Capítulo 26 - Eu confiei em você

431 22 18
                                    


- Manu o que acha de ir com a vovó ao mercado? – Alice perguntou direcionando o olhar a neta que abriu um sorriso.

Ir ao mercado com a avó significava ganhar doces e sorvete. Olhou para a mãe aguardando seu consentimento. Anahí assentiu e a menina estendeu os braços para a avó. Alice pegou a neta no colo, toda sorridente.

- Eu não demoro mamãe e papai. – Manuela disse atirando beijos ao casal. Anahí e José retribuíram aos beijos com um largo sorriso nos lábios.

Assim que Alice e Manuela saíram da cozinha Anahí suspirou. Com a acusação de Alfonso havia possibilidades de perder a guarda da filha, bem como do bebê que carrega no ventre, assim que nascer. Manuela era um pedaço de si, se a perdesse com certeza definharia até a morte. Dar-se por vencida jamais. Lutaria com todas as suas forças para ficar com a filha. Alfonso não era digno da guarda de Manuela. Nunca sequer ligou para a filha, porque agora a queria? Coisa boa com certeza não era. Havia algo por trás do pedido de guarda.

- Se disser que não tenho um pouco de medo estarei mentindo. – murmurou desanimada, olhou para José. O moreno lhe sorriu, acalmando-a. Parece inacreditável como aquele olhar ou o sorriso a deixa mais calma, segura. Basta ele a olhar para sentir-se perdida. - Com essa acusação de bigamia ele pode tirá-la de mim...

- Não há provas disso, então não pode acusá-la. – José interrompeu-a. Anahí meneou a cabeça e soltou o ar pela boca.

- Há provas José. – disse dando um soco na mesa - Alfonso tem em posse as fotos que me colocam em uma posição comprometedora. – comentou e ele a olhou desconfiado. Não era de seu conhecimento a existência de fotos, apenas havia escutado Alfonso a insultar. – Nunca trai o Alfonso. – murmurou e então sorriu maliciosa - Exceto quando estivemos juntos aquela noite.

"E que noite!" ele pensou em dizer. Porém preferiu não comentar no momento, já sentindo o calor subir entre as pernas. Anahí não podia saciar seu fogo, por enquanto, então teria de controlar-se.

- Qual o conteúdo dessas fotos? – indagou curioso, arqueando uma sobrancelha. Aquilo sim era de extremo interesse seu. Queria saber exatamente que fotos eram aquelas, pois não conseguia acreditar que a loira era capaz de trair. Exceto quando estiveram juntos, mas foi algo que ambos desejaram. Recorda-se perfeitamente o desespero de Anahí na manhã seguinte, temendo que o marido descobrisse a infelicidade e acabasse o machucando.

- Supostamente estou com um homem aos beijos, entrando em um motel. – Anahí sibilou - Nunca estive naquele local, desconheço a pessoa que está comigo.

- Montagens. – José afirmou – Fáceis de serem descobertas. Se Alfonso apresentar as fotos e for confirmado que são falsas, pode ser processado por falsificação de provas e difamação, entre outras acusações. – explicou.

Anahí esfregou as mãos sobre o rosto e suspirou.

- O que eu menos queria nesse momento é me preocupar com isso. – confessou.

- É algo que não me agrada, você não está em condições desse nível de estresse. – ele suspirou – Se quiser, posso ligar para o advogado e pedir que envie o boletim de ocorrências, ou eu mesmo vou buscá-lo. – prontificou-se.

- Não, é melhor ligar. Ir a capital pode não ser uma boa ideia com Alfonso por lá. Quero ele bem longe da nossa família.

José levantou-se, beijou-a na testa e foi em busca do telefone. Logo e a loira discou o numero, o qual sabia decor por ligar inúmeras vezes em busca de Alfonso.

- Olá, bom dia Carlos. Preciso do boletim de ocorrências, urgente! – disse rapidamente assim que ele atendeu. Carlos engoliu em seco, e agora?

- Bom dia Any! Como está? – perguntou tentando desconversar até pensar em como dar a loira a notícia do paradeiro do documento.

- Estaria melhor se o seu amigo não tivesse entrado com uma acusação sem fundamento. – Anahí falou rispidamente - Como pode fazer isso comigo Carlos?

- Alfonso é meu cliente Anahí. Se ele quis dar entrada, não vou impedir. – ele rebateu no mesmo tom da loira - Sabe que por um lado ele está certo.

- É muita cara de pau mesmo! – exclamou incrédula - Depois de tudo o que ele fez ainda tem coragem de exigir a guarda da Manuela.

- Ele é o pai, tem todos os direitos.

- Direitos? Alfonso só é pai no papel, poupe-me Carlos! – disse alterando-se. Obvio que Carlos, sendo amigo de infância de Alfonso, o protegeria mesmo que estivesse errado. Carlos sempre o acobertou quando Alfonso estava com outras mulheres - Você bem sabe que criei a Manuela sozinha, que me esforcei ao máximo para manter o casamento em pé.

- Você saiu de casa Anahí, as coisas não estão boas para o seu lado. – alertou e ela grunhiu. Socou a mesa e cerrou os punhos.

- Enfim, não vou ficar discutindo com você sobre o idiota do Alfonso. É a mesma coisa de dar soco em pedra. – falou secamente. Gastaria saliva a toa, pois Carlos sempre teria um argumento a favor do amigo - Mande-me amanhã cedo, sem falta, o boletim de ocorrências.

- Infelizmente não está comigo Anahí. – ele sussurrou. Anahí demorou uns segundos até compreender o que ele havia dito.

- Como assim não está contigo Carlos? Eu confiei o documento a você!

Un Nuevo SolOnde histórias criam vida. Descubra agora