Acordei muito desanimado.
Era quinta-feira, o dia do jogo.
Eu queria muito jogar, algo que estava longe de acontecer. Estava internado nesse hospital e só receberia alta pela tarde, segundo o doutor Hamano Sanchez. Natsuno não estava mais no meu quarto. Provavelmente tinha ido para a escola. Aliás, hoje é um dia muito importante, onde a minha sala enfrentará o 2°A.
- Droga - reclamei comigo mesmo, olhando para a janela que dava visão à rua, e vi que o dia estava ensolarado, lindo, do jeito que eu gostava.
Passei a manhã toda pensando naquilo. Eu queria muito ajudar os meus companheiros a avançar para as semifinais, mas não podia. Consigo nem explicar como me sinto...
Quando deu meio-dia e alguma coisa, o Dr. Sanchez entrou no meu quarto, muito sério.
- Doutor? - estranhei.
- Diogo, que horas começa o jogo na sua escola? - perguntou ele, me fitando estranhamente.
- Meio-dia e meia - respondi, cabisbaixo. - Por quê?
Ele abriu um sorriso e falou:
- Se eu fosse você eu corria, porque a partida já está prestes a começar.
Estranhei.
- Então quer dizer que... eu recebi alta?
Ele fez que sim; num pulo eu saí da cama e vesti a minha roupa, no banheiro, tudo muito rápido. Então, com toda a minha velocidade, saí do quarto e corri pelo hospital rumo à saída, sem ao menos me despedir do médico, ou sequer agradecê-lo; faria isso outro dia.
Eu não conseguia acreditar naquilo. Seria um milagre?
Todos me olhavam como se eu fosse um louco. Mal sabiam a felicidade que eu estava sentindo. Passei por vários enfermeiros e pacientes, descendo as escadas feito doido - eu não conseguiria pegar um elevador, de tão entusiasmado que estava -, até finalmente sair do edifício.
Atravessei a avenida sem olhar para os lados e disparei.
Vi a hora num telão que estava na parede de um dos enormes prédios da região.
Meio-dia e nove.
Minha animação se transformou em desespero. Eu tinha que chegar a tempo!
Ouvi uma voz conhecida assim que dobrei a primeira esquina:
- Diogo!
Era o meu tio Michael, que segurava Billy no colo. Ele estava mais a frente, portanto logo o alcancei – provavelmente, ele estava indo me visitar.
- Aonde você vai? - perguntou, percebendo que eu não ia parar de correr.
- Tio, estou atrasado para o jogo. Depois falo com você.
Assim que passei por ele, Michael soltou Billy no chão e falou:
- Ele vai te ajudar.
Billy rapidamente me alcançou e latiu. Estávamos lado a lado correndo pela rua vazia que levava ao colégio Martins.
- Hã, ok, amigão. Acho que você me aguenta. – Seria a primeira vez que eu tentaria aquilo, e Billy parecia disposto a me ajudar. Me senti confiante e gritei: - Modo Ataque!
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Caçador Herdeiro (2) - Trevas Silenciosas | COMPLETO
AventuraLivro 2 da saga CAÇADOR HERDEIRO. Antes aprendizes, agora oficialmente Caçadores de Vampiros, Diogo, Riku e Natsuno partem em novas aventuras para desvendarem mistérios que rondam por toda a parte, descobrindo então que os vampiros são apenas uma pa...