José ainda estava dentro dela, não queria sair daquela posição, mas precisavam tomar banho e comer algo, pois estava com fome. Caso contrário não sairia daquele conforto, daquela sensação maravilhosa de proteção. Que sentimento era aquele que parecia crescer a cada minuto dentro dela?
- Eu queria muito ficar assim até amanhã, mas estou com fome. – ela murmurou.
- Podemos pedir algo e ficamos assim. – José sugeriu e beijou-a no ombro.
Anahí olhou-o, lhe deu um selinho e caminhou pelo quarto em busca de seu vestido. José cerrou os olhos e balançou a cabeça, vê-la completamente nua desfilando a sua frente era um convite a perdição, a jogá-la na cama e fazer amor com ela o restante da tarde.
- Você rasgou minha calcinha. – ela murmurou entre os dentes, José riu alto. – Para de rir José! – resmungou batendo o pé no chão, cruzou os braços sobre o peito. Ele foi até ela e lhe deu um selinho.
- Só eu saberei que está sem essa ilustre peça. – falou malicioso e a loira lhe desferiu uns golpes no tórax.
- Eu não vou sair assim! – protestou.
- Podemos ligar e pedir um fast food, ou vou no restaurante japonês do outro lado da rua e peço yakssoba.
- Yakssoba. – disse rapidamente com os olhos brilhando.
Entre beijos, sorrisos e caricias tomaram banho juntos antes de José sair para buscar o lanche da tarde, o que seria o almoço deles. Em quinze minutos José estava de volta, com dois embrulhos nas mãos e dois sucos naturais. Largou tudo sobre a mesa que havia no quarto, abriu os pacotes e o aroma da comida invadiu o quarto, fato que provocou em Anahí desconforto, um embrulho no estômago.
Correu ao banheiro e debruçou-se sobre a privada, colocando todo o café da manhã pra fora. Preocupado, José correu atrás dela e a viu sentada, baixou-se ao lado dela e a beijou na cabeça.
- Não pode ser, droga! – ela falou em meio às lágrimas. – Porque essas coisas só acontecem comigo? – disse levantando-se, deu a descarga, baixou a tampa do vaso e sentou-se ali. Apoiou os cotovelos sobre as pernas e a cabeça nas mãos.
José a observava sem falar nada, tinha receio de dizer algo e ela se chatear. Anahí o encarou, ele parecia distante, como se observasse um ponto fixo na parede. Há pouco estavam fazendo amor, e agora recebia um balde de água fria. Como poderia exigir que aquele homem a sua frente assumisse uma responsabilidade tão grande? Porque a felicidade escorria de suas mãos quando por fim a conseguia?
José a encarou e seu coração deu solavancos. Ele seria o pai daquela criança, a amaria com todas as suas forças.
- Vamos ter um bebê, isso é maravilhoso. – ele disse por fim, com os olhos mareados. A loira deixou um soluço escapar e o abraçou imediatamente. Ele apertou-a contra si e afagou seus cabelos. Permaneceram por um bom tempo assim, com ele acariciando-a nas costas e dando beijos em seus cabelos, Anahí remexeu-se e só então ele a soltou.
- Estou me sentindo péssima. – confessou com a voz embargada, suspirou. José sorriu ternamente e a tocou no rosto, a acariciando. – Estraguei tudo, estava tão perfeito.
- Continua perfeito meu anjo, esse bebê é a prova disso.
- Eu não entendo como aconteceu, cuidei tanto. – lamentou. Um nó havia se formado em sua garganta, a única coisa que queria era livrar-se daquela angustia, daquele sofrimento. - Alfonso sempre usou preservativo...
- E quem disse que ele é o pai? – José indagou arqueando uma sobrancelha, levou a mão ao ventre de Anahí e acariciou, ela sorriu - Esse bebê é meu!
- Não posso te obrigar a isso José. – ela disse meneando a cabeça enquanto se levantava.
- Você não está colocando uma faca em meu pescoço Anahí.
Anahí ao quarto, mal chegou à porta e voltou, vomitando novamente. José foi até o quarto, fechou as embalagens e abriu as janelas do cômodo. A loira retornou, tampando o nariz. José segurou-se para não rir e ela o olhou em desaprovação. O moreno caminhou até ela e a abraçou. Anahí afundou o rosto no pescoço dele, aspirando o seu perfume, e percebeu que aquele cheiro amenizava seu mal estar. Sem conhecê-lo, aquela criança que carregava em seu ventre já o amava.
- Podemos ir para casa? – ela perguntou em um tom baixo, quase em um sussurro.
- Ia sugerir isso, pois estou com muita saudade de uma princesinha que deve estar sentindo falta dos pais.
- Você existe mesmo? – indagou o olhando nos olhos, ele selou os lábios. – Antes de irmos, podemos passar em uma farmácia?
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Un Nuevo Sol
FanfictionDurante muitos anos Anahí sofreu com um casamento conturbado, fadado ao fracasso. Desiludida com o amor, o destino cruzou a sua vida com um belo homem de corpo escultural, romântico, com belos olhos claros e olhar sedutor. O que ela antes pensava se...