More than I imagined -Solangelo -twilight

Pesadelo

POV WILL

"BEBEDORES DE SANGUE" eu tranquei aquela idéia maluca em uma caixinha dentro da minha cabeça, eu ainda não podia me permitir surtar. Mas porém deitado na cama depois de arrumar o jantar de Apolo, tomar meu banho, fazer um trabalho sobre Macbeth que devia entregar na quarta e ter feito de tudo para evitar o inevitável. Lá estava eu enfim lidando com a informação que Travis me deu. Se Nico fosse um bebedor de sangue "vampiro" (eu mal conseguia pensar na palavra), o que eu deveria fazer? Definitivamente estava fora de cogitação envolver outra pessoa. Eu nem conseguia acreditar; qualquer um com quem eu tentasse falar sobre o assunto me internaria. A primeira pergunta a ser feita era como eu uma pessoa sã, se que possibilitou essa ideia maluca. Mas a partir do momento em que o ser humano essa máquina tão "perfeita e imperfeita ao mesmo tempo" podia existir, eu acreditava que tudo era possível. Mas confesso que se Travis tivesse me contado a história dos Frios alguns meses antes, eu imaginaria que era uma daquelas histórias que as pessoas mais velhas gostam de contar para assustar as crianças. Entretanto por mais maluco que fosse, isso provava que era real o meu incidente com Nico di Ângelo, isso provava que aquele corpo magro e aparentemente frágil fora capaz de parar o carro de Calipso e salvar minha vida. Apenas duas opções pareciam práticas. A primeira era aceitar o conselho dele: ser inteligente e evitá-lo ao máximo. Cancelar nossos planos, voltar a ignorá-lo da melhor maneira que eu pudesse. Fingir que havia um vidro grosso e impenetrável entre nós em uma aula onde éramos obrigados a sentar juntos. Dizer a ele que ele estava certo e nunca mais voltar a falar com ele. E doeu, a mera ideia, mais do que deveria. Mais do que eu achava que conseguiria aguentar. Mudei de direção e pulei para a opção seguinte. Eu não podia fazer nada diferente. Afinal, se ele era uma coisa… sinistra, até agora não tinha feito nada de ruim. Na verdade, eu seria um amassado no para-lama do carro de Calipso se ele não tivesse agido com tanta rapidez. Tão rápido, argumentei comigo mesmo, que podia ter sido por mero reflexo. Mas, se foi um reflexo para salvar uma vida, como ele poderia ser mal? Minha cabeça girava sem respostas. Havia algo de que eu tinha certeza, se é que tinha certeza de alguma coisa.  E eu sabia que havia uma resposta aí. Não sabia se havia alternativa. Eu já mergulhara fundo demais. Agora que eu sabia — se é que sabia —, o que eu podia fazer? Porque, ao pensar nele, na voz, nos olhos hipnóticos, na força magnética com a qual o corpo dele atraía o meu, eu só queria estar com ele agora. Mesmo que… Mas eu não queria pensar na palavra de novo. Eu precisava dormir, amanhã eu teria muito tempo para surtar, então pela primeira vez na vida eu tomei um comprimido para gripe sem estar gripado, apenas para conseguir dormir. 

Eu abrí meus olhos num lugar familiar. Consciente em algum lugar da minha mente de que eu estava sonhando, eu reconhecí a luz verde da floresta. Eu podia ouvir as ondas batendo nas rochas em algum lugar próximo. E eu sabia que se eu encontrasse o oceano, eu encontraria o sol, mas então, Travis Stoll estava lá, apertando a minha mão, me levando de volta para a parte escura da floresta.

- Travis? Qual é o problema? - eu perguntei. 

Seu rosto estava assustado enquanto ele lutava com todas as suas forças contra a minha resistência; eu não queria voltar para o escuro.

- Corra, Will, você precisa correr - ele cochichou, aterrorizado.

- Por aqui, Will - eu ouvia a voz de Silena me chamando por dentro das árvores escuras, mas eu não conseguia vê-la.

- Porque? - eu perguntei, ainda lutando contra Travis, agora desesperado para achar o sol.

Mas Travis largou a minha mão e ganiu, tremendo de repente, caindo no chão escuro da floresta. Ele se contorcia enquanto eu observava cheia de horror.

- Travis! - eu gritei. Mas ele tinha sumido.

Em seu lugar havia um grande lobo com um pêlo marrom-avermelhado com olhos pretos. O lobo foi pra longe de mim, em direção á costa, os pêlos nos seus ombros estavam eriçados, leves urros saindo entre os seus caninos expostos.

- Will, corra - Silena chamou de novo atrás de mim. Mas eu não me virei.

Eu estava vendo uma luz se aproximar de mim vindo da praia. Então Nico saiu de dentro das árvores, sua pele brilhando fracamente, seus olhos negros e perigosos. Ele levantou uma mão e me convidou a ir com ele. O lobo ganiu á meus pés. Eu dei um passo, indo na direção de Nico.

- Confie em mim - ele pediu. Eu dei outro passo.

O lobo se lançou no espaço entre eu e o vampiro, os caninos virados na direção da jugular.

- Não! - eu acordei pulando na minha cama.

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Imagem do cap especial copa