Capítulo 6 - Passando 24 horas no Hospital Independente

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Acordei com uma fraca dor pelo corpo.

Eu estava quente, muito embora soubesse que estava frio.

Havia chovido.

Estávamos no Inverno, final de Junho. Em alguns dias, eu entraria de férias. Hoje é quarta-feira, um dia antes do jogo da minha sala contra o 2°A e eu estou aqui, internado nesse hospital sem poder me mexer direito.

Acho que tenho má sorte, porque tudo de ruim acontece na minha vida. Hoje eu tinha um encontro com o Léo, um místico. Mas adivinha: não posso ir. E sabe por quê? Porque estou internado nesse hospital.

O lado bom é que não estou morto. Pois é, sempre tem um lado bom. Consideramos o que passamos na última noite, aquilo já era uma vantagem. Quem imaginaria que o Riku soubesse dirigir? Ou que um fantasma nos ajudaria? Ou até que eu destruiria dezenas de vampiros evoluídos? Claro, foi tudo por causa daquela bebida estranha, que fez com que meu corpo liberasse todo o poder que eu tinha. Consequentemente, fez com que esse poder queimasse o interior do meu corpo também. E olha onde vim parar. Nem levantar o braço para ver a hora eu conseguia.

Trágico.

Uma das enfermeiras entrou no meu quarto com o café da manhã.

Perguntei:

- Por favor, que horas são?

- Oito em ponto - respondeu a moça, muito simpática.

- Obrigado.


Eram onze da manhã quando meu tio Michael entrou no quarto, com Billy no colo.

- E aí, Diogo, como está?

- Estou bem - respondi, finalmente conseguindo me sentar e encostar minhas costas na cabeceira da cama, embora meu corpo ainda protestasse.

- Cara, você vai ter que aprender muito ainda, hein! - meu tio deu uma risada irritante.

- Ah, obrigado, tio.

- Au! - latiu o cãozinho.

- Aliás - disse Michael -, por que você pediu a minha ajuda ontem?

Expliquei a história do Léo. Meu tio prestou atenção do começo - onde encontrei o garoto, que estava descontrolado - até o final - quando Leonardo me contou a sua história. Depois ele ficou pensativo e falou:

- Quero ajudar.

- O problema é que marquei de me encontrar com ele após a escola hoje, mas veja onde estou - gesticulei mostrando o quarto de hospital; Michael fez uma expressão de lamentação.

- Eu vou no seu lugar. Billy me mostra o caminho - novamente o cachorrinho vermelho latiu.

Assenti, me perguntando se Billy entendera.

Depois meu tio saiu do quarto e fiquei lá, esperando a hora do almoço.


Depois de almoçar, levantei. Já conseguia andar, mas ainda sentia dores pelo corpo. Aquele era o mesmo hospital onde Marcelo estava internado – Hospital Independente, situado no sul da cidade, próximo ao colégio Martins -, por isso decidi ir ao seu quarto. Saí do meu e andei pelo corredor. Havia muita movimentação de enfermeiros ali, todos sérios e, ao mesmo tempo, simpáticos.

Caçador Herdeiro (2) - Trevas Silenciosas | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora