Capítulo 12 - O divórcio

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- Nós vamos morar com a vovó e o vovó. – Anahí falou impaciente. Manuela estava sendo teimosa e a deixando completamente constrangida em frente a José.

- Lá é chato, eu quero morar com o papai do coração. – disse fazendo birra, cruzando os braços sobre o peito.

- Nem sempre as coisas são como queremos Manu. – José interviu ao perceber que a loira estava ficando irritada – Prometo ir te visitar todos os dias.

- A mamãe vai ficar com ciúmes. – a pequena falou rapidamente, olhando para a mãe.

- Eu vou ir pra ver a mamãe também Manu. – ele disse sorrindo e Anahí corou.

- Podemos ir jantar? Estou com fome. – ela interrompeu o diálogo pai e filha, com os braços cruzados, sustentando o peso do corpo sobre a perna direita. Definitivamente Manuela tinha a quem puxar.

José insistiu em escolher o restaurante, optou pelo melhor e mais aconchegante. Sentia-se nas nuvens ao lado da loira e de Manuela, estava feliz, realizado. Manuela tagarelou durante todo o jantar, Anahí e José trocavam olhares ternos e apaixonados.

Após o jantar, Manuela foi brincar no playground e o casal pode conversar mais a vontade. Anahí segurou a mão esquerda dele sobre a mesa e a acariciou com o polegar.

- Promete pra mim que se ficarmos juntos, e por ironia do destino não der certo, não irá se afastar de mim e da Manu, independente do que acontecer sempre estará ao meu lado?

- Quer ficar comigo? Casar, construir uma família? – ele indagou emocionado, com os olhos mareados. Seu coração parecia querer saltar pela boca, arrastou rapidamente a cadeira para mais perto dela. Anahí sorriu ternamente e acariciou o rosto dele, enxugando uma lágrima que caiu. José era completamente diferente, estava ali a sua frente emocionado com um pedido simples, que para ele significava muito.

- Estou disposta a viver um louco amor. – ela sussurrou – Promete pra mim que nada irá mudar? – indagou ternamente, ainda acariciando o rosto dele.

- Eu prometo que daqui para frente a sua vida será mais colorida, repleta de felicidade. – frisou José, ainda emocionado, segurou a mão dela e a beijou - Farei o possível e o impossível para ser digno do seu amor.

- Eu sei que fará isso gatinho, mas ainda não respondeu a minha pergunta. – ela resmungou manhosa e ele riu achando graça.

- Eu prometo a você Anahí que sempre estarei ao seu lado, aconteça o que acontecer. – ele falou a fitando nos olhos. A loira sorriu largamente e curvou o corpo para frente colando sua testa com a do moreno. Ambos sorriram. – E também prometo ir com calma, esperar você resolver a sua vida, para juntos seguirmos em frente.

- Mamãe, papai! – Manuela exclamou chamando a atenção deles. O casal afastou-se e Anahí viu que a filha esfregava os olhinhos.

- Acho que tem uma princesinha com sono. – José falou e Manuela assentiu, escorando-se nas pernas dele. O moreno a pegou no colo e beijou carinhosamente em sua cabeça. Fez sinal para que trouxessem a conta e em poucos minutos estavam no carro a caminho de casa. Manuela adormeceu assim que José a colocou na cadeirinha, o dia havia sido exaustivo para ela.

Durante o trajeto até a casa dos pais de Anahí, José dividia a atenção na estrada com Manuela e Anahí. Assim que estacionou o carro em frente a casa, Anahí sentiu seu coração apertar, não queria deixá-lo partir. Em seu pensamento veio àquela morena que estava na academia mais cedo. E se ela estivesse esperando por José? E se ele se apaixonasse por ela? Balançou a cabeça afastando tais pensamentos, José não era Alfonso.

- Obrigada pelo dia maravilhoso. – ela disse ajeitando-se no banco de modo que ficasse de frente para ele. – Você me faz feliz em um nível que eu nem sabia que era capaz.

Ele sorriu, e a acariciou com a mão direita. Anahí curvou o corpo para frente e ele fez o mesmo, colando suas testas. Esquecia-se de tudo a sua volta quando estava com ele. Tudo parecia mais colorido, cheio de vida.

- Basta você chegar para a felicidade tomar conta dos meus dias. – ele sussurrou fechando os olhos.

O coração dizia para ela ter calma, porém sua razão gritava para beijá-lo, levar aquele homem ao seu quarto e permitir-se ter uma noite de prazer. Porém precisava ir com calma e não agir por impulso. Então se contentou em beijá-lo, sem pressa. Como era delicioso o sabor dos lábios dele! Havia amor, paixão, desejo, entrega. Nenhum homem havia a beijado daquela maneira, tão apaixonadamente. Não pode deixar de comparar aos beijos que trocou com Alfonso, completamente distintos e naquele momento pareciam ser completamente sem sentimento.

Aquele homem a levaria a perdição a qualquer momento, estava sentindo-se quente e úmida. Finalizou o beijo, agradeceu novamente pelo dia maravilhoso, saiu do carro e pegou Manuela. Ele a acompanhou até a porta, e antes que entrasse, Anahí virou-se para ele e o fitou.

- Preciso que me acompanhe amanhã. – ela sussurrou e ele a olhou curioso – Não quero ir a capital sozinha. – ela suspirou, tragou saliva – Vou dar entrada no divórcio.

José abriu um sorriso e a beijou na testa.

- Estarei sempre com você.

Na manhã seguinte, Anahí e José saíram por volta das nove horas e as onze estavam no escritório de Carlos, advogado e amigo de Alfonso. Anahí julgou ser ele o melhor para dar entrada no pedido de divórcio, pois era alguém de sua confiança, e também o único advogado que conhecia. Apesar de ser amigo de Alfonso, Carlos concordou que a melhor opção seria o divórcio deles, já que Alfonso nunca soube valorizar Anahí e a filha.

A loira abriu mão de tudo, não queria nada que viesse de Alfonso. Poderia muito bem sustentar a filha sozinha, abrir uma pequena empresa e seguir em frente. Alfonso nunca ajudou a criar Manuela, e não seria agora que precisaria dele. 

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