Capítulo 2 - As aventuras malucas de um cão travesso

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Acordei disposto.

Infelizmente – ou felizmente – não houve mortes suspeitas nas manchetes dos jornais ou nos tele noticiários de Honorário ontem à noite, portanto não caçamos. Riku, Natsuno e eu só podemos caçar pelo sul de Honorário, já que moramos no sul, no entanto há muitos enxames pelo resto da cidade, lugares abandonados tomados por vampiros assassinos, que faziam vítimas geralmente em becos ou vielas, deixando a polícia sem saber o que causou a morte dos inocentes. Até chegamos a caçar pelo centro-oeste da cidade, num hospital abandonado, porém quase morremos e fomos proibidos de ultrapassar os "nossos limites".

Aquilo era atormentador, e me perguntei quando seríamos autorizados a caçar à vontade. Na verdade, nem sei se isso chegará a acontecer, talvez quando entrarmos para a organização Ko-Ketsu. O único problema era que ainda faltavam três anos para completarmos dezoito.

O que nos restava era esperar por alguma notícia suspeita – ou então, alguma outra missão arranjada pelo Hebert, pai do Natsuno.

Por fim, me levantei e escovei os dentes. Depois tomei café com a minha mãe.

Billy ficou me olhando, um olhar estranho e atento, e latiu:

- Au!

- O que foi, amigão?

Ele latiu novamente, mas eu não entendi o que ele queria. Ainda não falava cachorrês.

Quando terminei, peguei a minha bolsa que estava no chão perto da escada e a fechei. Até pensei em tirar alguns livros, devido ao peso demasiado, mas eu estava um pouco atrasado, e não gostava muito de pegar ônibus, não depois dos pesadelos que tive os envolvendo em acidentes fatais.

Me encontrei com a turma de sempre no campus e fui para a sala.

Sophia já estava lá, conversando com suas amigas: Ana, uma garota de cabelos curtos, e Jéssica, uma afro-brasileira muito bonita. Eu disse um "oi" sem jeito à elas e sentei no meu lugar - e foi aí que percebi que a minha mochila estava mais pesada do que o normal, porém ignorei.

- O próximo jogo já é quinta-feira - avisou Natsuno, virando-se para mim.

- Enfrentaremos que sala? - perguntei.

- O segundo A - respondeu Jake, ao meu lado.

De repente, ouvi latidos. E vinha da minha mochila!

- Droga! - exclamei.

Mais latidos e todos da minha sala ficaram me olhando, como se fosse eu o dono do barulho - e, de certo modo, era.

- Diogo - disse Joe -, acho que tem um cachorro aí na sua mochila.

Isso eu já sabia, só não queria acreditar naquilo. Esse cachorro travesso...

Puxei o zíper da minha bolsa e, num salto muito alto, Billy surgiu e começou a correr pela sala, assustando a todos.

Ele corria para lá e para cá, abanando o rabo e latindo muito. Todos estavam surpresos, e riam muito também. Até Sophia ria. Mas eu estava bravo. Como aquele cachorro conseguira entrar na minha mochila?

- Billy! - gritei; ele parou lá na frente da sala e ficou sentado, me olhando com cara de fofinho.

- Oooown - as meninas foram até ele e começaram a fazer carinho no cãozinho; Billy gostava muito daquilo, por isso ficava fazendo gracinha, rolando no chão e latindo agudamente.

Caçador Herdeiro (2) - Trevas Silenciosas | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora