Capítulo 24 - Meu meio-irmão é um assassino?

711 51 15
                                    

Todos estávamos na sala, em silêncio e espantados. Era difícil acreditar nas últimas palavras do Jake. Como assim a melhor sensação do mundo? Ninguém sabia o que dizer. Até o pai do Natsuno estava mudo. O minuto de silêncio resumia-se em olhares atraídos para o loiro, que parecia sentir raiva de si próprio. Todos olhávamos para ele, incrédulos, depois cada um olhou para um lugar diferente, onde os pensamentos tomaram conta das mentes.

E ficamos o resto do dia em casa, apenas assistindo TV ou jogando baralho. À noite, a fogueira de rotina, claro que com um clima diferente, e só nos cinco sabíamos o motivo.


No dia seguinte, assim que acordei, o meu primeiro pensamento foi: tenho que ficar a sós com a Sophia.

Me levantei.

Desci para tomar café, onde meus amigos já me esperavam.

- Vamos logo – Joe nos apressou, comendo alguns pães -, estou louco para descer as montanhas. – Seu braço continuava enfaixado, o que eu achei um exagero já que a ferida nem era tão grave assim.

Me sentei também, falando:

- Acho que hoje não vai dar.

- Por quê? – Natsuno me fitou.

- Vou precisar da ajuda de vocês.

- Da nossa ajuda?

- Sim, preciso falar com uma pessoa.

- Sophia - adivinhou Jake; percebi que ele estava melhor do que ontem. Anuí com a cabeça.

- E o que você quer que a gente faça? - indagou Joe, pausando seu café da manhã.

- Uma coisa muito simples – sorri; todos ficaram me olhando, curiosos.


Sophia caminhava tranquilamente pela estrada com as suas amigas - sempre com Barry por perto, claro - conversando entre si, quando Natsuno, Joe e Jake apareceram.

- O que fazem aqui? - estranhou a garota, os fitando.

- Precisamos falar com o Barry - disse Natsuno, apressado.

- Comigo? - o motorista britânico, que estava atrás das três garotas, estranhou. Ele caminhou até o Kogori e perguntou, com o seu sotaque inglês: - O que houve?

- O senhor Sandro está uma fera no telefone - falou Joe, obviamente mentindo; imediatamente, Barry começou a tremer. - Quer falar com você.

- Mas qual telefone? - o homem perguntou, com medo.

- Me siga - disse Natsuno, indo para a casa junto de Jake e Joe; Barry foi atrás, enquanto Sophia e suas amigas ficaram paradas, confusas.

Se entreolharam.

Fiquei escondido atrás de uma árvore o tempo todo e, quando vi que Barry já estava longe, decidi aparecer.

- Olá - saltei na frente delas, as assustando.

- Diogo? - Sophia mostrou-se contente. Ana e Jéssica apenas me fitaram.

- Eu, hã, acho que precisamos ficar sozinhos um pouco - falei, completamente sem jeito. A princípio, pensei que Sophia ia recusar, considerando que ela me olhava com ironia. Então ela assentiu.

Caçador Herdeiro (2) - Trevas Silenciosas | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora