Capítulo 26

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Sebastian 

Mas uma vez eu vejo a dor em seu olhar, e mais uma vez eu sou o culpado. Eu deveria ter imaginado que aquele copo de água foi algo muito estranho. Tentei descer correndo pelas escadas, mesmo assim cheguei quando ela já ganhava distancia dentro do táxi.

As pessoas que passam pela calçada me olham curiosas, volto a andar para dentro do prédio, poderia ir atrás dela, mas isso só seria pior e não sei para onde ela pode ter ido. Fecho a porta do apartamento quando meu celular volta a tocar.

- Alô?

- Aqui é Edmundo Monteiro, minha secretaria ligou a alguns minutos atrás. resolvi ligar novamente, já tem minha resposta Sebastian? – A voz grossa do outro lado me pergunta.

A Meses atrás, quando ainda morava em Boston, eu mandei meu currículo para Edmundo, ele tem uma empresa de advocacia muito famosa. Sempre tive vontade de trabalhar com ele, mas depois coisas foram acontecendo e comecei a trabalhar com meu pai. Porém, agora quero seguir minha carreira como advogado.

Havia me esquecido da carta que tinha mandado, já fazia tanto tempo e eu nunca tinha tido resposta alguma, até semana passada. Um numero desconhecido me ligou e disse que Edmundo Monteiro queria falar comigo, foi um susto e eu não sabia distinguir se era bom ou ruim. Muitas coisas haviam mudado, e eu agora não sabia se realmente queria ir.

Agora tinha Selena, e ela não poderia ir comigo, e eu não sei se consigo deixa-la aqui. Tentei por varias vezes contar para ela, mas sabia que no momento em que contasse, ela me faria aceitar. Nunca permitiria que desistisse de um sonho por sua causa.

- Sebastian? Está ai? – A voz de Edmundo me trás de voltar a realidade, uma realidade sem Selena.

- Estou aqui, Edmundo. Muitas coisas aconteceram e eu não sei se ainda quero ir, entendo que não pode esperar mais, mas eu não posso te dar a resposta neste momento, muitas coisas aconteceram e não posso, não agora.

- Entendo. Você é bom no que faz, apesar de quase não ter trabalhado na área. Quero você na minha equipe, quando estiver pronto, me ligue.

- Obrigado Edmundo, em breve ligarei. – Encerro a ligação, e tento ligar para Selena. Chama até cair, na segunda tentativa, a ligação já cai na caixa de mensagens.

Pego meu carro e resolvo ir até seu apartamento, toco a campainha, mas ninguém atende. – Selena, abra a porta. Sei que está aí. – Grito, mas nada muda, nenhum barulho nem nada. Se ela não vai abrir, eu vou esperar, uma hora ela vai ter que sair. Penso quando sento encostado em sua porta.

- Sebastian? O que está fazendo aqui? – Acordo com a voz de Selena, nem vi quando dormi ali mesmo no chão. Ela me olha de cima e seus olhos estão vermelhos me mostrando que chorou.

- Eu preciso falar com você, preciso que me escute. – Me levanto ficando em sua frente.

- Você agora quer falar? Acho que teve tempo suficiente para isso e não quis. Pode me dar licença? preciso entrar na minha casa. – Sinto sua magoa em cada palavra.

- Eu sei que errei Selena, deveria sim ter te contado, mas me ouça por favor. – Minha ultima tentativa, se depois disso ela dizer que não eu vou embora. Quem eu quero enganar? Se ela dizer não, eu vou tentar até ela dizer sim.

Vejo sua luta interna entre me escutar ou me mandar embora, ela assente e abre a bolsa pegando a chave, saio da sua frente com um sorriso, dando passagem para que abra a porta. – Você tem 5 minutos Sebastian.

- Não vou precisar de mais que isso.

- Estou a ouvidos. – Ela se senta e me encara.

- Eu juro que iria te contar Selena, só não conseguia porque não consigo pensar em ficar longe de você. Mas sei que no instante em que te contasse, você me faria ir, nunca permitiria que eu ficasse por sua causa. Era meu sonho, mas nem sei se é mais.

- Seus olhos brilham quando falamos sobre sua profissão, você adora ser advogado, deixou de ser por amar seus pais e ajuda-los, eu não posso Sebastian, esse é seu sonho e não vai ser eu a destruí-lo.

- Você não vai fazer isso, quero ficar Selena, não quero mais ir.

- Agora Sebastian, você um dia vai jogar tudo isso na minha cara e não vou suportar ter destruído sua carreira. Não posso. – Lágrimas voltam a descer por seu rosto.

- Selena, eu nunca faria isso.

- Sebastian, vou precisar ir. Se não por você, por mim. – Ela se levanta e vem até mim. – A quanto tempo mandou a carta?

- A alguns anos.

- Viu? Não pode desistir assim, por favor. Por mim.

- Você quer que eu vá? Terei que morar lá Selena, e você não pode ir comigo por conta da faculdade, como faremos isso? Se para ir eu preciso terminar com você, eu não irei. – Ao ouvir minhas palavras seus olhos desviam dos meus. 

 

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