Capítulo 22 - Em busca de Anahí

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Enquanto Anahí e Manuela recebiam mimos da família de José naquele fim de semana, Alfonso andava de um lado para o outro em seu quarto, completamente transtornado, inconformado com as últimas atitudes de Anahí.

- Ela precisa voltar para casa, é sua mulher, sua propriedade. – repetia para si mesmo.

Levou às mãos a cabeça e puxou os cabelos, angustiado. Amava Anahí. Sabia que esse amor era doentio, possessivo, mas jamais admitiria isso a ninguém. O sentimento por Anahí foi amor a primeira vista. Ele a viu e a desejou. Lutou por ela. Mas o vicio pelos prazeres, sempre insaciável, fez com que a traísse inúmeras vezes, com muitas mulheres diariamente. Todas agiam feito cachorrinho com ele, e Claudia era como sua garota de ouro, pois estava sempre pronta para ele com uma lingerie sexy deitada na cama, preparada para recebê-lo. E quando estava com ela tudo virava festa, prazer e sedução. Era aquilo que gostava, nunca quis casar e ter filhos, mas cedeu o casamento para não perder Anahí. Com a gravidez as coisas tornaram-se frias entre eles e tudo piorou, na concepção de Alfonso. Agora ele precisava pensar em algo, alguma estratégia para trazê-la de volta, custe o que custasse, nem que para isso necessitasse usar a força bruta.

E como se surgisse uma lâmpada sobre sua cabeça quando alguém tem uma ideia consideravelmente boa, o sorriso se alargou nos lábios de Alfonso. Recordou-se de que Carlos deveria ter o endereço da loira, e para consegui-lo não mediria esforços. Por sorte ainda era sexta-feira, passava um pouco das quatro horas da tarde. Saiu do quarto apressado, batendo a porta. O carro cantou pneu, e em poucos minutos ele estava em frente ao escritório de Carlos. Deu uma rápida olhada a sua volta, não identificando o carro do amigo, deu de ombros e adentrou o prédio.

- Preciso falar com Carlos, é urgente. – ele disse passando pela secretária, indo em direção a sala do amigo.

- Carlos está em um audiência. – ela falou indo atrás do moreno que abriu a porta do escritório, entrou e jogou o corpo sobre a cadeira do amigo.

- Sem problemas, aguardo meu amigo de infância aqui. – Alfonso disse a olhando com um sorriso cínico nos lábios.

A secretaria o olhou receosa. E agora, deixar ou não deixar que ele ficasse ali? Era amigo do patrão, mas não sabia até onde poderia confiar naquele homem. Alfonso tamborilou os dedos sobre a mesa de Carlos, sem deixar de esboçar o sorriso cínico enquanto encarava a secretária. Dando-se por vencida, ela deu dois passos para trás e fechou a porta. O moreno passou rapidamente os olhos pelos objetos sobre a mesa e então encontrou um envelope destinado a Anahí. Os olhos de Alfonso brilharam com a descoberta do endereço. O moreno então retirou-se da sala, passou pela secretária sem dizer nada e ela o olhou confusa, mas logo voltou a seus afazeres. Alfonso nunca fora um homem simpático, e sempre o considerou pouco sociável.

O moreno levava em seu rosto um sorriso colgate, de orelha a orelha. Agora teria Anahí de volta em seus braços, fingiria estar arrependido e ela o receberia de pernas abertas. Deteve-se a abrir o envelope enquanto caminhava até o carro. Só quando entrou e fechou a porta abriu-o. Ali continha um novo documento do divórcio e juntamente com ele algo que fez Alfonso gargalhar alto: o boletim de ocorrências, com um pequeno bilhete anexado "Guarde muito bem isso. Será sua carta na manga se Alfonso seguir recusando-se de assinar o divórcio".

- Conspirando contra seu melhor amigo Carlos? Cuidado que você pode amanhecer em um buraco com a boca cheia de formigas. – disse em um tom ameaçador. Pegou o acendedor de cigarro do carro e o encostou sobre o documento, que rapidamente começou a queimar. Alfonso riu alto enquanto observava o pedaço de papel virar cinza.

Agora que possuía o endereço, iria em busca de sua esposa. Girou a chave na ignição e acelerou rumo ao endereço no envelope. Largou-o sobre o banco e partiu em direção a Guadaloupe, próximo a Puebla, cidade onde moravam os sogros e onde encontraria a esposa.

Alfonso bateu o recorde, chegando na cidade três horas depois. Demorou um pouco até encontrar a rua onde ficava o endereço, saiu do carro assoviando alegremente e caminhou até a porta, parecia estar dançando.

Levou o dedo na campainha e o deixou lá. Podia escutar o barulho dentro da casa. Ao ver que na porta havia um olho mágico, o moreno levou a mão livre até ele, tampando-o. Queria que fosse surpresa, ver a cara de espanto de Anahí quando o visse ali parado a porta.

A campainha da casa tocava insistemente. Alice, que estava na cozinha, foi até a porta e estranhou não conseguir visualizar pelo olho mágico quem estava do outro lado. Abriu a porta e teve de segurar-se para não cair com o susto. O que ele estava fazendo ali? Como havia descoberto o endereço?

- Vim buscar minha mulher. – disse rispidamente, empurrou Alice e adentrou a casa. – ANAHÍ! – gritou chamando-a.

- Ela não está aqui Alfonso, volte para casa! – Alice disse basicamente implorando. Se Fernando o encontrasse ali, com certeza um sairia machucado. Temia que o marido ouvisse algo do escritório, porém Alfonso parecia não se intimidar.

Andou pelo corredor, abrindo as portas dos cômodos. E ao abrir a última porta, instintivamente entrou ao reconhecer o perfume da mulher. Vasculhou o quarto e não a encontrou, apenas sobre a cama havia uma bola de pelos branca.

- E esse animal asqueroso? – perguntou apontando para a cachorrinha, Ariel rangeu os dentes irritando Alfonso. Ele pegou-a e a jogou contra o chão. Com o impacto Ariel gemeu de dor, ficando imóvel.  

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