Capítulo 8 - Corrida contra o tempo: tenho que chegar ao jogo!

818 57 13
                                    

Acordei muito desanimado.

Era quinta-feira, o dia do jogo.

Eu queria muito jogar, algo que estava longe de acontecer. Estava internado nesse hospital e só receberia alta pela tarde, segundo o doutor Hamano Sanchez. Natsuno não estava mais no meu quarto. Provavelmente tinha ido para a escola. Aliás, hoje é um dia muito importante, onde a minha sala enfrentará o 2°A.

- Droga - reclamei comigo mesmo, olhando para a janela que dava visão à rua, e vi que o dia estava ensolarado, lindo, do jeito que eu gostava.

Passei a manhã toda pensando naquilo. Eu queria muito ajudar os meus companheiros a avançar para as semifinais, mas não podia. Consigo nem explicar como me sinto...


Quando deu meio-dia e alguma coisa, o Dr. Sanchez entrou no meu quarto, muito sério.

- Doutor? - estranhei.

- Diogo, que horas começa o jogo na sua escola? - perguntou ele, me fitando estranhamente.

- Meio-dia e meia - respondi, cabisbaixo. - Por quê?

Ele abriu um sorriso e falou:

- Se eu fosse você eu corria, porque a partida já está prestes a começar.

Estranhei.

- Então quer dizer que... eu recebi alta?

Ele fez que sim; num pulo eu saí da cama e vesti a minha roupa, no banheiro, tudo muito rápido. Então, com toda a minha velocidade, saí do quarto e corri pelo hospital rumo à saída, sem ao menos me despedir do médico, ou sequer agradecê-lo; faria isso outro dia.

Eu não conseguia acreditar naquilo. Seria um milagre?

Todos me olhavam como se eu fosse um louco. Mal sabiam a felicidade que eu estava sentindo. Passei por vários enfermeiros e pacientes, descendo as escadas feito doido - eu não conseguiria pegar um elevador, de tão entusiasmado que estava -, até finalmente sair do edifício.

Atravessei a avenida sem olhar para os lados e disparei.

Vi a hora num telão que estava na parede de um dos enormes prédios da região.

Meio-dia e nove.

Minha animação se transformou em desespero. Eu tinha que chegar a tempo!

Ouvi uma voz conhecida assim que dobrei a primeira esquina:

- Diogo!

Era o meu tio Michael, que segurava Billy no colo. Ele estava mais a frente, portanto logo o alcancei – provavelmente, ele estava indo me visitar.

- Aonde você vai? - perguntou, percebendo que eu não ia parar de correr.

- Tio, estou atrasado para o jogo. Depois falo com você.

Assim que passei por ele, Michael soltou Billy no chão e falou:

- Ele vai te ajudar.

Billy rapidamente me alcançou e latiu. Estávamos lado a lado correndo pela rua vazia que levava ao colégio Martins.

- Hã, ok, amigão. Acho que você me aguenta. – Seria a primeira vez que eu tentaria aquilo, e Billy parecia disposto a me ajudar. Me senti confiante e gritei: - Modo Ataque!

Caçador Herdeiro (2) - Trevas Silenciosas | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora