O dia seguinte

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POV WILL

Naquela noite, dormi sem sonhos, exausto por causa da bebedeira. Acordei e agradeci por não estar de ressaca, mas não me lembrava do que fiz na festa depois de começar a beber, so me lembro de ter chegado em casa vestindo roupas do Travis, teria que perguntar para ele se não fiz nenhuma estupidez. Foi a  segunda vez desde que cheguei a Forks, que acordei com a luz amarela de umdia de sol. Cambaleei até a janela, atordoado ao ver que quase não havia uma nuvem no céu. Abri a janela, surpreso quando esta se moveu em silêncio, sem agarrar, pois não a abria desde quem sabe quantos anos antes, e respirei o ar relativamente seco. Estava quase quente e praticamente não ventava. Meu sangue vibrou nas veias. Apolo estava terminando o café da manhã quando eu desci e percebeu meu estado de espírito de imediato.

— Está um lindo dia — comentou.

— É — concordei com um sorriso.

Quando ele dava um sorriso assim tão grande, era mais fácil imaginá-lo como o homem que se casou impulsivamente com uma garota bonita que mal conhecia quando só tinha três anos a mais do que eu agora. Não havia sobrado muito daquele homem. Ele foi se apagando com os anos, como o cabelo Loiro encaracolado que foi se afastando da testa. Tomei o café da manhã com um sorriso no rosto, vendo a poeira se agitar na luzdo sol que jorrava pela janela dos fundos. Apolo gritou um até logo, e ouvi a radiopatrulha sair da casa. Hesitei a caminho da porta, a mão na capa de chuva. Seria uma provocação com o destino deixá-la em casa. Dobrei-a sobre o braço e saí para a luz mais brilhante que eu via em meses. Depois de uma batalha curta, consegui que as duas janelas da picape ficassem quase completamente abertas. Fui um dos primeiros a chegar na escola; nem mesmo olhei o relógio, na pressa que tive de sair. Estacionei e segui para os bancos de piquenique no lado sul do refeitório. Os bancos ainda estavam meio molhados, então eu me sentei em cima da capa de chuva, feliz por encontrar utilidade para ela. Meu dever de casa estava pronto, mas havia alguns problemas de trigonometria que eu não tinha certeza de que estavam certos. Abri o livro, mas, na metade da revisão do primeiro problema, minha mente já estava longe, vendo o sol brincar nas árvores de tronco vermelho. Rabisquei sem atenção nas margens do meu dever de casa. Depois de alguns minutos, de repente percebique tinha desenhado cinco pares de olhos escuros me encarando da página. Passei a borracha neles.

— Will! — ouvi alguém gritar, e parecia Silena. 

Olhei em volta e percebi que a escola tinha se povoado enquanto eu estava sentado ali. Todos estavam de camiseta, alguns até de short, apesar de a temperatura não poder ser de mais doque quinze graus. Silena vinha na minha direção com uma saia que chegavana metade das coxas e uma camiseta regata.

— Oi, Silena— respondi.

Ela veio se sentar ao meu lado, o sol cintilando no cabelo recém-alisado, um sorriso se espalhando pelo rosto. Estava tão contente em me ver, que não pude deixar de retribuir

— Lindo dia, não é?

— Do jeito que eu gosto — concordei.

— O que você fez ontem? — O tom de voz era um tanto possessivo, e lembrei oque Travis disse. 

As pessoas achavam que eu era namorado dela porque Silena queria que achassem isso. Mas eu estava com o humor bom demais para me deixar afetar e então só menti, ela não precisava saber que voltei a La Push.

— Trabalhei no dever sobre Macbeth.

— Ah, é. É para a quinta, não é?

— Hmmm, para quarta, eu acho.

— Quarta? — O sorriso dela desapareceu. — Isso não é bom. Acho que vou terque fazer hoje. — Ela franziu a testa. — Eu ia perguntar se você queria sair.

More than I imagined -Solangelo -twilightOnde histórias criam vida. Descubra agora