Interrogações parte 2

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POV WILL

O sorriso se alargou.

— É muito verdade. Eu jamais teria percebido sozinho, mas, agora que você mencionou, acho que devo mesmo seguir em frente. Aquele Charles de repente parece atraentemente patético… — Ele parou de falar e o sorriso sumiu. — Will, você sabe que estou brincando.

Eu me perguntei o que meu rosto estava demonstrando. E assenti. A testa dele se enrugou. Depois de um segundo, ele esticou o braço com hesitação na minha direção, deixando a mão ao meu alcance. Eu a cobri com a minha. Ele sorriu, mas fez uma careta.

— Desculpe — falei, afastando o braço.

— Não — protestou ele. — Não foi você. Aqui. Com o cuidado que teria se minha mão fosse feita do cristal mais fino, ele colocou os dedos na minha palma. Imitando a cautela dele, dobrei a mão delicadamente ao redor.

— O que acabou de acontecer? — Eu meio que sussurrei.

— Muitas reações diferentes. — A testa dele se franziu de novo. — Thalia tem uma voz mental muito estridente.

Não consegui evitar; olhei automaticamente para o outro lado do salão, mas lamentei ter feito isso. Thalia estava disparando facas com o olhar para as costas desprotegidas de Nico, e Zoe, na frente dela, estava virada para olhar de cara feia para ele. Quando à encarei, Thalia desviou o olhar furioso para mim. Olhei para Nico, com os pelos dos braços eriçados, mas ele estava olhando com raiva para Thalia agora, o lábio superior repuxado sobre os dentes em uma expressão ameaçadora. Para minha surpresa, Zoe se virou na mesma hora, e Thalia abandonou a expressão ameaçadora. Ela olhou para a mesa com uma expressão emburrada de repente. Percy parecia estar se divertindo com tudo. Annabeth nem se mexeu.

— Eu acabei de irritar… — Engoli antes que pudesse terminar. Um bando de vampiros?

— Não — disse ele com intensidade, e suspirou. — Mas eu, sim.

Olhei para Thalia de novo por uma fração de segundo. Ela não tinha se mexido.

— Olha, você está encrencado por minha causa? O que eu posso fazer?

A lembrança dos olhos lívidos de Zoe apontados para o corpo pequeno dele fez uma onda de pânico me percorrer.

Ele balançou a cabeça e sorriu.

— Não precisa se preocupar comigo — garantiu ele com certa arrogância. — Não estou dizendo que Thalia não poderia me vencer em uma luta justa, mas estou dizendo que eu nunca lutei de forma justa e não pretendo começar agora. Ela sabe que não deve se meter comigo.

— Nico…

Ele riu.

— É piada. Não é nada, Will. Coisa normal entre irmãos. Um filho único não teria como entender.

— Se você diz.

— Digo.

Olhei para nossas mãos, ainda unidas. Foi a primeira vez que segurei a mão dele de verdade, mas junto com a maravilha disso estava a lembrança de por que ele me ofereceu a mão.

— Voltando ao que você estava pensando — disse ele, como se pudesse ler meus pensamentos.

Eu suspirei.

— Ajudaria se você soubesse que não foi o único acusado de obsessão?

Eu grunhi.

— Você ouviu isso também. Que ótimo.

Ele riu. — Fiquei hipnotizado do começo ao fim.

— Me desculpe.

— Por que você está pedindo desculpas? Me sinto melhor de saber que não sou o único.

More than I imagined -Solangelo -twilightOnde histórias criam vida. Descubra agora