Monster [Joohyuk; ABO]

Six

Eu fiquei o restante do dia pensando no garoto da livraria, eu havia gostado dele. Ele ainda era um mistério para mim, o que fazia com que eu pensasse ainda mais nele. O que mais me surpreendeu, foi que eu me interessei por ele sem ao menos sentir seu cheiro, meu lobo não influenciou em nada, o rapaz conseguiu mexer comigo apenas com uma conversa e um sorvete.

Apesar de ter gostado muito de Minhyuk, eu fiquei feliz pela probabilidade de nunca mais vê-lo. Eu realmente havia me gostado do garoto, o que me fazia querer ainda mais distância dele, já que eu não queria o fazer mal.

Kihyun havia entrado no cio naquela tarde, o que significava que Shownu iria me deixar sozinho por uma semana. Toda vez que alguém entrava no cio, eu entrava em desespero, pois me lembrava de que o meu estava cada vez mais próximo, faltavam apenas duas semanas e eu não estava nem um pouco preparado.

No dia seguinte, passei a manhã na escola sozinho enquanto escutava todos ao meu redor falarem sobre o tal novato. Resolvi passar o intervalo no terraço, eu sempre fazia isso quando Shownu faltava, pois tinha medo de me irritar e não ter ninguém ao meu lado para evitar que eu fizesse alguma besteira, então preferia ficar sozinho, em um lugar isolado.

Antes mesmo de chegar ao terraço, eu já sentia um cheiro forte, extremamente doce e chamativo. Pensei em dar as costas e não ir até lá, mas eu não aguentei, eu planejei chegar mais perto apenas para senti-lo melhor. Eu sabia que era o ômega novato, sabia que eu deveria ir embora pois com certeza perderia a noção perto de um cheiro tão bom, mas mesmo assim, eu continuei andando em direção ao terraço, era como se eu estivesse sendo puxado pelo cheiro. Conforme fui me aproximando, comecei a sentir cheiro de... medo? Eu não sabia distinguir direito, eu nem mesmo sabia que medo poderia ter cheiro, mas mesmo assim eu sentia ele misturado com o doce. Assim que cheguei no terraço, encontrei o dono do cheiro e fiquei surpreso com o que vi.

Um ômega estava sendo encurralado por um alfa, sua camiseta estava rasgada, ele se debatia e chorava pra que o maior se afastasse, mas ele não o fazia, tentei ver o rosto do ômega e assim que consegui, tive outra surpresa:

Era Minhyuk.

Senti um raiva dentro de mim que eu nunca havia sentido antes, de todos os surtos, aquele era o mais intenso, tentei me controlar, eu realmente não sabia do que era capaz, mas assim que Minhyuk gritou, eu comecei a me mover rapidamente até eles, sem ao menos perceber que fazia aquilo.

— Se afaste. — eu disse e rosnei, o alfa olhou para trás e Minhyuk me olhou, acho que eu acabei o assustando ainda mais.

— Não se meta nisso, eu cheguei primeiro, vá embora.

— Você tem três segundo para desaparecer daqui e deixar ele em paz. — ele não se moveu, apenas continuou rosnando e me encarando — Um...— dei mais um passo em sua direção, me aproximando ainda mais dos dois — Dois... — rosnei e apertei meu punho — Três... — ele não saiu, então eu avancei.

Eu praticamente me joguei em cima do rapaz, o jogando no chão e ficando por cima dele, eu usei uma força que não fazia ideia que tinha. Comecei a golpear seu rosto com socos e arranhões, ele tentava se defender, mas eu estava, forte de um jeito além do normal, então suas tentativas eram inúteis.

— Jooheon! Para! Jooheon!! — eu escutava Minhyuk gritar, mas o ignorava — Você vai mata-lo, para! — ele gritou novamente e correu até mim, senti suas mãos em meu braço e seu cheiro absurdamente forte, extremamente perto. Me acalmei instantaneamente, era como se eu tivesse sido dopado ou algo assim. Me levantei e o outro alfa também, com seu rosto completamente machucado e sangue escorrendo por todo canto, ele não disse nada, apenas correu para fora.

— Você está bem? — eu perguntei e ele assentiu devagar, sem me olhar meu rosto — Está com medo de mim, não é? — eu ri — Claro, já deve ter escutado as fofocas, fora isso que você acabou de ver. Agora você também me considera um mons... — parei de dizer assim que ele me abraçou, eu fiquei surpreso, definitivamente não esperava por aquilo — O que você...

— Obrigado.

— O que?

— Você me salvou, eu tenho me escondido o dia inteiro, mas aquele cara me achou e... eu não sei o que poderia ter acontecido se você não tivesse chegado a tempo, muito obrigado.

— O seu cheiro, ele é... — eu respirei fundo, o cheiro dele era como uma droga, algo viciante.

— Doce? Forte? É, eu tenho escutado isso a minha vida toda.

— Por isso usou a essência ontem? Era por causa dos alfas que você disse que queria paz? — ele assentiu e parecia envergonhado — É incrível, eu nunca senti nada igual, seu cheiro é... perfeito. — eu disse e ele sorriu.

—  Você quer sentir melhor?