Anahí correu o mais rápido que pode. José já havia sumido de seu campo de visão. Ao chegar no portão, visualizou José em uma luta para arrancar Manuela dos braços daquele homem. E agora, o que fazer? Ir ajudar José e colocar em risco a vida da filha ou ficar ali parada apenas observando?
Um segundo homem apareceu e apontou uma arma para José. Anahí sentiu suas pernas amolecerem. Cambaleou e segurou-se no portão para não cair. Foi então que sentiu uma pontada no pé da barriga. Cerrou os olhos e levou a mão ao local acariciando. Aquela não era uma boa hora para Lorena nascer. E logo em seguida ouviu um tiro. O grito de Anahí em coro com o de Manuela ecoou no ar.
Anahí correu ao encontro de José caído ao chão, sangrando. O homem encapuzado veio até ela e a segurou com força.
- Você também vem comigo. – falou friamente e a puxou em direção ao carro.
Anahí ficou sem reação, deixando-se levar por aquele homem. José receberia socorro em breve, tinha certeza. Ele ficaria bem. Ela precisava estar junto com Manuela. Aquele homem a segurava com tanta força que seus braços doíam. Ele a empurrou para dentro do carro. Novamente sentiu uma fisgada na barriga, desta vez mais forte. Manuela ao ver a mãe a agarrou. E naquele momento os olhos azuis cruzaram com dois pares de olhos verdes.
- Você é doente! – gritou a loira. Ele apenas gargalhou alto e acelerou. Manuela encolheu-se contra o peito da mãe e começou a chorar – Dá pra você ir devagar? Há crianças aqui!
- Quem se importa? – ele perguntou e riu alto, parecia descontrolado. Pisou fundo no acelerador, dobrando a velocidade, chegando aos 220 km/h - Me sentiria honrado em acabar com a vida desses seres desprezíveis que você chama de filhas.
- Alfonso, por favor! – Anahí implorou com os olhos mareados. - Seja correto uma vez na sua vida.
- Cala a boca! – ele gritou a olhando friamente pelo retrovisor. – Eu quero as duas caladas. – falou e Manuela continuava a chorar – Cala a boca dessa fedelha asquerosa! – gritou novamente.
Anahí beijou a Manuela nos cabelos e a trouxe mais para perto de si. Puxou o cinto de segurança sobre as duas e cerrou os olhos, pedindo aos céus proteção. Não voltou a abri-los, evitaria contato visual com aquele monstro. Em torno de uma hora depois, o carro parou. A porta do carro se abriu e ela sentiu um ar gelado.
- Desça! – disse alto, apontando para fora. – E nem pense em correr. No seu estado não chega longe, e quem acará com as consequências será a pirralha.
Anahí desceu do carro e observou ao seu redor. Estava em meio a uma mata e logo mais a frente havia uma cabana. Que lugar era aquele?
- Onde estamos?
- Estamos em nossa casa meu amor, em nosso ninho de amor. – ele falou sorrindo sarcasticamente – E você vai aprender a ser uma esposa fiel.
- Alfonso, por favor, estou grávida.
- Não me interessa. – ele disse dando de ombros, segurou-a pelo pulso com firmeza – Você me pertence e eu vou voltar a demarcar todo esse território. – disse malicioso, olhando-a como um predador prestes a atacar. Passou a língua nos lábios, a prendeu contra o carro e avançou em seu pescoço. Anahí sentiu nojo. Manuela desceu do carro e chutou a canela do moreno, que gritou de dor.
- Larga a minha mamãe seu velho babão!
Alfonso virou-se com fúria e a segurou pelos cabelos, puxando-os.
- Sou eu que mando aqui agora pirralha. – esbravejou furioso e a menina o olhou temerosa, segurando o choro - Ou me obedece, ou mato a sua querida mamãezinha.
Manuela assentiu rapidamente e ele soltou-a. A menina correu até a mãe e abraçou suas pernas.
- Não querem conhecer a casa? – ele perguntou cantarolando. Anahí ficou imóvel, ele então a puxou, obrigando-a a ir à frente.
Anahí abriu a porta e travou. O lugar era completamente sujo, com muitas teias de aranha. Havia um colchão no chão e uma mesa com duas cadeiras apenas. Em um canto pode ver uma mala e logo ao lado correntes presas na parede. Um arrepio percorreu seu corpo. O que Alfonso estava tramando?
- Me solta! Me solta! – Manuela gritou e Anahí o viu arrastar a filha para o canto, em direção as correntes. Anahí tentou intervir, porém Alfonso empurrou-a, fazendo com que caísse sentada no chão. Dessa vez a dor foi insuportável e a loira gritou alto. Manuela quis ir até a mãe, mas Alfonso segurou-a e prendeu um de seus pés na corrente.
O moreno então andou até Anahí com um sorriso nos lábios. Um arrepio percorreu pelo corpo de Anahí. Conhecia muito bem aquele olhar e o que viria em seguida. Por anos o viu agir daquela maneira quando queria sexo. Negar sexo a Alfonso significava espancamentos e muita dor.
- A festa está começando. Vou me divertir muito essa noite. – disse abrindo o cinto da calça.
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Un Nuevo Sol
FanfictionDurante muitos anos Anahí sofreu com um casamento conturbado, fadado ao fracasso. Desiludida com o amor, o destino cruzou a sua vida com um belo homem de corpo escultural, romântico, com belos olhos claros e olhar sedutor. O que ela antes pensava se...