Capítulo 04 - Revelações

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Anahí passou a língua por entre os lábios dele, pedindo passagem para sua língua e aquilo foi a gota d'agua para José. Com esse gesto dela era impossível manter o autocontrole, então ele abriu passagem para a língua dela, chupando-a. A loira gemeu e deslizou as mãos para a nuca dele, acariciando. O beijo era sem pressa, como se quisessem prolongar aquele momento. E como era delicioso beijá-lo, era como se por todo o seu corpo houvesse borboletas.

As mãos dela deslizaram por suas costas, adentrando a camisa, tocando em sua pele e um arrepio percorreu por todo seu corpo. Se ele não a parasse naquele momento, talvez não tivesse forças para fazê-lo quando estivessem com poucas roupas. José finalizou o beijo dando com alguns selinhos, Anahí queria mais e mordiscou o lábio inferior dele. Passou a beijá-lo pelo queixo, desceu para o pescoço alternando os beijos com chupões. Ela o queria por completo, desejava ser sua novamente, porém dessa vez não sob os efeitos do álcool.

- Any, por favor! – ele disse em um sussurro. Anahí não estava colaborando, tornando praticamente difícil resistir. Contornou os braços em torno de sua cintura e a apertou contra seu corpo, imobilizando-a. – Anahí pare! – ele falou em um tom mais alto e ela deu um passo para trás, estática. O que estivera a ponto de fazer? Estava tão desesperada em busca de carinho que se José não a impedisse, passariam a noite inteira dividindo uma cama.

- Obrigada... – ela sussurrou corada, estava com vergonha por provoca-lo sabendo do que ele sentia por ela – Desculpe, eu... – ela falou tentando encontrar palavras certas. José segurou o rosto dela entre as mãos e deu um pequeno sorriso.

- Está tudo bem meu anjo. – ele falou carinhosamente, acariciou seu rosto com os polegares. Caminhou até o sofá a guiando, e ali ela aninhou-se em seus braços como uma gatinha manhosa.

- Não sei o que seria de mim se você não existisse...

José silenciou, pensou em dizer a ela o quanto a amava e como era importante, mas tinha quase certeza de que Anahí sabia. Não demorou muito e a respiração dela ficou mais leve, percebendo que a loira dormira pegou-a no colo e a carregou até a cama. Beijou delicadamente sua testa e ia se afastar quando sentiu a mão dela segurar em seu braço.

- Não vá, por favor...

Ajeitou-se no outro lado da cama, deixando Manuela entre eles. Com a menina assim os separando, não correria risco de cair em tentação. Anahí virou-se e o olhou sorrindo e logo fechou os olhos.

- Descanse pequena. – ele sussurrou.

José bem que tentou dormir, mas a preocupação com Anahí o fez manter-se acordado e em alerta. Nem bem clareou o dia ele saltou da cama, deixou um bilhete para a empregada avisando sobre Anahí e que logo voltaria, caso ela acordasse antes. Ele precisava conversar com os pais da loira, deixando-os a par do ocorrido antes de Anahí. Queria a todo custo evitar os questionamentos, torturando-a para falar sobre o que aconteceu. Ouvira boa parte pelo telefone, e se para ele era doloroso relembrar, imagine para Anahí relatar. Alfonso pagaria por cada lágrima, por cada hematoma no corpo de Anahí. José estacionou em frente a casa dos pais de Anahí, caminhou rapidamente até a porta, subiu as escadas onde esteve sentado durante boa parte da madrugada a esperando, puxou o ar profundamente e o soltou pela boca e então tocou a campainha. Estava nervoso, angustiado, como se alguém houvesse pisoteado o seu coração.

- José? – Fernando indagou surpreso, não era normal receber uma visita dele tão cedo.

- Posso entrar? – perguntou angustiado - Tenho algo muito sério para falar com vocês.

O casal deu passagem para que ele entrasse e se acomodaram no sofá. José esfregou as mãos sobre as pernas, angustiado.

- O que houve? - Alice indagou preocupada, aparecendo atrás do marido.

- Anahí. – ele falou em um sussurro e Alice levou uma das mãos sobre o peito. José então suspirou, fitou Alice e deu um meio sorriso. – Ela está em minha casa.

- Como? Por quê? O que aquele cretino fez com minha menina? – Fernando perguntou alterado.

- Ele a colocou para fora de casa. – José falou recordando-se do que ouvira – Quando ele chegou em casa eu estava com Any ao telefone e ouvi tudo. A primeira coisa que pensei foi ir até ela, protegê-la. – ele falou com lágrimas nos olhos - Eu vou acabar com a vida daquele infeliz!

- Eu sabia que esse homem não era digno do amor da minha menina. – Fernando falou revoltado. – Anahí registrou queixa? Porque eu quero esse imbecil bem longe das minhas meninas.

- Eu até cogitei ir assim que ela chegou, mas estava molhada, abalada. Então a levei para casa e cuidei dela.

- Você agiu com o coração filho, mas porque não nos acordou?

- Não queria assustar vocês àquela hora. Anahí precisava se acalmar.

José relatou tudo o que ouvira, deixando Fernando furioso. O pai de Anahí queria ir a todo custo até a capital e acabar com a vida do genro. José conseguiu o fazer repensar, pois também revoltou-se, mas antes de tudo precisavam pensar no bem estar de Anahí e Manuela. Alice separou uma muda de roupa para a filha e a neta, já que Anahí sempre deixava algo por precaução com os pais. Em torno de uma hora depois, José deixou a casa dos pais dela e parou instintivamente em frente a uma loja. Compraria um mimo para Manuela e Anahí, para alegrar um pouco o dia de suas princesas.

Anahí acordou deslocada, levou alguns segundos para se situar. Foi até a cozinha e deparou-se com uma mulher de mais ou menos quarenta e cinco anos, morena de cabelos negros presos em um coque, arrumando a mesa.

- Você deve ser a Anahí. – a mulher falou e a loira assentiu – Sou a Elizabeth, mas pode me chamar de Liz. – disse abrindo um sorriso - José pediu para avisar que não demora. Quer tomar café?

- Não, obrigada. Estou sem fome. – disse fazendo uma careta.

- Vou fazer um chá de gengibre, é ótimo para abrir o apetite. – Liz falou abrindo um sorriso. Se José havia trago uma mulher para dentro de casa, coisa que nunca acontecia, era porque aquela era sua escolhida, seu verdadeiro amor. E se estava ali era porque fazia José feliz, então seria gentil com a moça.

- José disse aonde ia? – Anahí perguntou e a mulher negou. Então a porta se abriu e José apareceu, largou uma caixa e uma sacola ao lado da porta. A loira correu até ele e o abraçou. A mulher sorriu ao ver a cena, o amor emanava no ar, podia sentir perfeitamente.

- Isso tudo é saudade? – ele perguntou sorrindo.

- Cala a boca. – ela murmurou.

Un Nuevo SolOnde histórias criam vida. Descubra agora