A Trégua

Capítulo 42

- E então estrelinha, casa comigo? – Pisco tentando conter as lágrimas que rolam por meu rosto, o quarto cheio de balões vermelhos me emociona. 

Sebastian me olha ansioso esperando uma resposta, e queria gritar que sim, mas minha voz some, a emoção me faz ficar muda e só consigo chorar.

Ando até onde está e me ajoelho em sua frente. – Claro que sim. – Digo com a voz embargada, ao mesmo tempo que me jogo em seus braços. Ele se levanta comigo em seus braços e se senta na cama comigo ainda em seu colo. Sua mão segura a minha enquanto desliza o anel por meu dedo.

Minhas lágrimas voltam com força, ou talvez nem tenha parado de chorar, quando vejo pequenas estrelas desenhadas no anel. – Sebastian, são estrelas?

- O que mais seria meu amor? – Passo meus braços ao redor de seu pescoço quando sua boca vem de encontro a minha. Ele se levanta me levantando junto, meu vestido desliza por meu corpo. Sinto suas mãos rodearem minha cintura, ele anda até cairmos junto na cama. As risadas são inevitáveis, mas se perdem quando o desejo fala mais alto.

- Vamos esperar o bebê nascer para nos casar? – Pergunto horas mais tarde quando estamos deitados enroscados um no outro.

- Nem pensar, o que acha de dois meses? – Pergunta me fazendo olha-lo.

- Acho ótimo. – Encaro o anel em meu anelar quando pensamentos me invadem a mente. – Sebastian?

- Oi estrelinha.

- Está me pedindo em casamento porque vamos ter um bebê?

- É isso que pensa? – Sua voz parece magoada, me arrependo. – Eu a pedi em casamento porque a amo, quando Joca me disse que estava no hospital eu jurei a mim mesmo que não voltaria sem você, ou você ia ou eu ficava.

Meus olhos se enchem de lágrimas e beijo seus lábios. – Desculpa, foi só insegurança.

- Selena, precisa entender que não pode mais sair correndo sem me perguntar as coisas antes, precisa confiar em mim. Logo seremos marido e mulher e você não pode sair correndo e me deixar para trás. Se for fugir, ao menos me chame para ir junto.

- Prometo que não fujo mais.

- Bom. – Beija meus lábios. – Agora precisamos dormir porque meu filho precisa descansar. – Aceno com a cabeça confirmando. – Boa noite estrelinha.

- Boa noite meu amor. – Respondo quando me aconchego em seus braços e logo pego no sono.

Acordo no dia seguinte com Sebastian beijando meu pescoço, sem pensar muito enfio minhas mãos em seus cabelos antes mesmo de abrir meus olhos. – Bom dia.

- Ótimo dia estrela, lembra que vai se casar comigo?

- Como eu poderia esquecer?

- Vem, levanta. Precisamos contar para a família que aceitou.

- Eles sabiam do pedido? – Ele confirma com um aceno me arrancando um sorriso.

Já eram quase onze da manhã quando saímos do hotel. Juliana e Joca já haviam ido, chegamos em casa 15 minutos depois. Sebastian me sorri antes de abrir a porta da casa. Estão todos lá, sentados nos olhando ansiosos. Ergo minha mão mostrando a aliança, todos se levantam ao mesmo tempo vindo nos abraçar.

- Teremos quanto tempo para arrumar tudo? – Verônica indaga ainda abraça a mim.

- Sebastian quer se casar em dois meses.

- Dois meses? – Todas as mulheres da sala indagam juntas, só posso sorrir. Minha mãe e tia Clara começam uma conversa sobre vestidos e outras coisas das quais eu não tenho muito animo para participar. Olho para Sebastian que ri da minha cara.

- O que acha de se casar na Toscana? – Ele me pergunta ainda sorrindo, me fazendo abrir os olhos mais que o normal.

- Toscana? – Pergunto ainda estática.

- Ela quer sim gente, a Toscana é tão linda. – Verônica responde quase gritando. Me fazendo sorrir.

- Quer estrelinha? – Sebastian anda até mim envolvendo minha cintura.

- Eu.. claro que sim, quero.

- Então família, nos casaremos na Toscana em dois meses. – Sebastian comunica.

- Dois meses e meio filho? – Tia Clara tenta aumentar o prazo. – Ao menos isso, dois meses é muito pouco. – Sebastian me olha e eu levanto os ombros. – Ok mãe, dois meses e meio.

- Eu amo vocês meus bebês. – Tia Clara nos abraça e sai para a cozinha com minha mãe.

As horas agora passavam rápidas, logo chega a hora de irmos embora. Choro como um bebê quando chega a hora de se despedir, o que me acalma é pensar que daqui dois meses vou os ver.

Nos despedimos na porta de casa e vamos rumo ao aeroporto, pegamos o voo uma hora depois de chegarmos ao aeroporto. Sebastian aperta minha mão quando nos sentamos já dentro do avião, olho para ele encontrando seu olhar carinhoso me analisando.

- Como está nosso filho? – Pergunta agora com a mão sobre minha barriga, coloco minha mão sobre a sua. - Está bem. – Sorrio.

– Está feliz minha estrela? – Pergunta instantes depois.

- Muito, obrigada por isso. – Beija meus lábios, encosto minha cabeça em seu ombro logo depois. Fecho os olhos sonhando com um futuro próximo.