Eu acordei e me sentei na cama devagar, olhei para o lado e Changkyun não estava deitado alí, o que me preocupou. Olhei ao para os lados e não encontrei o ômega, mas reparei que a porta do banheiro estava quebrada. Eu corri até o banheiro e encontrei Changkyun encolhido, chorando no canto do box.
— Chang? — eu me aproximei e ele se encolheu mais ainda.
— Sai, por favor. — ele estava completamente encolhido, mas mesmo assim consegui ver partes de suas pernas e braços, que estavam cheios de ematomas, suas costas estavam vermelhas, haviam machucados, arranhões e sangue já seco que havia escorrido por ela — Me deixa em paz, por favor.
Eu me aproximei e o peguei no colo, ele tentou se debater, mas estava fraco e dolorido demais para isso, então começou a chorar mais ainda e seus gemidos de dor eram contínuos. Ele tentava se afastar toda vez que eu o aproximava minhas mãos e eu cheguei à conclusão de que ele estava com medo de mim.
O coloquei sentado na banheira e ele se recusava a me olhar. Liguei o chuveirinho a comecei a molhar ele devagar, ele gemia de dor quando eu tocava em qualquer parte de seu corpo.
Assim que terminei de banha-lo, o sequei e vesti. Peguei Changkyun no colo novamente e o sentei em uma das poltronas que haviam no quarto. Em momento algum ele me olhou ou falou comigo, me ajoelhei ao seu lado e levei minha mão até sua perna, mas ele a empurrou e me olhou nos olhos. Seu olhar que sempre foi doce, estava assustado e ao mesmo tempo raivoso.
— Não encoste em mim. — ele disse como se fosse uma ordem, um ato impensado, logo depois sua coragem foi embora e ele desviou o olhar — Por favor. — dessa vez, foi o tom saiu como o de uma súplica.
— Changkyun, eu não sei o que aconteceu, eu não me lembro de nada, me diz o que aconteceu e nós podemos conv...
— Você é um monstro! — ele praticamente gritou
— O-O que? Por quê?
— Você me machucou. Eu pedi pra você ir mais devagar, eu pedi pra você parar e você sequer me escutou, apenas continuou. Você me disse coisas horríveis, me tratou como um boneco, como algo que não tivesse vida, necessidades, não sentisse dor e não tivesse sentimentos.
— O que? Changkyun, jamais faria isso com você.
— Você fez.
— Não era eu, você sabe que não era eu fazendo essas coisas.
— Você podia não estar em sã consciência, mas ainda era você. Esse monstro está dentro de você, você fez isso comigo. — ele disse e apontou para seu abdômen e pernas, onde haviam muito mais hematomas, marcas de mordidas, unhadas, era como se Changkyun tivesse sido linchado ou algo assim — E sabe-se lá o que mais você teria feito se eu não tivesse conseguido me trancar no banheiro ou a porta não aguentasse até seu cio acabar.
— Meu Deus! Me desculpa, por favor, eu jamais faria isso com você C...
— Eu quero ir pra casa, por favor.
— O que?
— Por favor, me deixa ir pra casa.
— Eu vou pedir um táxi pra você, tudo bem? — ele assentiu e se levantou com dificuldade, ele mal conseguia ficar de pé.
— Vou esperar lá fora, não quero ficar nem mais um minuto perto de você. — ele disse enquanto andava até a porta, se apoiando nas paredes e móveis.

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Monster [Joohyuk; ABO]
FanfictionJooheon vive a vida tentando lidar com seu monstro interior e se recusa a se relacionar com qualquer pessoa pelo bem delas, mas o que ele não sabia, era que o amor de um ômega específico era a única coisa capaz de lhe manter calmo.