Thirty-seven

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Nós saímos do quarto assim que os pais de Minhyuk chegaram, eles trouxeram algumas sacolas e o alfa me encarava as vezes, ele tentava desfarçar, mas não conseguia. Eu e ele nos sentamos nos bancos que haviam na frente do balcão enquanto Minhyuk ajudava seu pai ômega a cozinhar.

Eu não conseguia parar de admirar Minhyuk, o jeito como ele sorria e parecia gostar do que estava fazendo, o pai dele parecia feliz, eles se davam muito bem, mesmo que Minhyuk trouxesse preocupações.

— Vem. — o alfa disse cutucando meu ombro e se levantou, eu o segui para fora da cozinha e quando chegamos no corredor, ele me empurrou na parede, me encurralando contra a mesma e pressionando meu pescoço com o braço, se fosse qualquer outra pessoa fazendo aquilo, eu já estaria espancando ela, mas tentei manter toda a calma possível apenas por ele ser pai de Minhyuk — Eu já escutei muitas histórias sobre você.

— Eu... Eu não vou machucar o Minhyuk, eu... — tentei dizer com dificuldade, já que estava tendo minha garganta apertada

— Minhyuk gosta de você e eu sei do que você cuidou bem dele durante o cio. Mas se ele tiver ao menos um arranhão, físico ou emocional causado por você ou por sua causa, você morre. Se Minhyuk ficar mal, o meu ômega vai ficar mal também, se isso acontecer eu vou ficar muito irritado e você pode ter certeza de que não vai querer me ver irritado — eu não respondi nada, apenas assenti. Ele me soltou e nós voltamos para a cozinha, o clima havia ficado tenso entre nós dois, mas nós tentamos esconder isso dos outros.

Não demorou para que a comida ficasse pronta e então nós nos sentamos na mesa, o clima ainda estava bastante tenso e nós nos encaravam os vez ou outra.

— Eu posso saber o que está acontecendo aqui? — o pai ômega de Minhyuk perguntou olhando para nós dois.

— Não está acontecendo nada meu amor, a comida está ótima. — o alfa respondeu sorrindo e os ômegas agradeceram sorrindo também, eu não disse nada, apenas assenti. Eu estava irritado pelo que ele havia feito, eu não gostava de ser encurralado e muito menos ameaçado, mas eu estava tentando me manter calmo e relevar aquilo, já que qualquer atitude idiota que eu tomasse poderia acabar me afastando de Minhyuk de vez e aquilo era a última coisa que eu queria.

Nós terminamos de comer e o alfa começou a juntar os pratos, eu o ajudei e ele fez sinal com a cabeça para que eu o seguisse até a cozinha.

— Aqui funciona assim, um dia nós cozinhamos e eles arrumam a bagunça, no outro o contrário — ele disse, colocou os pratos na pia e me jogou um pano — Hoje é o contrário.

— Eu... acho legal essa divisão de tarefas.

— Vocês não dividem tarefas na sua casa? — ele perguntou enquanto começava a lavar os pratos.

— Não.

— Não gostamos de deixar Minhyuk atoa assim, um dia ele vai ter que se virar sozinho e não poderá fazer isso se for tão dependente de nós.

— Na verdade, eu geralmente faço as coisas sozinho.

— Seus pais não te ajudam?

— Minhas mães, não. Minha mãe ômega me ajuda às vezes, mas as duas trabalham fora e não tem muito tempo, nossa relação também não é muito boa então não costumamos fazer as coisas juntos. — eu respondi enquanto secava a louça recém lavada que ele me dava, ele não disse nada, apenas continuou lavando o que ainda faltava. Terminamos de lavar a louça em silêncio e fomos para a sala de estar.

— Vai dormir aqui hoje? — o pai ômega de Minhyuk perguntou e eu neguei com a cabeça — Mas por quê? Vocês estudam na mesma escola, podem ir para aula juntos amanhã.

— Fique, amanhã você resolve melhor as coisas da mudança, já está escuro. — Minhyuk pediu e eu não consegui segurar o sorriso.

— Tudo bem... — eu disse e ele sorriu.

— Ótimo, vou arrumar o sofá pra você. — o alfa disse e o ômega riu enquanto o puxava até as escadas.

— Não será necessário. — o ômega disse já subindo as escadas.

— O que? Por quê? — eles subiram as escadas e Minhyuk riu, se aproximou de mim e segurou minha mão, me puxando até o quarto.

Nós entramos e eu me sentei na cama, ele andou até o armário e pegou um lenço, começou a amarra-lo no pescoço e eu o ajudei quando ele se aproximou e se sentou ao meu lado.

— Foi horrível imaginar que eu jamais dormiria com você de novo, sabia? — eu falei enquanto terminava de amarrar o lenço.

— Foi horrível pra mim também, mas...

— O que?

— Eu não pretendo dormir agora. — ele disse e se aproximou mais, levando suas mãos até o cós da minha calça.

Monster [Joohyuk; ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora