Capítulo 20 - Bem vinda à família

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Dois dias depois veio o susto: Anahí teve uma ameaça de aborto. Por sorte, José estava ao seu lado e a socorreu, levando-a para o hospital. A médica alertou-a de que teria de cuidar-se, não erguer pesos e não fazer esforços físicos. Na ocasião, aproveitou e fez a primeira ultrassonografia. José estava todo coruja ao seu lado. Anahí então descobriu estar por volta da oitava semana de gestação. Algo nos cálculos mentais de Anahí parecia não bater, pois há dois meses Alfonso estava em uma viagem. Porém não ligou muito, o cálculo da médica deveria estar errado. 

Duas semanas depois, já recuperada e coberta de mimos, José convidou Anahí para visitarem seus pais em Acapulco e apresentá-la como sua futura esposa. A loira estava receosa, com medo de ser julgada ou mal recebida. José a tranquilizou dizendo que os pais, Martha e Jorge, estavam ansiosos para conhecer a nora e a neta. Ariel, a cachorrinha de Manuela ficaria sob os cuidados da avó materna. Anahí olhou para a mala a sua frente e as roupas ao lado, suspirou e sentou-se sobre a cama, angustiada. A ideia de conhecer os sogros assustava, sentia-se em pânico em cogitar não ser aceita.

- Parece que alguém ainda não fez a mala. – ele comentou sorridente entrando no quarto, chamando a atenção dela. Anahí encolheu os ombros e comprimiu os lábios.

- Tem certeza de que isso é uma boa ideia? – indagou franzindo o cenho, o encarando. José soltou o ar pela boca, sentou-se ao lado dela e segurou suas mãos, afagando-as com os polegares. Ele afirmou com um gesto de cabeça e ela rolou os olhos - Pra você é fácil, são seus pais. – murmurou. José soltou um riso pelo nariz e meneou com a cabeça.

- E por serem meus pais sei que vão ficar encantados em conhecer minhas meninas. – ele falou apaixonado, curvou o corpo e lhe deu um selinho, levou uma das mãos ao rosto dela e acariciou – Confia em mim? – ele perguntou e Anahí prontamente assentiu – Tudo vai ficar bem. É normal ficar assim apreensiva, ansiosa, mas depois vai perceber que não era nada disso que está em sua imaginação.

- Impossível não ficar nervosa, ainda mais na minha situação. – murmurou e José sorriu minimamente. Entendia perfeitamente o que a loira sentia, ou pelo menos fazia ideia.

- Quando meus pais se conheceram, mamãe estava grávida de Guilherme. – ele disse e ela o olhou confusa - Ela era empregada na casa de meus avós, neta de uma governanta muito querida pela família. Papai enfrentou tudo e todos que criticavam por envolver-se com alguém de outro nível social. – explicou José, Anahí sentiu-se um pouco mais tranquila. - Então relaxe, ninguém irá te julgar. E se te deixa mais tranquila, eles sabem de você muito mais do que imagina.

- Tenho até medo de perguntar o que andou falando de mim.

- Bem, disse apenas verdades. – ele falou sorrindo. Anahí admirou-o, amava aquele sorriso e por um momento desejou que o bebê que crescia em seu ventre herdasse aquele sorriso encantador - Que a mulher que eu amo é linda, maravilhosa, perfeita, que é mãe de uma princesa encantadora e irá me presentear com um dos bens mais preciosos que existe, mais um filho.

- Para de ser tão perfeito. – ela murmurou novamente e ele sorriu – Assim não resisto e me apaixono mais, e mais e mais. Daqui uns dias não saberei viver sem você.

- A intenção é essa. – ele falou e lhe piscou. Anahí lhe deu um tapinha. – Mãos a obra se não essa mala não fica pronta.

- É só colocar essas roupas aqui dentro da mala. Vou arrumar a Manu. – ela disse e José sorriu malicioso ao pegar uma calcinha da loira, branca, toda rendada. – Não é para você ficar de olho em minhas roupas intimas! – ela resmungou batendo o pé.

Assim que Anahí saiu do quarto ele olhou para a montanha de roupas sobre a cama e franziu o cenho, coçou a cabeça. Porque mulheres costumavam ser tão exageradas quando vão viajar? Pacientemente ele colocou todas as peças na mala, perfeitamente organizado. Meia hora depois estava colocando duas malas no bagageiro da camionete de Anahí, com a qual iriam até Acapulco.

A viagem de algumas horas foi divertida com Manuela fazendo inúmeras perguntas sobre os novos avós. A pequena estava animada com a existência de um tio, que estava ansioso para conhecê-la.

Ao entrar no condomínio Aquamarine, avistaram uma casa branca com janelas em cinza lunar, de dois pisos, com um casal em frente. José sorriu largamente e então a loira teve certeza de que eram os sogros. Ela puxou o ar com força, José lhe tocou na perna como se pedisse que ficasse tranquila. Nem bem estacionou a camionete, os pais foram ao seu encontro sorridentes.

- Seja bem vinda a família filha. – Martha disse a abraçando.

- Cadê a princesa do vovô? – Jorge indagou indo até José que estava com Manuela no colo. A menina sorriu, estendeu os bracinhos e o abraçou.

- A vovó também quer um abraço! – Martha falou estendendo os braços na direção da menina que se jogou no colo dela.

Alguém atrás deles clareou a garganta, Anahí girou o corpo e era um homem alto, de braços fortes e corpo atlético, cabelo loiro arrepiado e olhos verdes. Anahí deduziu ser Guilherme, seu cunhado e meio irmão de José.

- Então essa é a nossa deusa milagrosa? – Guilherme indagou indo até ela e a abraçou.

- Respeito com minha mulher! – José murmurou entre os dentes, visivelmente enciumado.

- Ciumento... – Guilherme cantarolou e Anahí riu, olhou para José que estava carrancudo. A loira lhe lançou um olhar repreendedor, ele ignorou e foi até ela a enlaçando pela cintura. – E essa princesinha? – indagou e a menina abriu um sorriso. Ele foi até ela e a pegou no colo e a rodou. – A beleza com certeza foi herdada da mãe.

José fechou a cara, sua face enrijeceu.

- O papai está com ciúmes. – Manuela falou fazendo todos rirem, inclusive José.

- Seu pai é muito ciumento Manu, mas com razão. – Jorge falou sorrindo. Manuela assentiu.

- E o bebê? Já sabe o que vai ser? – Guilherme indagou curioso.

- Ainda é cedo, talvez daqui um mês. – Anahí falou um tanto constrangida.

- Será outra princesa. – José falou abrindo um sorriso apaixonado, levou uma das mãos ao ventre de Anahí – Temos altos papos e ela me conta tudo. – disse e Anahí gargalhou, recordando-se das conversas de José com o bebê.

- Virou Madame Sassu de calças? – indagou Guilherme.

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