Eu definitivamente acordei de bom humor no domingo. Claro, depois do encontro de ontem seria impossível não acordar assim. Graças a Deus deu tudo certo, muito embora o Iago e seus parceiros tivessem me ajudado com os vampiros que surgiram. O fato é: Sophia e eu finalmente tivemos uma tarde/noite romântica, no qual quase nos beijamos! E ela meio que admitiu que quer ser a minha namorada. O único obstáculo é o seu pai. Mas vamos lá, eu sabia que essa hora teria que chegar: por bem ou por mal. Não deveria ser tão ruim assim falar com o Sandro. Ele só é apenas frio e sério e arrogante. Nada demais. Um típico pai ciumento – e compreensivo, espero.
Enfim. Eu levantei sorrindo, escovei os dentes sorrindo e tomei o café da manhã sorrindo. Minha mãe até me perguntou por que eu estava tão feliz, e decidi lhe contar. Sarah ouviu atentamente e disse apenas um "meu filhinho está crescendo" como resposta. E disse que seria bom eu conversar com a Zoe sobre isso. Decidi então ir ao parque do meu bairro, que sempre aos finais de semana era um lugar bem animado; havia crianças por toda parte.
Sentei no mesmo banco de sempre e fiquei assistindo aos rapazes jogando futsal na quadra. Alguns minutos depois, Zoe sentou-se ao meu lado, como eu já esperava.
- Oi - ela sorriu.
- Oi, Zoe - também sorri.
Senti algo nas minhas costas. Dei um tapa, imaginando ser um inseto, e acho que o afastei. Olhei para Zoe e percebi que a mesma segurava os risos.
Estranhei.
- O que foi? - perguntei, arqueando uma sobrancelha.
- Nada.
Então senti algo no meu cabelo. Novamente dei um tapa. Seria alguma mosca chata? Zoe ainda segurava risos. Aquilo já estava muito estranho.
- Zoe, o quê que tá rolando?
Ela riu.
- Eu já falei que nada.
Ignorei.
Olhei para a quadra e, de repente, senti um tapa fraco na minha nuca. Rapidamente me virei e não havia ninguém. Dei uma ampla olhada e nada de suspeito, apenas a praça vazia naquela região e repleta de crianças mais adiante, nos brinquedos. Até que, sem querer, vi o gramado - atrás do banco - se mexendo, como se tivesse alguém ali.
Logo saquei a minha Takohyusei e me preparei, pulando para trás do banco.
- Apareça, eu sei que você tá aí! - falei, sério, fitando o chão.
Foi aí que a coisa mais surpreendente que eu já vi aconteceu. Um garoto surgiu do nada, como se estivesse... invisível!
Isso mesmo, e percebi que o mesmo estava cansado, mesmo que levemente. Ele olhou para a Zoe e sorriu. Também olhei pra ela que, me vendo numa posição de luta com a minha espada empunha, não pôde conter os risos.
- E aí, brother, eu sou o Gustavo, mas pode me chamar de Guga - o garoto de boné branco me estendeu a mão. Fiz minha espada virar o anel dourado e a apertei, ainda me recuperando daquilo; Guga sorriu. Então aquele era o amigo-invisível da Zoe?
Por fim, eu também sorri.
A primeira coisa que notei: Guga se vestia como um skatista. A segunda coisa: ele era o único garoto que eu conhecia que usava boné por cima de cabelos penteados. Isso mesmo. Acontece que o místico deixava seu boné de qualquer jeito em sua cabeça, deixando à mostra um topete castanho bem estiloso, indicando que seu estilo era diferente do meu. Assim como seus olhos, estes profundamente esverdeados. Não posso negar: eu senti inveja. Guga era mesmo um garoto muito, hã, bonito, digamos assim. Vestia camisa da New Era um pouco grande, cinza, e com as letras L e A de cor preta. Além de bermuda jeans até os joelhos. Seus sapatos eram de couro, também cinza, da Quiksilver, e me perguntei se ele era mesmo um skatista, como aparentava.
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Caçador Herdeiro (2) - Trevas Silenciosas | COMPLETO
AventuraLivro 2 da saga CAÇADOR HERDEIRO. Antes aprendizes, agora oficialmente Caçadores de Vampiros, Diogo, Riku e Natsuno partem em novas aventuras para desvendarem mistérios que rondam por toda a parte, descobrindo então que os vampiros são apenas uma pa...