Capítulo 10 - Turbilhão de sentimentos

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Por volta das cinco horas da tarde José as deixou em casa e foi trabalhar. Havia passado o dia fora e precisava verificar como estava a academia. Depois de um banho demorado, a loira foi a sala onde os pais assistiam um filme com Manuela. Alice a viu chegar e cutucou Fernando e gesticulou com a cabeça. Anahí parecia estar nas nuvens, seus olhos brilhavam.

- Como foi o passeio filha? – Alice perguntou curiosa.

- Foi maravilhoso mamãe. – ela falou suspirando, jogou-se no sofá. – José é extraordinário. – ela meneou a cabeça e sorriu - Eu tentei fingir por meses que a presença dele não fazia diferença, mas sinto como se meu corpo todo tremesse, meu coração se enche de paz, amor, felicidade. É algo forte, inexplicável, louco. - Descreveu e suspirou.

- Isso se chama amor verdadeiro. – Alice disse, levantou-se e foi até a filha. Sentou-se ao lado dela e segurou suas mãos - Pare de lutar contra os seus sentimentos e viva esse louco amor Any, esqueça o que vão pensar, falar, apenas viva intensamente. – encorajou-a. De fato queria fugir para os braços dele, fazer dali sua moradia, mas o medo a assombrava.

- Eu tenho medo, e também não quero machucá-lo mamãe.

- É normal o medo de ter o coração partido novamente, de se magoar depois de ter confiado tanto em alguém. – falou carinhosamente - Deixe que o tempo se encarregue de levar toda a tristeza embora e insista apenas no que te faz feliz.

- Liberte-se da barreira criada em seu coração e pare de se torturar com histórias do passado. – Fernando se pronunciou, chamando a atenção da filha, caminhou até ela e sentou do outro lado, sobre o braço do sofá. - Não vale a pena se privar de novos relacionamentos por medo de passar novamente pela mesma tragédia. – a voz de Fernando soou carinhosa e Anahí sorriu. Ele beijou a filha na testa demoradamente - É necessário ter coragem e agarrar as oportunidades sem pensar nas consequências.

Anahí suspirou derrotada. Fernando e Alice não deixariam de expor suas opiniões mediante a um possível futuro romance com José.

- Antes de me deixar levar por esse turbilhão de sentimentos que aflora cada dia mais, preciso me divorciar.

- E o que está esperando? Se eu fosse você solicitaria agora mesmo o divórcio. – Alice falou e Anahí encolheu-se, abraçando o corpo - Ou ainda pensa em dar outra chance aquele animal?

- Não vou cometer o mesmo erro mamãe. Alfonso é passado, a única coisa que preciso agora é viver o meu presente e futuro com quem realmente me ama.

Alice sorriu largamente e Fernando vibrou. Anahí rolou os olhos e riu.

- Mamãe eu quero o papai. – Manuela falou esfregando os olhinhos, e Anahí engoliu em seco. A menina estava a sua frente e a olhava com carinha de choro. O que faria? Em hipótese alguma poderia pensar em levá-la até Alfonso.

- Outro dia nós vamos, tudo bem? – indagou e os olhos da menina lacrimejaram – Não chora filha, o papai está bem longe.

- Não o homem mau, eu quero o outro papai!

- Você quer ver o José meu anjo? – Alice indagou entendendo de quem a neta falava e a menina assentiu.

- Manu o José não é seu papai, ele é um amigo da mamãe. – Anahí falou e a pequena ergueu o dedinho e gesticulou que não, estalando a língua.

- Mas você beijou ele e estavam abraçadinhos como apaixonados. – a menina falou levando as das mãos na cintura, encarando a mãe. Como uma menina de dois anos e meio havia chegado àquela conclusão? Anahí corou ao perceber os olhares curiosos dos pais - A gente pode ir ver ele?

- Nos passamos o dia com ele filha, José precisa trabalhar.

- Tenho certeza de que José ficaria muito feliz com uma visita de vocês. – Alice falou apoiando a neta - Aproveita e convida ele pra ir contigo pra capital amanhã visitar um advogado.

Anahí sorriu minimamente, a mãe havia lhe dado uma ótima desculpa para ir vê-lo. Assim como Manuela, já sentia falta da companhia dele. Pulou do sofá, pegou a filha no colo e apressou o passo até o quarto. Escolheu uma roupa para Manuela, uma legging, uma blusinha e um tênis, e para ela uma calça jeans, uma blusinha com um decote generoso e calçou sandálias de salto baixo. Passou um rímel e um batom, nada muito artificial, pegou a bolsa e de mãos dadas com a filha foi até a sala. Ao ver as duas Fernando assoviou e Anahí virou os olhos.

- Eu vou convidá-lo para jantar. – disse e os pais sorriram maliciosos – Manuela estará com a gente, então parem com esses pensamentos obscenos. 

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