Os Cullen

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POV WILL

A LUZ SUFOCADA de outro dia nublado acabou me acordando. Fiquei deitado com o braço nos olhos, grogue e confuso. Algo, um sonho tentando ser lembrado, lutava para irromper em minha consciência. Eu gemi e rolei de lado, esperando que o sono voltasse. Mas o dia anterior inundou minha consciência.

— Ah! — Sentei-me tão rápido que minha cabeça girou.

— Seu cabelo tem a capacidade de desafiar a gravidade — A voz divertida vinhada cadeira de balanço no canto. — É como se fosse um superpoder só seu. 

Automaticamente, levantei a mão para ajeitar o cabelo. Nico estava sentado de pernas cruzadas na cadeira, com o sorriso perfeito no rosto perfeito.

— Você ficou. — Parecia que eu não tinha acordado, afinal.

— É claro. Era o que você queria, certo?

Eu assenti. Ele deu um sorriso maior.

— Era o que eu queria também.

Cambaleei para fora da cama, sem saber aonde ia, só que precisava chegar mais perto dele, que me esperou, e não houve surpresa no rosto dele quando me ajoelhei à sua frente. Estiquei a mão lentamente e coloquei a palma na lateral do rosto dele. Ele se inclinou na direção da minha mão, fechando os olhos.

Depois da nossa primeira vez, Nico nos levou em um rio próximo à clareira, para tomarmos banho, voltamos para casa logo depois, já estava ficando tarde. Ele insistiu em não me deixar dirigir, segundo ele eu estava "embriagado com seu ser". E por um milagre divino ele , passou a noite me vendo dormir

- Eu tinha certeza de que tinha sido um sonho.

- Você não é tão criativo - ele zombou.

— E Apolo? — perguntei. Nós dois estávamos falando em um volume normal.

— Ele saiu há uma hora, com uma quantidade absurda de equipamentos.

Ele ficaria fora o dia todo. Então só estávamos eu e Nico, em uma casa vazia, sem necessidade de ir a lugar nenhum. Tanto tempo. Eu me sentia como um velho avarento maluco, vibrando com suas pilhas de moedas de ouro, só que, em vez de moedas, eram segundos que eu acumulava.Só nessa hora, percebi que ele tinha mudado de roupa.

— Você saiu? — perguntei.

Ele abriu os olhos e sorriu, levantando uma das mãos para manter a minha em seu rosto.

— Não podia sair com as roupas com que eu vim. O que os vizinhos iam pensar? De qualquer modo, fiquei fora só alguns minutos, e você estava dormindo profundamente na hora, então não perdi nada. A, você fala enquanto dormi.

Eu grunhi.

— O que eu disse?

Seus olhos ficaram um pouco mais agitados e seu rosto, mais vulnerável.

— Você disse que me amava — sussurrou ele.

— Você já sabia disso.

— Mas ouvir as palavras foi diferente.

Eu olhei nos olhos dele.

— Eu te amo — falei.

Ele se inclinou e apoiou a testa com cuidado na minha.

— Agora, você é a minha vida.

Ficamos sentados assim por muito tempo, até que meu estômago roncou. Ele se empertigou e riu.

— A humanidade é tão supervalorizada — reclamei.

— Devemos começar com o café da manhã?

More than I imagined -Solangelo -twilightOnde histórias criam vida. Descubra agora