Eu respirei fundo.
Sophia e eu esperávamos pela Mercedes que sempre a buscava. Todos os alunos que assistiram à semifinal já haviam ido embora, deixando apenas nós dois no campus, sozinhos, num silêncio um tanto constrangedor. Eu sinceramente sequer imaginava o que se passava na cabeça da garota, mas um pavor tomava conta do meu corpo. Um pavor que nem mesmo vampiros provocavam – não mais. Um pavor que fazia qualquer pingo de coragem que eu tinha desaparecer.
Finalmente o carro preto surgiu, estacionando na estradinha que havia entre a escola e a praça. Barry desceu do automóvel e o cumprimentei:
- E aí, Barry.
- Olá, senhor. - Eu ainda não havia me acostumado com o "senhor", muito menos com o sotaque britânico do motorista. - Está preparado?
- Eu... hã, sim - tentei me mostrar firme, mas a quem eu estava enganando? Até Sophia me encarava com ironia.
Entrei no carro e Sophia sentou-se ao meu lado.
Barry também entrou, e o carro partiu, mergulhando na avenida movimentada.
- O senhor Macedo é uma boa pessoa - disse ele, provavelmente tentando me dar algum incentivo.
- Por que está me dizendo isso? - perguntei, rindo. - Está pensando que eu estou com medo, é? Tá muito enganado. - Sophia me olhou.
- Diogo, eu estou com medo.
- Medo? – estranhei, a fitando. - De o seu pai não aceitar?
- Não - ela parecia mesmo preocupada. - Estou com medo de ele te matar.
Engoli em seco.
- Que isso? - falei, tentando me mostrar calmo. - Ele não faria isso, faria?
Torci para a resposta ser não, mas a única coisa que ganhei foi o silêncio dos dois, que me deixou ainda mais trêmulo.
- Chegamos - disse Barry, assim que entramos numa rua larga repleta de árvores e casas enormes muito bonitas.
O motorista conduziu o carro até uma das belas casas e estacionou no acostamento da rua.
Saímos do veículo.
Sophia pegou na minha mão e me puxou em direção à casa, passando pelo lindo jardim e pela estradinha de concreto.
Barry apareceu e abriu o conjunto de portas da mansão, revelando então um hall de entrada ainda maior do que o do Natsuno.
Assim que entramos, eu senti um calafrio. A casa não era só grande, como também muito fria. Parecia bem ventilada, onde o ar puro predominava. Os móveis eram todos belos e de madeira polida, e a casa parecia calma demais, como se não morasse ninguém ali.
Então ele apareceu.
O pai da Sophia desceu a escada à nossa frente e chegou até onde estávamos. Barry parecia uma estátua, atento a tudo; Sophia demonstrava uma expressão preocupada; e Sandro, assim que chegou perto, perguntou, calmo:
- Então é você quem quer namorar a minha filha?
- Sim... - falei, hesitante, porém com a cabeça erguida; o homem parecia de mau-humor.
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Caçador Herdeiro (2) - Trevas Silenciosas | COMPLETO
AdventureLivro 2 da saga CAÇADOR HERDEIRO. Antes aprendizes, agora oficialmente Caçadores de Vampiros, Diogo, Riku e Natsuno partem em novas aventuras para desvendarem mistérios que rondam por toda a parte, descobrindo então que os vampiros são apenas uma pa...