Monster [Joohyuk; ABO]

Twenty-seven

— Por que quer saber disso?

— Você cuidou de mim durante o meu, eu... eu queria retribuir isso.

— Nem pensar!

— O que? Por quê?

— Porque quando eu estou no cio, eu não sou eu, Minhyuk!

— E daí? Ninguém é.

— Eu não sou igual a eles e você sabe muito bem disso. Eu tenho um monstro dentro de mim e eu não vou deixar ele machucar você.

— Você já conseguiu ficar grudado tanto tempo em alguém como ficou comigo sem surtar? Já conseguiu ficar um dia inteiro assim antes de me conhecer? Seu lobo é diferente comigo Jooheon, o meu também é diferente com você.

— Não, eu não quero arriscar.

— Eu também quero fazer por você o que você fez por mim, eu não quero que você sofra tanto, eu não posso deixar isso acontecer.

— Entre na sua sala e nunca mais toque nesse assunto, estamos entendidos?

— Mas Jooheon...

— Entra. — eu disse apontando o queixo para dentro da sala dele, ele suspirou e se virou para entrar, mas eu segurei seu pulso e o virei para mim novamente, toquei o rosto dele e o dei um beijo rápido e carinhoso.

— Eu só não queria que você sofresse.

— A única dor que eu não suportaria é a que eu sentiria se te fizesse algum mal. — ele deu um sorriso sem mostrar os dentes e me selou antes de entrar na sala.

Aquela conversa me deixou nervoso, eu não gostava de lembrar do meu cio, não gostava de pensar que em breve eu estaria vivendo aquele inferno, mas eu detestava mais ainda pensar no que fiz com Changkyun e no que eu seria capaz de fazer com Minhyuk. Faltava menos de uma semana para o meu cio e a cada minuto que se passava, meu desespero aumentava um pouco.

Quando o sinal para a saída tocou, eu logo fui para a sala de Minhyuk, mas ele não me esperava na porta, me aproximei da sala e entrei na mesma, mas não tive sinal algum de Minhyuk, o que me preocupou. Imaginei que ele pudesse ter ido ao banheiro, então resolvi verificar.

Eu já estava estressado, não gostava de me preocupar com ele, nós havíamos combinado que ele sempre me esperaria na porta de sua sala, esse era o acordo, mas ele não estava lá, o que me desesperou. Praticamente corri até o banheiro e assim que cheguei nele, estranhei pela placa de interditado mal colocada na maçaneta, me aproximei mais um pouco e tentei abrir a porta, mas ela estava trancada, percebi que ela estava trancada pelo fecho de dentro, e não com a chave. Senti o cheiro de Minhyuk, aquele mesmo cheiro que senti quando o salvei do alfa no terraço: algo como medo, eu ainda não sabia se cheiro poderia ter medo, mas era no que eu pensava quando sentia. Me afastei da porta e me joguei na mesma, com o ombro, na intenção de arromba-la, o que eu consegui de primeira, já que quando eu estava irritado, ficava bem mais forte do que o normal. Assim que entrei no banheiro, vi uma cena que fez meu lobo enlouquecer imediatamente.

Minhyuk estava encurralado na parede por dois alfas, o lenço de seu pescoço estava jogado no chão, assim como sua camisa e sua calça estava na altura do joelho, tendo somente sua roupa íntima cobrindo suas partes. Eu me aproximei dos três com passos pesados, puxei o mais alto pela camisa e joguei no espelho, que quebrou. O outro alfa não soltou Minhyuk mesmo assim, então eu o puxei pelo cabelo, acertei entre suas pernas com meu joelho e o joguei no chão, o alfa mais alto me empurrou e me colocou contra a parede.

— J-Jooheon... — Minhyuk me chamou ainda em prantos e eu o olhei após levar um soco no rosto.

— Se vista e saia daqui. — eu ordenei com minha voz de comando e empurrei o alfa que me pressionava contra a parede e bati com sua cabeça na pia, o outro alfa tentou me prender novamente, dei um soco em seu rosto e bati sua cabeça também, mas dessa vez, na parede. O alfa mais alto se levantou e tentou me golpear, mas peguei um dos pedaços do vidro quebrado e bati as costas do rapaz na parede, posicionando a parte afiada do vidro em seu pescoço. O outro começou a se aproximar de mim, mas parou assim que viu a porta do banheiro ser escancarada de forma bruta, todos olharam para ela e então nós vimos o coordenador alí, de braços cruzados.

— Os quatro na minha sala, agora.