Capítulo 25 - Estou pronta para a guerra

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A angústia e o receio de perdê-lo faziam Anahí mal conseguir dormir. Necessitava relaxar e cuidar-se, mas o medo a atormentava. E agora, o que faria se tivesse de ficar muitos dias em repouso e não poder saciar os desejos masculinos de José? Tinha a mais absoluta certeza de que não suportaria perdê-lo. Meses atrás, antes de conhecê-lo, julgava que jamais conseguiria sobreviver sem Alfonso. Estava completamente enganada, pois não sentia a falta do ex. Perder José a levaria para o fundo do poço, destruiria a sua vida.

O sentimento que cresce diariamente a estava deixando assustada, apavorada. Seria possível amar tanto assim alguém? Tanto que doía o peito? Como se ele fosse explodir a qualquer momento? Desejar estar eternamente nos braços dele?

Durante os dois dias em que esteve no hospital, José não saiu de seu lado. Permaneceu em um sofá minúsculo, bem ao lado da cama da loira. A qualquer movimento dela, estava de olhos abertos, atento a tudo. E isso fez com que desejasse ainda mais dormir e acordar em seus braços todos os dias. Assim que melhorasse, ela mesma o pediria em casamento, da mesma forma que o pediu em namoro. Pesquisaria algo bem criativo, e com a ajuda de Manuela colocaria em prática o pedido. Se antes ela não pensava em pular etapas, agora havia mudado de ideia. Não perderia mais tempo. Não havia motivos para que colocasse barreiras entre eles e algo tão lindo e forte que crescia mais e mais. A partir do momento em que chegasse em casa, tudo seria diferente. Isso claro, se os medos e traumas não a impedissem. Mas conhecendo José, sabia perfeitamente que ele a ajudaria a superar todos eles.

Após a alta de Anahí, José optou por passar alguns dias ao lado da loira na casa dos sogros, a fim de vigiá-la durante a noite. Anahí não se opôs, pois o queria por perto. Porém da mesma forma que no hospital, algo parecia incomodar a loira.

- O que está acontecendo? – perguntou preocupado, ligou o abajur e sentou-se na cama – Entendo que no hospital é completamente desconfortável dormir, a cama é horrível. Porém está em casa, no conforto da sua cama e ainda assim está se remexendo há horas. O que te incomoda? Se for o fato de estar aqui contigo na cama, me diga que durmo no sofá.

- Não tem nada haver com isso, nem com você. – ela disse rapidamente, sentou-se com cuidado, apoiando as costas na cabeceira da cama. – Há muitas coisas borbulhando em minha mente.

- Que tipo de coisas? Pelo que houve? – ele indagou carinhosamente.

Anahí abraçou-se e suspirou. Como explicar a ele o que a angustiava? Como dizer que o fato de não poder fazer amor com ele a deixava irritada, preocupada? Não queria chateá-lo.

- Por tudo. – sussurrou, mordeu o lábio inferior e olhou para um ponto fixo na parede, fugindo do encontro de olhares - É muita informação, muitas mudanças.

Ele a fitou minimamente. Suspirou e tragou saliva. Algo em seu interior lhe dizia o que acontecia com a loira, mas precisava ouvir da boca dela e confirmar suas suspeitas. Talvez se a deixasse sozinha por algum tempo, a faria repensar. Sem dizer nada se levantou da cama, pegou a camisa que estava sobre a cadeira próximo à cama, vestiu-a e caminhou lentamente até a porta.

Anahí balançou a cabeça e rapidamente levantou da cama e foi até ele, segurando-o pelo braço.

- Não vá, por favor. – implorou com os olhos mareados. – Não me deixe, não me troque.

José soltou o ar vagarosamente e a conduziu até a cama. Sentou-se de frente a ela, segurou suas mãos. Anahí abaixou o olhar, ele segurou o rosto dela entre as mãos e fez com que o olhasse diretamente nos olhos.

- Pare de pensar besteiras meu anjo. Eu nunca vou deixá-la. E jamais volte a pensar que vou repetir o que aquele monstro fez. Vamos conviver com isso, superar juntos.

- Mas você é homem e...

- Sexo não é tudo em um relacionamento. – ele falou a interrompendo - É algo que complementa a relação, mas não a base do relacionamento. – o moreno suspirou, tragou saliva e a olhou ternamente - Entendo perfeitamente o seu medo, mas não sou como ele. Não vou ir procurar na rua porque você precisa cuidar da sua saúde e da nossa princesinha. – disse abrindo um sorriso, curvou o corpo e selou os lábios nos dela, encostou as testas - É apenas por um tempo, temos a vida toda para nos amarmos. O que importa agora é que vocês fiquem bem, sãs e salvas.

Ele existia mesmo? Anahí queria morrer. Comprimiu os lábios e deixou que as lágrimas caísse sobre a face. José aconchegou-a nos braços e beijou repetidas vezes em seus cabelos.

- Eu amo você Anahí, tanto que chega a doer. Amo você e nossas filhas.

- Nós amamos você papai. – disse manhosa e ele sorriu.

O moreno ajeitou a cama, deitou-se e fez com que ela deitasse sobre seu peito. Contornou os braços em volta do corpo dela, a apertando contra si.

- Agora feche os olhinhos e durma. – a beija na cabeça – Estarei aqui todos os dias quando acordar, assim bem abraçadinho com você.

Perfeição o definia. As poucas palavras dele haviam a deixado mais calma. José tinha esse poder incrível de acalmá-la com facilidade. Poucos minutos depois Anahí dormiu. José aproveitou para descansar também, mas por varias vezes acordou durante a noite para certificar-se de que estava tudo bem com a loira.

Por volta das nove horas da manhã, no dia seguinte, o casal foi acordado por Manuela, que pulou na cama, feliz pelo fato da mãe estar de volta em casa. Meia hora depois o casal e a menina foram tomar café em família. Alice adentrou a cozinha sorridente, contagiada pelas gargalhadas daquela família.

- Há pouco chegou essa correspondência para você filha. – disse estendendo um envelope amarelo para a loira – Desculpe interromper essa alegria matinal da família, mas disseram que é urgente. – alertou-a e Anahí assentiu.

- Deve ser o divórcio. – disse verificando o envelope com um emblema do fórum da capital - Finalmente livre! – comemorou erguendo as mãos para o céu. Rapidamente a loira abriu e engoliu em seco ao ver o conteúdo. - Ele quer a guarda das crianças... – sussurrou, engoliu em seco e enxugou as lágrimas que insistiam em cair – E também estou sendo acusada de bigamia. – ela meneou a cabeça e bufou - É muita cara de pau desse imbecil. Ele que se prepare, pois estou pronta para a guerra.

Un Nuevo SolOnde histórias criam vida. Descubra agora