Simplesmente Ajudar

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Eadwine e Mohses apressaram o passo rapidamente. Maysha estava indo ao encontro de ambos. Os extremos se encontraram ainda na escada.

— Precisamos ir! — Eadwine e Maysha falaram ao mesmo tempo.

Surpresos, houve um silêncio temporário. Cada um esperando que o outro falasse. Eadwine fez um gesto para que a bárbara falasse primeiro.

— Encontramos alguém que sabe sobre Galvan — disse ela, afobada.

— Então precisamos ir logo — engoliu em seco. — O Arqueiro já chegou na cidade e deve estar caçando você.

A guerreira arregala os olhos lembrando das palavras de Mohses sobre o sacrifício e também sobre o sofrimento de seu povo. O jovem médico, por sua vez, trazia as coisas de todos, com a ajuda de Mohses, o que fazia com que Maysha tivesse certeza de que era hora de partir. Ela também pegou algumas coisas, visando ajudar a carregar, indo na direção de Akio e Gunnr. Quando entregou algumas coisas ao tamuraniano, voltou-se ao médico.

— Como soube do Arqueiro? — fez uma feição de dúvida bem caricata.

— Tenho meus contatos aqui — tentava desviar olhar, não era bom em mentir. — Já morei aqui, não é?

Maysha apenas preferiu acreditar, voltando-se aos dois da conversa anterior.

— E para aonde vamos exatamente? — era Eadwine, ainda não sabendo o que se passava ali.

— Para a Floresta das Grandes Sombras — disse Gunnr, tomando postura em meio àquela situação, de frente para Eadwine. — Então temos alguém de Ergônia por aqui?!

— Sim — falou o médico quase gaguejando. — Aquela floresta não é lugar para qualquer um.

— Não. É um lugar para um Curandeiro — observava o médico de cima a baixo. — Não consigo saber. Você é um Curandeiro?

— E médico também — tentava se impor. — Estou no caminho para isso.

— Então você vai servir — o anão tomou o caminho da saída daquela taverna. 

Eadwine parecia incomodado, olhava para os lados, buscava algum argumento, não mostrava a mesma firmeza de sempre. Entretanto, o grupo já se encaminhava para o seu destino. O jovem apertou o passo até chegar em Akio.

— Existem coisas sobre essa Floresta que vocês precisam saber— tentou ser convincente.

— No caminho você explica— respondeu Akio, seguindo em frente.

***** 

Maeve se manteve à espreita, observava tudo e tentava conciliar os fatos. Notou que o amigo não foi ouvido, assim como também sabia dos perigos da Floresta das Grandes Sombras. Em sua mente, era loucura o que Eawdine estava para fazer. Mesmo com o jovem médico tendo negado sua ajuda, ela não o abandonaria, mesmo porque, não confiava naquela gente, principalmente em Gunnr, que já ouvira boatos pra lá de negativos.

Para sua infelicidade, todos tinham montaria. Gunnr, por sua vez, tinha uma carroça. A jovem, amiga de Eadwine, precisava arrumar alguma forma de seguir o grupo. Olhou para todos os lados e não conseguiu pensar em nada naquele momento. Ao olhar de volta para o grupo, notou o olhar amedrontador que vinha em sua direção. Foi num rápido relance, mas o suficiente para fazer com que ela desse um passo para trás. Era o tamuraniano. Certeiro. Notou e intimidou.

Maeve congelou. Esperou que o grupo partisse. Não se moveu até que sumissem de sua vista. Ela não iria. Passaram mais de quinze minutos. Nenhum passo. Até que algumas palavras começaram a martelar em sua mente — "Eu simplesmente quero ajudar".

Tormenta: A Maldição do Imortal [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora