Un Nuevo Sol

Capítulo 14 - Liberdade

Quinze dias depois, Carlos ligou avisando que tudo estava pronto e a aguardava na sexta-feira, as onze horas, para assinar o documento. Na noite de quinta feira para sexta feira Anahí mal conseguiu dormir, estava ansiosa para finalmente estar oficialmente divorciada e poder recomeçar ao lado de José. Assim deixaria de sentir-se culpada por não resistir aos encantos daquele homem que a perturbava há mais ou menos dois meses. 

Por volta das quinze para as onze horas da manhã daquela sexta-feira, a loira adentrou o prédio onde ficava o escritório de Carlos. José havia a acompanhado até a capital, mas a loira preferiu ir sozinha até o escritório. O receio de ficar cara a cara com Alfonso era enorme, e pioraria a situação se José estivesse ao seu lado. Enquanto Anahí assinava a sua liberdade, José tentava se distrair, conter sua ansiedade fazendo compras para sua academia. Manter sua mente ocupada, ou pelo menos tentar, faria o tempo passar mais rápido. Da mesma forma que Anahí, o moreno ansiava por esse momento, para que Anahí tivesse a tão almejada liberdade e pudesse reconstruir a vida ao seu lado. 

Para a ocasião, Anahí havia optado em sandálias de salto e um vestido azul marinho, de tecido fino, que iam até quase seus joelhos. Obvio que a loira pensando na sua comemoração após o encontro com o advogado. Devido a isso, caprichou na escolha da lingerie vermelha. Logo a secretária de Carlos liberou sua entrada na sala, e assim que abriu a porta, Anahí respirou aliviada.

- Obrigada por ele não estar aqui. – Anahí falou em um sussurro. Anahí estava tensa, vê-lo naquele momento não seria nada agradável, sem contar nas péssimas lembranças e mágoas que tinha dele. Deu alguns passos e sentou-se em uma cadeira em frente ao advogado. Carlos pegou a pasta sobre sua mesa e estendeu para a loira.

- Tem certeza de que é isso mesmo o que quer Anahí? – Carlos indagou a fim de encontrar um resquício de arrependimento, a loira o encarou.

- Absoluta certeza Carlos. – falou pausadamente e o fitou séria – Me ver livre desse monstro ao qual chama de amigo é a melhor decisão que já tomei na vida.

Anahí pegou a caneta, correu rapidamente os olhos pelo documento, pagina por página. Rubricou uma a uma, sem hesitar momento algum. Era como se tirassem um peso enorme de suas costas. A porta se abriu batendo contra a parede, fazendo um barulho. Alfonso adentrou a sala completamente transtornado e pelo aroma que emanava, a loira teve a certeza de que ele estava bêbado. Anahí olhou-o estática, deixando algumas lágrimas caírem sobre sua face. Sem sombra de dúvidas, Alfonso era lindo, praticamente um deus grego, porém não merecia perdão. Ou talvez até o perdoasse algum dia, mas jamais voltaria a ser esposa dele.

- PAREM! – ele gritou, levando a mão a frente do corpo – Eu protesto! Não sou a favor desse divórcio.

Se Alfonso fosse ator ganharia o Oscar. Dias atrás ele a expulsou de casa alegando nunca mais querer vê-la, e agora era contra o divórcio? O que de fato Alfonso queria? Obvio que não ficaria calada, ali na frente de Carlos, Alfonso não ousaria erguer a mão para ela.

- Problema seu Alfonso, eu acabei de assinar a minha liberdade. – Anahí esbravejou pondo-se em pé.

- Você não pode me deixar assim Anahí, você é minha mulher. – Alfonso falou angustiado, fez menção de ir até ela e Carlos rapidamente pôs-se em frente a Anahí protegendo-a.

- Ex-mulher. – ela o corrigiu e sorriu cinicamente.

- Ainda não assinei, então continua sendo minha esposa. – ele disse desafiador – MINHA, MINHA! – ele gritou e Anahí meneou a cabeça. Como pode ficar casada com ele por tanto tempo? – Não vou assinar nada!

- Faça o que quiser. – a loira deu de ombros - O fato de você não assinar o divórcio não irá me impedir de recomeçar. – Anahí falou desafiadoramente, sorriu sarcástica para ele o encarando.

- Você não será feliz com outro homem, você me pertence!

Anahí gargalhou debochadamente. Ele acreditava mesmo que ela seguiria sendo submissa a ele? Nunca mais. Foi-se o tempo em que era uma trouxa, um fantoche em suas mãos.

- Foda-se! – Anahí disse sem rodeios, colocou a bolsa sobre o ombro e saiu da sala. Alfonso bem que tentou ir atrás, mas Carlos o impediu. Ele então sentou no chão e começou a chorar.

- Ela não pode me deixar, não posso perdê-la. – lamentou.

- Devia ter pensado antes de cometer tantos erros Alfonso, agora arque com as consequências. Deixe-a livre e siga a sua vida. – sugeriu Carlos.

- EU NÃO VOU ASSINAR NADA! – gritou empurrando Carlos, foi até a mesa e rasgou o documento que Anahí havia acabado de assinar. – Agora você vai me dar o endereço dela e essa mulher vai saber quem manda.

- Você rasgando esse documento não vai mudar nada. Anahí voltará aqui e assinará outro se for preciso. – Carlos disse enfático e Alfonso bufou - Você a perdeu Alfonso, aceite isso.

- NUNCA! ANAHÍ NUNCA VAI SE DIVORCIAR DE MIM! – gritou com o olhar cheio de ódio.

- Não piore as coisas Alfonso, ou você a deixa em paz, ou mando o boletim de ocorrências, o qual omiti no divorcio, diretamente para as mãos do juiz. E aí meu amigo, você verá o sol nascer quadrado. – ameaçou Carlos.

- Isso não vai ficar assim. Ela não pode me deixar. – disse andando de um lado para o outro.

Assim que Anahí saiu do escritório, caminhou rapidamente por algumas quadras, receosa de que Alfonso a seguisse. Estava livre dele, poderia seguir em frente, ser feliz ao lado de quem realmente lhe fazia bem e a amava. Instintivamente parou em frente a um hotel e mordiscou o lábio inferior, sorrindo com o que lhe veio à mente. Digitou rapidamente uma mensagem para José. Ele estava saindo de uma loja especializada em suplementos quando recebeu a mensagem de Anahí.

"Estou em frente ao hotel Sheraton, venha imediatamente".

Havia acontecido algo? Alfonso teria a machucado? José guardou o celular, sem respondê-la, entrou no carro e saiu cantando pneu até o hotel. Com certeza receberia algumas multas por ter avançado em sinal fechado, mas pouco importava, estava preocupado com Anahí. Estacionou em frente ao Sheraton e a viu escorada no balcão, segurando uma chave.

Anahí não precisou virar-se para saber que era ele que estava atrás de si, reconhecia aquele perfume a quilômetros de distância.

- Apenas me siga, tenho um assunto urgente para resolver contigo. – disse e saiu caminhando em direção ao elevador. José prontamente seguiu-a, sem entender nada.