Monster [Joohyuk; ABO]

Fourteen

Saí da casa de Minhyuk e fui direto para a minha. Eu já estava mais calmo, talvez eu tenha me irritado por causa do lobo, mas eu realmente fiquei chateado. Eu estava gostando de Minhyuk, o tempo em que fiquei conversando com ele não foi tão longo, mas nós nos dávamos bem, fazia tempo que eu não sabia o que era me dar bem com alguém, já que a única pessoa que falava comigo depois do ocorrido com Changkyun, era Wonho, que dedicava todo seu tempo e papo com Hyungwon, o que me tornava uma verdadeira vela ambulante. Imaginar que ele só havia se aproximado de mim para não passar o cio sozinho, fazia com que eu ficasse chateado, fiquei pensando se o que ocorreu com o alfa no terraço foi proposital, ele não faria isso, faria? Não seria louco a esse ponto. Se bem que, ele sabia a confusão que daria caso entrasse no cio em uma escola cheia de alfas, mas se arriscou mesmo assim, o que me levava a pensar que ele era capaz de fazer qualquer coisa.

— Onde você estava? — uma de minhas mães perguntou quando entrei em casa.

— Eu ajudei um amigo no cio.

— Imaginei. É... ocorreu tudo bem lá? Digo, ele está bem?

— Quer saber se eu o espanquei ou abusei dele? — a respondi em um tom grosseiro.

— N-Não, eu só... — respirei fundo na intenção de me acalmar.

— Ele está bem, muito bem. Ao contrário de mim.

— Me desculpe, é que você acabou de se livrar do processo dos pais do Changkyun, não quero que se meta em encrenca de novo.

— Ele já se meteu. — minha mãe alfa disse enquanto descia as escadas praticamente correndo, ela se aproximou de mim e me empurrou — Você é um idiota.

— Ei! Não fale assim com ele. — minha mãe ômega disse, tentando me defender.

— Não se meta nisso. — ela usou sua voz de comando, o que fez com que minha outra mãe se assustasse, se afastasse e abaixasse a cabeça.

— Está maluca? Você não pode usar sua voz com ela assim.

— Maluca? O surtado aqui é você, esqueceu? — aquelas palavras doeram — Mais dois processos! Você quase MATOU — ela gritou a última palavra — dois alfas! Eu sou uma advogada, eu tenho uma reputação a zelar, não posso ficar conhecida como a mãe do garoto que já foi processado dez vezes esse ano por agressão ou vandalismo!

— Eu não tenho culpa se eles são fracos e preferem me processar do que agir como verdadeiros alfas.

— Eles são civilizados, não são animais loucos como você! — eu não disse nada, apenas a encarei — Eu não aguento mais ter que resolver seus problemas, garoto. Está decidido, nós vamos te emancipar e você e esse lobo descontrolado irão manter distância.

— Não! Nós já conversamos sobre isso e eu não concordei! — a ômega disse e se aproximou novamente.

— Eu já falei pra você não se meter nisso, não é você que tem a carreira que construiu por anos ameaçada por causa do nosso filho maluco.

— Se ele for, eu vou também.

— A única coisa que você vai fazer é subir pro nosso quarto agora e me esperar lá. — a alfa disse e minha outra mãe sequer se moveu — Vá. — ela usou sua voz novamente e minha mãe logo tratou de andar até a escada e subir a mesma.

— Eu já falei pra você não usar sua voz com ela assim! — senti a raiva subir e a empurrei, ela me empurrou de volta e me pôs contra a parede. Eu tinha força o suficiente para sair dalí, poderia joga-la longe, mas não queria fazer aquilo, ela estava certa.

— Ou você vai fazer o que? Me bater como faz com todo mundo quando surta? Você só não está atrás das grades ainda porque eu tenho ótimos contatos, me irrite mais um pouco e você verá o que acontece.

— Eu odeio você.

— Não tanto quanto a cidade inteira te odeia — ela me soltou — comece a procurar um lugar para morar. — ela pegou sua maleta e andou até a porta, a abriu e antes de sair, me olhou — Aberração.