O único lugar em que eu pensei que poderia ir naquele momento, era a casa das minhas mães. E assim eu fiz, caminhei até a casa delas e assim que entrei, vi as duas sentadas juntas no sofá. Me aproximei devagar e me sentei no sofá na frente do delas, apoiei meus cotovelos na minha perna, minha testa em minhas mãos e voltei a chorar.
— Jooheon? O que houve? — minha mãe ômega perguntou explicitamente preocupada e se sentou ao meu lado.
— O que foi que aconteceu dessa vez? — a alfa pergutou em um tom rude.
— Eu não queria machucar ele, mas agora ele tá no hospital, eu não sei o fazer. — expliquei de forma embaralhada entre o choro.
— O hospital perto da praça? — eu assenti — Qual o nome do menino?
— Minhyuk. — a respondi e ela saiu da casa. Encostei minha cabeça no ombro da ômega e meu choro ficou ainda mais intenso.
— Calma, vai ficar tudo bem. — ela sussurrou ao me abraçar.
— Por que eu sempre acabo machucando mundo?
— Não diga isso. — eu não disse mais nada, apenas fiquei alí, da mesma forma.
Ela buscou água para mim e assim que eu me acalmei um pouco, expliquei tudo o que havia acontecido de forma mais detalhada. Após pouco menos de uma hora, minha mãe alfa chegou e andou com passos pesados até mim.
— Qual é o seu problema? Você poderia ter matado o garoto. Agredir um alfa por se sentir ameaçado ou algo assim, eu até relevo, mas um ômega? É sério? Não ficou satisfeito com a bagunça que foi quando aconteceu com o tal do Changkyun? Você arriscou a vida de outro? O médico chamou a polícia pra você, sabia? A sua sorte é que os pais do garoto são tão loucos quanto você e não quiseram te processar.
— Deixa ele em paz, para com isso. — minha mãe ômega me defendeu antes que eu pudesse dizer algo.
— Para com isso você. Eu tô cansada dessa mesma coisa, ele faz merda toda hora e você desconta tudo em mim, como se eu tivesse alguma culpa.
— É você quem sempre desconta tudo nele, você nunca procura entender, só briga com ele o tempo inteiro.
— E tem como entender? Porque se der, eu quero que você me explique. É sempre a mesma coisa, nós finalmente estávamos ficando bem depois de muito tempo e ele aparece do nada porque quase matou um ômega e desmonta o nosso relacionamento de novo. — eu não disse nada, apenas escutei cada palavra. Olhei para a alfa e pela primeira vez, a vi chorar.
— Olha...
— Eu não quero saber, não quero mais escutar nada, continue com ele, eu vou estar no meu quarto, esperando ele arrumar outra confusão pra eu resolver. — ela disse, andou até as escadas e às subiu rapidamente.
— Vai atrás dela. — eu disse enquanto encarava o chão.
— O que? Não, eu vou ficar aqui com você.
— Você não tem ideia de como é difícil pra um alfa chorar, principalmente na frente de alguém.
— Então porque você está chorando tanto?
— Um alfa só chora quando algo dói tanto que ele sente que não vai suportar. Ela chorou porque acha que agora te perdeu de vez e isso é demais pra ela. — eu suspirei — Coloca ela como primeira opção ao menos uma vez, ela vai ficar feliz com isso.
— Mas e você?
— Eu vou ficar bem — menti — Vou pra minha casa agora. — dei um beijo na bochecha dela e me levantei, ela se levantou em seguida e pegou um envelope na estante, andou até mim novamente e me entregou — O que é isso?
— Nós duas decidimos te dar um pouco de dinheiro pra te ajudar a se manter sozinho, a ideia foi dela.
— Obrigado, agradeça a ela por mim. — ela assentiu e me deu um beijo na testa.
— Vai ficar tudo bem, me ligue se precisar de algo, ta bom? — eu assenti e ela andou até as escadas, olhou para mim e sorriu antes de as subir.
Eu saí daquela casa e caminhei até a minha. Assim que cheguei, tranquei a porta e andei até meu quarto, me sentei na cama e assim que a olhei, me lembrei da cena de mais cedo, senti meu olhos encherem de lágrimas novamente e me deitei, comecei a encarar o teto e fiquei alí, daquele jeito, por um bom tempo.

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Monster [Joohyuk; ABO]
FanfictionJooheon vive a vida tentando lidar com seu monstro interior e se recusa a se relacionar com qualquer pessoa pelo bem delas, mas o que ele não sabia, era que o amor de um ômega específico era a única coisa capaz de lhe manter calmo.