Minhyuk estava deitado em meus braços, dormindo, sereno. Ele parecia estar muito cansado, às vezes se contorcia na cama, como se estivesse tento um pesadelo, mas assim que eu apertava o abraço, ele se acalmava. Eu não ousei o acordar, o cio dele havia acabado a umas oito horas atrás e ele não havia conseguido dormir mais do que uma hora por dia com todos aqueles hormônios à flor da pele. Então, eu apenas permiti que ele descançasse.
Minhyuk dormiu por umas dez ou onze horas, até que finalmente acordou. Eu fiquei sem reação, não sabia se continuava o abraçando, se me afastava, talvez eu tenha ficado um pouco sem graça. Ele abriu os olhos devagar e me olhou, um sorriso se formou em seus lábios, junto com uma expressão de surpresa em seu rosto.
— Você ficou mesmo comigo durante meu cio? — ele perguntou com uma voz suave e eu assenti — Obrigado. — ele se afastou um pouco e olhou seu corpo, depois voltou a me olhar e sorriu — Eu sabia que podia confiar em você.
— Você se sente bem? — ele assentiu e se sentou na cama, com dificuldade.
— Só a região da minha cintura e tudo perto dela dói, mas eu estou bem. — ele suspirou — As sensações... na maior parte do tempo eu tive sensações boas e... gostosas — ele disse sem me olhar, envergonhado — Eu quase não senti dor — sorri satisfeito e me sentei na cama — Nossa... — o olhei e ele estava com uma expressão surpresa no rosto, olhando para um ponto fixo — F-Foram tantas vezes assim? — segui o olhar dele e vi que ele estava olhando para a lixeira cheia de camisinhas.
— Ah... Foram sim. Fiquei aliviado quando seu cio acabou, já que havíamos usado a última — ele parecia chocado — Sabe, Minhyuk... — eu comecei a dizer e ele me olhou, atento ao que eu falaria em seguida — seu pai... bem, acredito que aquele seja seu pai...
— Ele ainda estava aqui quando chegamos?
— Por que não estaria? Digo, você passa o cio sozinho, certo? É ele que te alimenta durante o cio, não é? — ele não respondeu minha primeira pergunta, apenas assentiu confirmando as outras — Por que seu pai deixaria tantas camisinhas pra você, se você passaria sozinho? — ele arregalou os olhos, abriu e fechou a boca várias vezes, pensando em uma resposta — Fica um pouco difícil engravidar sozinho, certo? Então por que precisaria se preocupar?
— O-O que você está... O que você quer dizer com isso?
— Seu pai sabia meu nome, ele deixou camisinhas aqui... Como ele sabia que eu viria? — Minhyuk engoliu seco e abaixou a cabeça — Me responda.
— E-Eu avisei.
— E como você sabia? — eu o olhei firme, ele se encolheu um pouco e abaixou a cabeça
— E-Eu... Eu sabia que você não recusaria.
— Por quê? — ele não me respondeu — Porque você já tinha tudo planejado, certo? Você sabia que eu não recusaria porque sabia exatamente o que falaria para que eu não recusasse, não é? — ele se encolheu um pouco mais — Não é? — eu alterei o tom de voz, já estava ficando irritado, mas daquela vez, não acho que havia sido por causa do lobo. Eu me levantei, tirei a calça moletom de Minhyuk que eu havia pego emprestado e comecei a vestir meu uniforme.
— E-Espera, aonde você vai?
— Você já conseguiu o que você queria, agora não precisa mais de mim.
— O que? Mas eu não menti, do que você está...
— Você só disse aquelas coisas porque estava com medo, Minhyuk. Você não queria passar o cio sozinho, você foi pra escola mesmo sabendo da sua situação, só pra me convencer a passar o cio com você. Você sabe que eu não posso me meter em confusão, sabia que iria entrar no cio e mesmo assim foi para a escola, você sabia a merda que isso podia dar e foi.
— Eu... eu não menti, eu realmente me sinto seguro com você, eu...
— Eu bem que estranhei alguém gostar de mim assim tão rápido... Você deve escolher um otário a cada três meses, não é?
— O que? Como pode dizer isso? Eu nunca... — não deixei ele terminar de falar, já havia terminado de me vestir, então apenas andei até a porta com passos pesados e deixei o quarto, para em seguida, deixar a casa também.
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Monster [Joohyuk; ABO]
Fiksi PenggemarJooheon vive a vida tentando lidar com seu monstro interior e se recusa a se relacionar com qualquer pessoa pelo bem delas, mas o que ele não sabia, era que o amor de um ômega específico era a única coisa capaz de lhe manter calmo.