Capítulo 23 - Você me pertence!

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- Deixe Ariel em paz! – Alice gritou e foi em direção a cachorrinha, mas Alfonso foi mais rápido, a pegou e a arremessou contra a parede. O barulho dela se chocando contra a parede ecoou pelo quarto. Alice aconchegou Ariel em seu colo, Alfonso foi até ela, arrancou a cachorrinha e a segurou pelo pescoço, apertando-a. A pequena estava quase sem vida.

- Onde está Anahí? – ele gritou.

- Anahí não está aqui, vá embora! – a voz masculina soou na porta. Alfonso direcionou o olhar para o sogro e riu debochado. – Deixe minha filha e minhas netas em paz!

Netas? Até onde Alfonso sabia havia apenas uma, a não ser que Anahí estivesse grávida novamente.

- A vagabunda ingrata está grávida? – indagou e soltou um riso debochado - Essa criança nem deve ser minha, mas como um marido exemplar, aceitarei Anahí em casa, inclusive a perdoarei pela traição. Depois que ela pagar, claro. – disse e sorriu vitorioso. Alice meneou com a cabeça, indignada com a atitude do ex-genro.

- Você é ridículo Alfonso! Jamais permitirei que minha filha volte para sua casa. – advertiu Fernando, olhando-o com a face enrijecida. Controlava-se para não partir pra uma briga corporal com o ex-marido da filha.

- Quem decide é Anahí, ela não te ouviu quando foi contra nosso casamento. – Alfonso rebateu ironicamente.

- Anahí acordou e percebeu o monstro que você é. – Fernando devolveu à resposta a altura. Alfonso soltou um riso pelo nariz, não deixaria que a última palavra fosse dele.

- Ela é minha esposa e deve voltar para casa, ou as consequências serão drásticas. – disse erguendo o queixo, olhando desafiadoramente para Fernando.

- Vá embora Alfonso, você causou estragos demais na vida de Anahí e das crianças. – Alice falou, basicamente implorando para que o moreno cedesse e fosse embora. – Ariel foi um presente para Manuela, e olha o que você fez! Acabou com a vida dela também. Você é um monstro, destrói tudo por onde passa, só traz tristeza, lágrimas.

- É agora que devo chorar? Implorar pelo perdão de todos? – Alfonso perguntou debochadamente. – Patéticos, fracos, inúteis! – exclamou enquanto rolava os olhos - Avise a querida filha de vocês que ela tem até a meia noite de domingo para estar na minha casa, em minha cama fazendo sua obrigação e papel de mulher.

Fernando cerrou os punhos e bufou, deu um passo na direção de Alfonso. Alice foi até o marido para impedir que partisse para a agressão, apesar de Alfonso merecer uns bons tapas e pontapés. Mas agindo com violência não mudaria nada, poderia piorar a situação. O melhor era fazer com que Alfonso fosse imediatamente para a capital.

Alfonso retirou-se da casa e foi procurar um hotel. Não iria embora, ficaria até o fim do dia de domingo, estaria de olhos bem abertos para acabar com a vida do homem que estava com a esposa.

Após muito conversarem, na manhã de domingo, Alice e Fernando avisaram a filha do ocorrido. Esconder de Anahí não seria conveniente. A loira teria de estar ciente das novas ameaças de Alfonso. Anahí e José adiantaram a volta para o domingo à tarde, preocupados com a segurança de Alice e Fernando. Mal José estacionou o carro, a loira saiu apressada em direção aos pais, que os aguardavam em frente à casa, para abraçá-los. José fez o mesmo, deixando a porta aberta, pois Manuela dormia no banco de trás.

- Como ele chegou até aqui? – José indagou visivelmente preocupado - Anahí disse que ele desconhecia o endereço.

- Alguém deve ter o informado. – Alice falou nervosa, olhando para os lados, temendo que Alfonso aparecesse a qualquer momento - Estava transtornado e completamente alcoolizado. Entrou aqui e revistou cômodo por cômodo. – contou e engoliu o nó que se formou em sua garganta, então os olhos dela marearam - Ariel estava no quarto e foi vitima da crueldade dele, não pude impedir.

- Infeliz. – murmurou José entre os dentes, cerrando os punhos – Diga-me que ela está bem.

- Infelizmente Ariel nos deixou. – Fernando disse em um sussurro - Fico pensando se tivesse encontrado Anahí ou Manuela ao invés dela...

- Por sorte nenhuma das duas estava em casa. – Alice falou enquanto fazia o sinal da cruz.

Mal sabiam eles que estavam sendo observados. O homem que os observava saiu do carro e atravessou a rua a passos largos, furioso. Então aquele era o amante da mulher? O espancaria e o deixaria com a face completamente deformada.

- Você me pertence Anahí! – ele gritou chamando a atenção de todos. Antes a loira teria medo, abaixaria a cabeça e iria atrás dele, como um fantoche, mas agora não tinha o que temer. Ela gargalhou alto e debochadamente. – Vamos para casa! – disse parando bem próximo a eles, José deu um passo pondo-se a frente de Anahí, pronto para uma briga com aquele homem.

- Não sou um objeto Alfonso, jamais voltarei para aquela casa. – a loira falou em um tom alto, autoritário. Deu um passo para o lado e o encarou friamente - Por favor, volte para a capital e siga com sua vida regada de prostitutas e álcool.

- E quem vai embelezar minha casa? – ele indagou debochadamente.

- Mamãe? Papai? - chamou Manuela, parada na porta do carro. Ao ver Alfonso a menina encolheu os ombros. O moreno sorriu e apressou o passo até a menina, pegando-a no colo. Sorriu vitorioso, enquanto via José aproximar-se dele. 

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