Capítulo 11 - Entrando em apuros: a princesa chamada Sophia

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- Esse é o Barry – Sophia apresentou seu motorista, quando já estávamos dentro da Mercedes preta. Barry era um homem branco, de meia-idade, que vestia um terno preto bem passado e gravata borboleta. Seus cabelos era rasos, de cor negra, e pelo espelho retrovisor notei que ele tinha um bigode curvo e esquisito, como se fosse um mordomo de um filme dos anos 30.

- Oi - falei.

- Olá, senhor - estranhei o "senhor". E o sotaque dele era estrangeiro. Um inglês britânico, para ser exato.

- Barry, nos leve ao Shopping Center Leste de Honorário - pediu Sophia, fazendo meu corpo estremecer. Era o mesmo shopping onde havia aquela bomba, capaz de contaminar as pessoas do lugar. Natsuno, Riku e eu até pegamos a bomba, mas lembro também que lá havia um vampiro disfarçado de segurança. Nada agradável.

- O que foi? - perguntou Sophia, me olhando com ironia.

- Hã, nada.

- Mas senhorita - disse o motorista, já entrando na avenida -, esse shopping é longe.

- Não importa - disse ela -, prefiro ele porque... - ela hesitou.

- Porque...? - a fitei, pressionando-a.

- Porque é o shopping mais... romântico - imediatamente Sophia ficou vermelha. Na verdade, ela ficou muito vermelha.

Não consegui conter os risos.

- Por que está rindo?

- Nada - respondi; olhei para o espelho e percebi que Barry também estava rindo.

- Esses jovens de hoje – ouvi ele dizendo, com o seu sotaque estrangeiro.

Ficamos o resto da viagem em silêncio.

Depois de mais de uma hora trafegando por diversos tipos de avenidas, finalmente chegamos ao shopping. Barry estacionou o carro no estacionamento subterrâneo do edifício e, assim que descemos do veículo, ele falou:

- Senhorita, às oito virei buscá-la.

- Ok - disse Sophia. - E por favor, não fala pra ele, tá? - o homem fez que sim.

- Ele quem? - perguntei.

- Meu pai. Ele nem sabe sobre o shopping. - Logo me lembrei daquele homem sério que conheci na organização Ko-Ketsu, Sandro Macedo; engoli em seco. - Mas não precisa ficar com medo - Sophia riu.

- Eu não estou com medo! - protestei.

- Se você está dizendo - ela falou numa forma como se quisesse me irritar, mas ignorei. Barry foi embora e nos dirigimos ao elevador que levava ao shopping.

Entramos.

Havia uma família ao nosso lado, um casal e uma filhinha. Isso me fez lembrar as vezes que meus pais e eu saíamos para nos divertir. Não, eu não sou filhinho de mamãe ou de papai, apenas... gosto de ficar perto deles.

Subimos ao térreo, as portas se abrindo. O lugar era enorme e, ao mesmo tempo, muito bonito. Várias lojas formavam o pátio principal, e havia também diversas escadas rolantes que levavam aos outros andares do prédio.

Sophia imediatamente caminhou a uma das lojas de roupas.

Presumi, de forma bem entediada, que ela começaria a tarde fazendo compras. Sophia olhava para as blusas como se quisesse levar todas. Sempre pedia a minha opinião. Mal ela sabia que eu era péssimo para escolher roupas.

Caçador Herdeiro (2) - Trevas Silenciosas | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora