Capítulo 16

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- Então amanhã as 06:30 saímos daqui? – Joaquim pergunta enquanto estamos todos sentados na sala, eu sentada entre as pernas de Sebastian no sofá, tio Paulo com a cabeça no colo de tia Clara e Ju sentada no colo de Joaquim.

- Sim querido, eu e Paulo iremos de carro, vocês podem ir com as motos.

Havia uma semana que eu estava de férias, consegui terminar o bimestre com notas boas, agora tinha dois meses de férias. Tia Clara resolveu que toda a família iria passar uns dias na fazenda. Amanhã iriamos e só voltaríamos daqui 10 dias. A alguns dias descobri que Sebastian e Joaquim adoram motos, já haviam participado de varias competições. Então, amanhã iriamos de moto para a fazenda.

Isso me lembrava minha família, queria poder ir passar um tempo com eles, mas para isso teria que ter dinheiro e eu não tinha. A viagem de avião era cara, e ir de carro não compensava. Aquilo doía tanto, mas não tinha o que fazer.

- Pessoal, amanhã as 06:00 quero todos de pé, tudo bem? – Tia Clara indaga e todos assentimos. Ela se despede e sobe as escadas com o tio. Ju e Joaquim também se despedem e saem pela porta indo para o quintal, deixando eu e Sebastian sozinhos na sala.

- Quer ir dormir?

- Ainda não. – Me viro para olha-lo. – Vamos subir e ficar na sua sacada? O céu está bonito hoje.

-Vamos então. – Nos levantamos e subimos para seu quarto, que acabou virando o meu também, apesar de nunca termos ido além, nos sempre dormimos juntos. Não é por não confiar ou não gostar de Sebastian o suficiente, é apenas porque ainda não consigo. As vezes ainda acordo com pesadelos daquele dia, e Sebastian sempre me acalma, não sei o que aconteceria se ele não estivesse ali todas as noites que isso aconteceu.

Nos sentamos em umas das espreguiçadeiras, me encosto em Sebastian e fico sentindo sua respiração.

- Porque gosta tanto de olhar as estrelas?

- Elas me lembram minha infância e quando ainda morava com meus pais.

- Você sente muita falta deles, não é?

- Como nunca imaginei sentir. Meu irmão costumava me chamar de estrelinha, desde quando erámos crianças, porque todas as noites eu o chamava para me levar no quintal e ficamos horas olhando o céu. Eu sinto tanto a falta deles. – A ultima frase sai com minha voz embargada pelo choro de saudade.

- Ei, não chora. – Sebastian me aperta mais a ele e isso me acalma, me sinto como se estivesse em casa. Nos calamos mais uma vez e volto a prestar atenção nas incríveis constelações que existem. Na cidade ainda não é possível ver toda sua beleza, as luzes atrapalham um pouco. Na fazenda sim, eu vou me perder de tanto olhar o céu. Aos poucos meus olhos pesam e adormeço.

Abro meus olhos e tenho meus braços amarrados a cama, não consigo descobrir onde estou e meu corpo dói. Grito por ajuda mais nada acontece, até uma porta ser aberta e quem eu menos queria ver aparece.

- Acho mesmo que ia se livrar de mim por muito tempo gatinha? Aquele dia na fazenda eu não consegui fazer o que queria com você, mas hoje vou fazer.

- Por favor, você não. SOCORRO, ALGUÉM ME AJUDA. – Ele anda em minha direção e passa a mão pelo meu rosto me causando nojo, tento grita mais ele me beija, mordo sua língua o que o faz gritar e me dar um tapa na cara.

- SELENA, VOCÊ PRECISA ACORDAR! – Acordo quando Sebastian me balança, olho para os lados e percebo que tudo não passou de um pesadelo, o olhar de Sebastian é de pura preocupação, me agarro a ele e choro, choro até não conseguir mais.

- Isso nunca vai me deixar Sebastian.

- Vai sim, eu vou fazer você esquecer isso. Lhe prometo. Você confia em mim?

- Sim.

- Ótimo, agora tenta dormir estrelinha. – Agora sim eu choro com gosto, de saudade, de tristeza e de amor.

- Ei, não gostou que te chame assim?

- Eu adorei, só me lembrei de meu irmão. – Me enrosco ainda mais a ele, seus braços ao meu redor me dão segurança. Suas mãos ficam descendo e subindo em minhas costas até eu adormecer.

Acordo no dia seguinte sozinha na cama e imagino que Sebastian já esteja abraçando sua moto. Me levanto e tomo banho. A fazenda é longe, eu achava que seria a mesma fazenda do aniversario mais é uma que eles quase não usam. São 6 horas de viagem, então teria que ir com algo confortável. Coloco uma calça, coturno e jaqueta. Pego as malas e minha mochila. As malas e todas as outras coisas iriam no carro, nos só levaríamos as mochilas.

Quando chego na parte debaixo da casa, cada um está para um lado. Tia Clara prepara algo na cozinha, Ju come sentada no balcão e imagino que os três homens estejam lá fora.

- Bom dia!

- Bom dia, preparada? – Ju me pergunta quando sento ao seu lado.

- Sim, ansiosa também.

- Somos duas.

- Vocês duas me lembram tanto quando comecei a namorar Paulo, ele tinha essa mesma paixão por motos e acabei criando gosto também. Vocês verão o quanto é bom. – Nos duas sorrimos e eu começo a tomar o café.

Já prontas nos três saímos pela porta e os três estão conversando com dois homens, um mais velho e outro da idade de Sebastian. Quando chegamos onde eles estão beijo levemente os lábios de Sebastian e ele passa a mão por minha cintura e me puxa mais para ele. O olho sem entender e ele fingi desentendimento. 

 

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