A Trégua

Capítulo 32

Sebastian

- Você provavelmente já chamou a polícia não é Sebastian? Se não fez isso eu sugiro que faça. – A voz nos trata com ironia.

- Sebastian não está aqui, quem fala é Paulo. 

- O papai? Pois trate de acha-lo, se não colocar Sebastian na linha em 10 segundos eu desligo e mando o corpo da sua amada nora embalado para presente, agora são 5 segundos. – Todos na sala arregalam os olhos, ando até meu pai e pego o telefone.

- Estou aqui. O que quer?

- Fazer você sofrer, eu fiquei pouco tempo naquele lugar, a justiça brasileira está do meu lado. Mas foram os piores dias da minha vida, eu apanhei muito lá dentro e você vai pagar caro por isso. – Sua voz tem raiva, muita raiva.

- Você quer dinheiro? Quanto?

- Não quero seu dinheiro Sebastian, tenho o bastante. Eu quero a sua dor.

- Então me troque de lugar com ela. Você tem raiva de mim e não dela, por favor.

- Não, ela é a principal culpada disso, não deveria ter gritado tanto. Agora vai pagar juntinho com você. E então, já deu o tempo de vocês tentarem me rastrear ou preciso ficar mais? – Sua risada é longa, fazendo os policias ficarem agitadas na sala. – Vou mandar um presente para você, ele chegara em alguns segundos, até mais Sebastian. – A ligação cai e mais uma vez quero quebrar tudo, mas não farei isso. Vou traze-la de volta, e matar esse canalha.

- Conseguiram rastrear? – Meu pai pergunta e a cara dos policias nos contam antes mesmo da resposta. – infelizmente não, ele está usando um bloqueador muito bom, o computador se enche de vírus toda vez que tentamos entrar no sistema, eles estão com alguém muito bom do lado. 

Meu telefone vibra e um vídeo se abre automaticamente em meu telefone. E ela aparece, uma única luz em algum lugar impossível de ser descoberto. Apenas uma lâmpada ilumina sua cadeira, seu rosto está caído. – Levanta o rosto princesa, vamos gravar um vídeo para seu namorado. – A voz volta a falar e ela levanta seu rosto, tem sangue ao redor de sua boca e lágrimas escorrem por seu rosto, mamãe grita e começa a chorar sendo amparada por papai. Tenho vontade de fazer o mesmo, sinto ódio desse canalha e de mim mesmo, não a protegi o suficiente. Prometi a ela que lhe protegeria e não fiz isso.

- Fale com ele princesa. – A voz volta a invadir o som do celular. – Fale ou será pior.

- Sebastian, me tira daqui. – Sua voz sai entrecortada, sua voz está fraca como se estivesse ali a dias. Suas lágrimas começam a descer com mais frequência e meu coração doí. – Eu.. eu te...

- Já chega, sinto dizer que não será possível tira-la daqui querida. Mas deixe seu namorado tentar. – O vídeo se encerra.

- Vocês tem até a noite para achar algo, se não. Podem ir embora da minha casa. – Minha voz sai grossa e firme.

- Senhor, preciso que se acalme. – Um policia tenta se aproximar mas não permito.

- Eu estou imensamente calmo, mas do que nunca. Mas se vocês não são capazes de fazer nada eu vou procurar quem é. Vocês têm até a noite. – Deixo a sala, e subo para o quarto. Levando meu telefone comigo, sei quem vai me ajudar, e vou correr atrás disso.

- Sebastian, não esperava sua ligação. – Cleber indaga do outro lado da linha, o ajudei a anos. Quando ainda fazia faculdade, e ele agora precisa me devolver o favor.

- Olá Cleber, preciso muito de sua ajuda.

- É só dizer, você me ajudou muito quando precisei. – Conto toda a história, o conheci na faculdade, ele fazia curso de informática e eu de advocacia. Ele na época estava enrascado porque havia entrado em um sistema privado e havia feito uma bagunça.

- Chego ai em duas horas, traremos sua namorada de volta.

- Obrigada Cleber.

Desligo o telefone e ando até a sacada, lembranças me invadem a mente. Ela adora esse lugar, e a trarei de volta, nem que seja a ultima coisa que faça.