Forty-Three

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Uma semana depois.

Meus pulsos doíam pela forma como ele os apertava, toda a região dos meus quadris ardiam e também estavam extremamente doloridos por causa da forte penetração e dos diversos tapas, apertões e machucados. Na verdade, meu corpo inteiro doía por causa do jeito como ele inconscientemente me virava e me jogava na cama, o tempo inteiro.

Eu não resisti ou me arrependi em momento algum, a dor do cio era muito pior do que a que eu senti e sentia, eu não queria que Jooheon passasse por isso, então apenas permiti que ele fizesse o que quisesse. Afinal, ele também cuidou de mim durante meu cio.

— Minnie? — Jooheon me chamou ao acordar e me ver, eu ainda estava de bruços, exatamente na mesma posição em que ele havia me deixado da última vez, não ousei me mexer — Você está bem? Seu corpo... — ele disse e passou as mãos pelas minhas costas, elas ardiam, então eu grunhi.

Dei um sorriso fraco, satisfeito por ele estar bem, e me entreguei ao que sentia, fechando os olhos involuntariamente, vendo em seguida total escuridão. Escutei a voz de Jooheon distante, mas não entendia o que ele dizia, a voz foi ficando cada vez mais baixa para mim, até eu relaxar e não escutar, ver ou sentir mais nada.

-

Jooheon POV

Acordei assustado e preocupado, eu me lembrava de Minhyuk estar alí antes que meu cio chegasse e minhas sensações durante o cio, me faziam ficar ainda mais preocupado. Olhei para Minhyuk e me sentei na cama.

— Minnie? — eu o chamei e ele não me respondeu, apenas me olhou. Estava estático e seus machucados e arranhões eram visíveis, senti meus olhos se encherem de lágrimas e o observei — Você está bem? O seu corpo... — toquei as costas dele e ele grunhiu.

Eu estava sentindo desespero, tristeza e culpa, tudo ao mesmo tempo, eu já havia começado a chorar quando vi que seus olhos estavam fechando.

— Minhyuk? — comecei a o sacudir devagar — Minhyuk, acorda. —  eu o chamava sem parar, ficando cada vez mais desesperado e sem obter resposta alguma. Eu e peguei no colo e percebi que ele estava completamente desacordado, com o corpo mole, quente, pálido e com a boca totalmente seca e ressecada.

Eu o vesti imediatamente e coloquei minhas roupas em seguida, peguei Minhyuk no colo, saí de casa e corri até o hospital mais próximo, sem nem pensar duas vezes. O hospital ficava a vinte minutos da minha casa, mas eu cheguei treze.

Entrei no hospital pedindo por ajuda e uma enfermeira ômega logo apareceu com uma maca, deitei Minhyuk alí, ela começou a andar com ele e eu tentei acompanhar, mas fui impedido por um alfa, que parou em minha frente e tocou meu peito para que eu parasse de andar.

— Eu sou médico, o senhor não pode passar daqui por enquanto.

— Não, mas eu quero ficar com ele, eu preciso saber se ele está bem.

— O senhor é parente?

— Não, eu sou namorado dele.

— E o que aconteceu?

— Ele foi agredido.

— Por quem?

— Isso realmente importa agora? Não era pra você estar lá cuidando dele? — ele começou a me encarar com uma expressão pensativa.

— Ele é de menor? — eu assenti — Eu preciso de um responsável por ele aqui.

— Eu vou ligar pros pais dele. — ele assentiu e me encarou novamente antes de virar as costas para mim e se retirar.

Peguei o celular de Minhyuk, que estava no meu bolso, e mandei uma mensagem para o pai alfa dele, na mensagem estava escrito "Venha para o hospital perto da praça, o Minhyuk não está bem.", preferi mandar mensagem, já que não teria coragem de falar com o pai dele pelo telefone.

Fiquei sentado em uma cadeira da sala de espera por longos minutos, agoniado e desesperado, até que o médico apareceu novamente e eu praticamente corri até ele.

— Como Minhyuk está?

— Cadê os pais dele? — ele perguntou, me ignorando.

— Eles ainda não chegaram. Me responde, como ele está?

— Ele foi é bem forte, pro estado dele, ele deveria estar em uma situação pior.

— Como assim? O que ele tem?

— Desidratação. Pelo que parece, ele ficou um tempo sem beber absolutamente nada, felizmente os machucados são só externos. Mais umas horas e ele poderia ter morrido.

— Ele como ele está agora?

— Estável. — eu suspirei aliviado.

— Eu posso ver ele?

— Eu não vou deixar você chegar perto dele.

— O que? Por quê?

— Antes, você vai me dizer o que aconteceu. Ômegas são sensíveis, eu não sei como ele resistiu. Alguns machucados alí são de dias atrás, aquele garoto sofreu por dias e você vai me dizer o que aconteceu, ou então vai ter que se resolver com a justiça. — eu engoli seco, ele jamais entenderia se eu explicasse o que realmente havia acontecido. O encarei por alguns segundos, pensando no que dizer, até que escutei uma voz conhecida.

— Minhyuk! — era o pai ômega de Minhyuk. Olhei para trás e o vi entrar com o alfa, eles se aproximaram e o médico desviou a atenção de mim para eles, o que me fez suspirar aliviado.

— Vocês são os pais dele? — eles assentiram — Podem vir comigo, por favor.

— Ele vai primeiro, eu vou daqui a alguns minutos. — o pai alfa de Minhyuk disse e os outros dois se retiraram. Ele me segurou pela gola da minha camisa e me puxou para o lado de fora do hospital.

Assim que chegamos ao lado de fora do hospital, o alfa me deu dois socos fortes no rosto. Bateu minhas costas na parede e me encarou, eu podia reagir, mas sequer tentei, tal atitude não me favoreceria de forma alguma.

— O Minhyuk me mandou uma mensagem a uma semana atrás avisando que não voltaria pra casa porque iria passar o cio com você ele está em um hospital? Você tem ideia de como meu ômega ficou quando eu falei pra ele o que estava escrito naquela mensagem que você mandou?

— Eu pedi pra ele não passar o cio comigo, eu falei que isso podia acontecer. — falei, já chorando.

— Não o culpe pelo que você fez com ele.

— Me desculpa.

— Eu quero que você fique longe do Minhyuk.

— Eu não posso fazer isso, eu amo o seu filho.

— Não, você não ama, você é um egoísta. Se você realmente o amasse, não insistiria em ficar com ele mesmo tendo noção do risco que corre perto de você. Vocês ficarem juntos favorece apenas você.

— Mas ele é feliz comigo.

— Você acha que ele parece feliz agora? — aquelas palavras doeram bem mais do que qualquer soco que ele havia me dado ou poderia me dar. — Eu quero você longe dele, eu vou desistir dessa ideia idiota de colocar o Minhyuk em uma escola normal e ele vai voltar a estudar em casa, não o procure mais. O Minhyuk já é complicado demais sozinho, ele não precisa de alguém ainda pior do que ele, precisa de alguém que cuide dele e não o coloque em um hospital. — eu não respondi nada, apenas continuei encarando o chão e permitindo que as lágrimas caíssem — É pro bem dele. — eu assenti e ele se afastou, entrou no hospital e então eu comecei a caminhar devagar, na direção contrária à porta de entrada.

Monster [Joohyuk; ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora