Capítulo 3 - Caçador contra cachorro

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O garoto-cachorro vinha na minha direção numa velocidade incrível, me deixando com pouco tempo para pensar no que fazer. Quando ele chegou perto, peguei Billy no colo e saltei para o lado esquerdo, enquanto o indivíduo dava uma forte patada na árvore. Mas não tive tempo para respirar, pois ele já vinha na minha direção novamente com outro ataque, então rapidamente me equilibrei do salto e desviei de sua patada e ele tentou outra, porém desviei novamente, ainda com Billy no colo, muito machucado.

Tentei dar uma rasteira no inimigo, porém ele saltou e, ao mesmo tempo em que rosnava, investiu com as suas garras, mas consegui dar um salto-mortal para trás mesmo só com uma mão.

Suspirei - mas me surpreendi quando o garoto corria na minha direção, rosnando e babando. De onde saía tanto fôlego? Eu já estava me cansando, no entanto parecia que o indivíduo não parava nunca. Lembrava até o meu tio Michael no Modo Ataque.

- Quem é você? - perguntei, enquanto desviava dos golpes do garoto; mas ele não respondia, apenas rosnava. Parecia fora de si.

Seus golpes eram rápidos, contudo eu conseguia desviar graças ao treinamento com o meu tio. O único problema era Billy no meu colo, ou seja, eu não conseguia contra-atacar com os meus punhos de fogo.

Billy estava quase inconsciente, então eu não poderia fazer o cãozinho se transformar. Minha Takohyusei não sairia do meu dedo sozinha e minha agilidade não era tanta porque eu estava com um peso - o cãozinho.

Tinha que pensar em algo, mas o quê?

O garoto continuava atacando, e eu sabia que ele conseguiria me atingir mais cedo ou mais tarde, e se ele me atingisse, seria um risco mortal para mim.

- Droga! - exclamei.

- Au! - latiu Billy, sentindo-se culpado.

Enquanto desviava dos golpes, vi, de relance, um guincho puxando um carro passando pela rua muito distante, e foi aí que tive uma ideia. Se desse certo, seria a invenção de um novo golpe, mas também era um risco; se desse errado eu estaria morto.

Respirei fundo, ainda desviando dos ataques.

- É agora - falei a mim mesmo.

Foi tudo muito rápido: o garoto-cachorro tentou me atingir com o seu braço direito, na altura do meu rosto, então desviei e concentrei todas as minhas forças na minha mão disponível, e ataquei:

- Gancho-faíscaaaaa!! - atingi-lhe no queixo com toda a minha força, jogando o garoto para cima junto com o meu braço. Baba caía de sua boca, enquanto o indivíduo desabava no chão, imóvel.

Dei um suspiro de alívio, vendo o garoto no chão, aparentemente exausto.

- Au! - Billy latiu; o coloquei no chão.

Me sentei no gramado, extremamente cansado, e pensando no que faria com aquele garoto estranho. Ele me atacara, mas parecia fora de si. Seria ele um louco?

Billy latiu para o indivíduo, que parecia inconsciente. Então, de repente, ele se levantou e, numa velocidade incrível, avançou na minha direção, rosnando e babando feito um cão feroz!

Me espantei na hora, e a única coisa que consegui fazer foi gritar:

- Modo Ataque!

Billy se transformou no cachorro enorme e feio e ficou na minha frente, rosnando. O garoto-cachorro saltou em sua direção, mas Billy apenas deu-lhe uma patada, que fez o garoto voar e bater as costas na mesma árvore que Billy fora jogado.

Caçador Herdeiro (2) - Trevas Silenciosas | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora