Caçador Herdeiro (2) - Trevas Silenciosas | COMPLETO

Capítulo 38 - O último pedido de um pai! A primeira fúria de um Caçador de Fogo

Como eu falei, aquela era a noite da minha vida. A noite que mudaria o meu modo de pensar, que mudaria as minhas ações na jornada que viria a seguir. Ser Caçador de Vampiros pode ser sinônimo de maldição. Mas e ser mais que um simples caçador? E não digo Herói Herdeiro. De qualquer modo, daquela noite em diante a minha vida mudou. Mudou para pior.

O meu coração estava acelerado.

Meu braço direito balançava de um lado a outro pendendo do meu ombro, uma vez que um dos ninjas o havia quebrado. O esquerdo... Bem, eu estava imobilizado. Meus malditos parentes me fizeram assistir uma pancadaria que envolvia o clã Vinográdov e o meu pai. Tony até resistiu bem, lutando bravamente, todavia eram muitos os inimigos. E agora estávamos a ponto de morrer.

- Vocês são fracos! – Glen ergueu sua catana com a ponta virada para a lua. – Nem me diverti tanto. – Ele olhou para mim e sorriu novamente. Seus olhos negros demonstravam desprezo e maldade. – Suponho que você esteja querendo me matar. Infelizmente, hoje não é o seu dia de sorte.

Olhei para o meu pai, que estava caído no chão com inúmeros ferimentos de cortes pelo corpo. Embora seus olhos estivessem abertos, eu podia ver que ele esforçava-se para não ficar inconsciente.

Glen gargalhou, dando um passo em minha direção. Poucos metros nos separava. Os demais ninjas mantinham-se parados feito estátuas de preto. Nem pareciam cansados.

- Chegou a sua hora, meu sobrinho.

Eu tentei escapar, chutando os ninjas que me imobilizavam, no entanto parecia impossível. Conforme eu me debatia, cada vez mais meu braço direito parecia inchar. Um dos ninjas o distorceu mais um pouco, me causando uma dor infernal.

- Desgraçado! – gritei, trincando os dentes com tanta força que pensei que iriam quebrar.

- Fica tranquilo, a sua dor logo vai passar – Glen já estava muito perto, me lançando um olhar de pura frieza. – Digo isso porque você vai morrer!

- Mas as ordens são outras – um dos ninjas que me imobilizava disse.

- Calado! – Glen ordenou.

Ele agora estava diante de mim. Sua aparência era idêntica à minha, porém de forma mais velha e maldosa. Senti um desespero correr pelo meu corpo. Eu não queria morrer. Não podia morrer. A minha mãe não aguentaria a minha morte, e talvez nem os meus amigos. Muitas cenas passaram pela minha cabeça. A primeira vez em que vi Sophia. Quando Zoe e eu nos beijamos. Natsuno, Riku e eu caçando... Joe sofrendo pelo paradeiro do pai. Jake sofrendo pela irmã.

- Me soltem! – eu berrei, e dessa vez a dor que senti foi no braço esquerdo, quando um dos ninjas o distorceu com força. – AAAAAAAAAIIIIIIII!!!!!!!!

- Filho... – ouvi meu pai chorando. Agora eu estava me sentindo um zumbi. A minha visão estava quase desaparecendo. Ainda assim eu conseguia ver Glen já a alguns passos de mim. Ele sorria.

Sua catana estava em sua mão esquerda, ainda erguida para o céu. A lâmina prateada reluzia fortemente, enquanto eu notava que as nuvens já iam embora. Glen baixou sua espada e a empunhou com as duas mãos, depois fez um movimento que trouxe ela na minha direção, num golpe fatal. Quando fechei os olhos, ouvi um gemido.

Tudo ficou em silêncio. Eu ouvi os batimentos do meu coração de forma violenta. Eu estava morto?

- Filho – a voz do meu pai soou muito perto, como se ele estivesse... na minha frente?