Há exatos trinta dias Anahí recebera a intimação. O tão temido dia havia chego. A família saiu logo cedo rumo á capital. Junto com eles foram Fernando, Alice e Dulce Maria que seriam testemunhas de Anahí.
Assim que entraram a antessala de audiência, Anahí deu de cara com Alfonso ao lado de Carlos. Instintivamente ela levou uma mão ao ventre e puxou Manuela para trás de si. José, da mesma maneira, parou-se em frente as suas meninas. A loira lançou um olhar gélido para ambos. Alfonso sorriu e deu dois passos a frente, decidido a provocar a loira.
- Não vai dar um abraço no papai Manu? Estou com saudades. – Alfonso disse friamente, abaixou-se e abriu os braços.
Manuela meneou a cabeça negativamente e agarrou-se nas pernas de José, que a pegou no colo, protegendo-a.
- Fique longe da minha filha Alfonso. – Anahí murmurou.
- Quem ficará longe dela é você. – disse debochadamente – E quem sabe exija a guarda dessa criança que carrega no ventre. – ele riu sarcasticamente. – Isso claro, se for minha. Há grandes possibilidades de ser do seu amante.
- Nada me traria mais felicidade se for de José. Você não merece ser chamado de pai.
- Vamos meu anjo, não perca tempo com esse embuste. – Fernando sussurrou para a filha. Anahí assentiu e adentrou a sala.
Quinze minutos depois todos foram chamados para entrarem na sala, pois a audiência iria começar. O coração de Anahí batia descompassado, e volta e meia ela trocava olhares com Alfonso. O moreno mantinha um sorriso debochado nos lábios. Carlos não direcionava o olhar para Anahí. Não se sentia bem naquela posição. Sabia perfeitamente que o melhor para Manuela era estar com a mãe, e bem distante do pai biológico. E também tinha absoluta certeza de que o juiz não daria a guarda para Alfonso, pois ele mesmo havia se encarregado de entregar as tais fotos ao advogado de defesa.
O juiz adentrou ao seu lugar, sentou-se e olhou rapidamente para o casal a sua frente. Nitidamente percebeu a arrogância estampada na face do pai biológico, o qual exigia a guarda da menor. Anahí acariciou a barriga, olhou sobre o ombro e sorriu quando seu olhar se cruzou com aqueles dois pares de olhos claros que tanto amava: José e Manuela.
- Alfonso Herrera Rodriguez, casado, empresário, representado por seu advogado... – iniciou uma voz feminina e Anahí endireitou-se na cadeira desconfortável - Vem requerer ação guarda em face de Anahí Puente Herrera, arquiteta, casada, diante dos fundamentos que passo a expor: Autor e ré são casados desde abril de 2015 e desta união veio a menor impúbere Manuela Puente Herrera, nascida em 17 de janeiro de 2016. Há alguns meses, o autor recebeu provas de que a esposa estava o traindo. Irritado e sem saber o que fazer, o autor expulsou a ré de casa, junto com a menor. Contudo desde o episodio a mãe da menor, a ré, não permite que o autor tenha acesso a sua filha. O requerente teme que a atitude inconsequente e egoísta de sua mulher possa comprometer a relação que possa construir com sua filha. Ressalta o requerente que possui melhores condições financeiras e psicológicas para garantir a menor um desenvolvimento pleno e saudável.
- Com a palavra o advogado da defesa. – anunciou o juiz.
- Peço que a ré inicie o seu depoimento. – Falou Júlio Belmonte, o advogado da loira.
Após todo aquele procedimento de jurar dizer a verdade, Júlio parou em frente a loira e a fitou, pronto para iniciar o interrogatório.
- Como era o seu relacionamento com Alfonso?
A loira suspirou. Cerrou os olhos e tragou saliva. Recordar aqueles anos tenebrosos não lhe agradava. Seus olhos marearam e ela segurou-se para não chorar.
- Nos primeiros meses de namoro pode-se dizer que era tranquilo. – disse calmamente, respirou fundo e continuou - Com o tempo Alfonso passou a chegar tarde em casa, alcoolizado. Me obrigava a ter relações com ele. – contou e ouve burburinhos, o juiz bateu seu martelo exigindo silêncio. Júlio fez sinal para que a loira prosseguisse - Caso negasse, me espancava, pouco se importando se Manuela estava no quarto. No dia em que ele me expulsou de casa, me acusando de traição... – Anahí tragou saliva, enxugou as lágrimas que começaram a cair ao recordar daquele dia. Era como se um filme passasse em sua cabeça.
- Ela está encenando! - Alfonso gritou.
- O senhor terá a sua vez de falar, peço que não interrompa o depoimento. – disse rudemente o juiz. – Pode prosseguir Anahí.
- Naquela noite eu estava ao telefone com um amigo, a única pessoa que podia desabafar e não me julgava, me dava forças para não desistir de lutar. – explicou e lançou um olhar apaixonado para José - Alfonso chegou embriagado, me insultou em frente a Manuela, me bateu. – ela comprimiu os lábios e acariciou a barriga, e em um sussurro disse: - E se não tivesse impedido, ele bateria na Manu também.
- É mentira! Falsa! Vagabunda! – Alfonso gritou novamente.
- Senhor Alfonso eu peço que mantenha-se calado e não difame a sua companheira.
- Apenas quero a minha filha longe dessa mulher e do amante dela. – Alfonso murmurou.
- Sem mais perguntas. – disse Júlio.
Então o juiz passou as perguntas para que Carlos as fizesse. Este sorriu para a loira que fechou a cara.
- É verdade que mantem um relacionamento com José Ron Vasquez? – Carlos indagou arqueando uma sobrancelha. Anahí pode ver, por cima do ombro de Carlos, o sorriso vitorioso de Alfonso.
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Un Nuevo Sol
FanfictionDurante muitos anos Anahí sofreu com um casamento conturbado, fadado ao fracasso. Desiludida com o amor, o destino cruzou a sua vida com um belo homem de corpo escultural, romântico, com belos olhos claros e olhar sedutor. O que ela antes pensava se...