Seventeen

1.4K 253 34
                                    

Quando o sinal para o intervalo tocou, eu não fui para o refeitório com Shownu e Kihyun, como fazia todos os dias, ao invés disso, fui para o terraço, eu sabia que se Minhyuk tivesse ido para a escola, estaria lá, e se não estivesse, eu ficaria lá sozinho, refletindo sobre a merda que fiz.

Assim que cheguei ao terraço, encontrei Minhyuk encolhido no canto, abraçando suas pernas e com a testa encostada nos joelhos, logo percebi que ele chorava. Me aproximei devagar e me sentei ao seu lado, toquei sua perna e ele se assustou, deu um pulo e pareceu muito aliviado ao ver que era eu quem estava alí.

— Eu não quis te assustar, me desculea.

— T-Tudo bem, eu só... eu só estava um pouco distraído — ele começou a secar suas lágrimas com a manga do casaco, o meu casaco.

— Por que ainda usa o meu casaco se nenhum alfa sente meu cheiro quando você veste?

— E-Eu sinto... eu sinto seu cheiro e me sinto seguro com ele, mesmo... mesmo que eu não esteja. — ele disse enquanto mexia na manga do casaco. Fechei os olhos e respirei fundo, deixando que seu cheiro me invadisse, era tão gostoso, tão viciante...

— Eu me precipitei ontem, não deveria ter falado aquelas coisas e nem ter saído sem deixar você se explicar.

— Tudo bem eu... eu também errei, eu acho...

— Quer se explicar? — ele assentiu devagar e me olhou — Na livraria, por que você falou comigo na livraria?

— Eu... — ele engoliu seco e respirou fundo — Eu sabia quem você era quando estávamos na livraria.

— O que?!

— C-Calma, deixa eu me explicar, por favor — eu suspirei e assenti — Quando eu cheguei aqui, a primeira coisa que ouvi foi sobre você, as pessoas dizem coisas horríveis, dizem que você é um monstro, falam sobre o que você fez com Changkyun e que você é maluco. Eu não gosto de ter impressão das pessoas pelo que me falam, então resolvi te ver de longe naquele dia.

— Você me seguiu até a livraria?

— Não! Na escola, eu te vi de longe na escola. Você é quieto, parecia uma pessoa legal. Eu passo por algo parecido, os ômegas me julgam e me xingam pelas costas ou até na minha cara, só por causa do meu cheiro, os alfas não chegam perto de mim com outra intenção que não seja me assediar ou até coisa pior. Eu estava tão cansado de ser perseguido, eu estou em uma cidade nova, eu queria ver a cidade e fazer coisas que eu gosto em paz. Então resolvi passar a essência pra disfarçar o cheiro e te encontrei na livraria, eu te vi tendo um de seus surtos e fui falar com você na intenção de te acalmar, pois eu sei como é. Quando você falou comigo, eu gostei tanto do seu jeito, queria conversar mais um pouco e decidi te chamar para tomar um sorvete comigo. Então eu te falei dos surtos que eu também tenho pra você saber que não está sozinho e que eu não iria te julgar.

— O alfa no terraço...

— Ele me perseguiu até aqui e você me ajudou, foi só coincidência, coincidência essa que fez com que eu me interessasse mais por você e me sentisse seguro.

— E o cio? Por que veio pra escola prestes a entrar no cio? Você veio na intenção de me levar.

— Eu sabia que ia entrar no cio, mas não imaginei que fosse chegar tão cedo. Quando eu acordei, acordei me sentindo mal, mas eu tive que vir porque eu tinha que falar com você, não só por não querer passar o cio sozinho, mas eu também senti medo de ficar uma semana longe e você acabar se esquecendo de mim, fiquei com medo de não conseguir me aproximar novamente de você. Sinceramente, eu não me importava tanto para se você passaria o cio comigo ou não, eu sabia que você passaria se eu me confessasse, mas não era meu objetivo principal, eu só... eu só não queria perder nossa aproximidade, eu... — ele tentava continuar se explicando, mas parou assim que o puxei para que deitasse sua cabeça em meu peito, comecei a acariciar seu cabelo e dei um beijo em sua testa, ele me abraçou e se aconchegou em meus braços — Você não está mais com raiva? Não está mais zangado comigo?

— Eu já entendi, está tudo bem. Não precisa se preocupar, só... só fica assim comigo um pouco e me deixa sentir seu cheiro, tudo bem? — eu disse ele assentiu sorrindo, apoiei meu nariz em sua cabeça e fiquei ali, apenas me deliciando com aquele cheiro incrível.

— Eu queria me lembrar.

— O que? Do que?

— Do cio, de você, de... de nós dois.

— Mas você se lembra das sensações, certo? — ele assentiu.

— Por isso eu tenho ainda mais curiosidade em saber como foi. — eu me afastei um pouco e o olhei, toquei seu rosto e o selei.

— Eu posso fazer você descobrir agora, se você quiser.

Monster [Joohyuk; ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora