um comando. Eles deslizaram sem ruído para a escuridão e sumiram.
Saí atrás de Zoe, e Nico já estava lá.
— Quinze minutos — disse ele, entredentes.
Eu assenti e parei.
— Vá logo, Will.
— Uma coisa. — Eu me inclinei e o beijei uma vez, com força. — Eu te amo. Independentemente do que acontecer, isso não vai mudar.
— Nada acontecerá a você, Will.
— Mantenha Apolo seguro para mim.
— Pode deixar. Ande.
Eu assenti de novo, e, com um último olhar para ele, pulei na varanda e abri a porta com um estrondo. Entrei correndo e chutei a porta para fechá-la. De repente, eu soube o que faria, e já estava horrorizado comigo mesmo. O rosto de Apolo apareceu no corredor.
— Will, é você?
— Me deixe em paz — falei, com rispidez.
Meus olhos estavam começando a ficar vermelhos e úmidos, e eu sabia que teria que me controlar se quisesse fazer aquilo direito: proteger Apolo, proteger os Cullen e fazer o plano dar certo. Seria mais fácil se eu não estivesse olhando para ele. Eu me virei e corri escada acima, fechei a porta e tranquei-a. Joguei-me no chão para pegar minha bolsa de viagem debaixo da cama. Enfiei a mão rapidamente entre o colchão e o box para pegar a meia velha amarrada com minhas economias.
Apolo bateu na minha porta.
— Will, você está bem? O que está acontecendo?
— Eu vou para casa! — gritei.
Eu me virei para a cômoda, e Nico já estava ali, em silêncio, pegando roupas e jogando-as para mim. Peguei o que pude e enfiei na bolsa.
— Acho que seu encontro não foi bom. — Seu tom de voz estava confuso, porém mais calmo.
— Ugh, fique fora disso, Apolo — resmunguei.
— Ele terminou com você?
— Eu terminei com ele.
Nico não reagiu ao que eu estava dizendo. Estava totalmente concentrado. Tirou minhas coisas de cima da cômoda e jogou na bolsa.
— Por quê? — perguntou Apolo, surpreso. — Pensei que você gostasse desse garoto.
— Eu gosto. Demais.
— Hã… não é assim que as coisas funcionam, filho.
Nico fechou a bolsa; ao que parecia, o tempo de fazer as malas estava acabado. Ele pendurou a alça no meu ombro.
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More than I imagined -Solangelo -twilight
RomanceNUNCA PENSEI MUITO em como morreria, embora nos últimos meses tivesse motivos suficientes para isso, mas, mesmo que tivesse pensado, não teria imaginado que seria assim. Olhei fixamente através do grande salão, dentro dos olhos escuros da caçadora...