Arautos Sagrados e o Bufão

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Antes.

Sambúrdia era o maior Reino de todo o Reinado, e também era chamado de Celeiro de Arton. Vasto, com grandes florestas, plantações, gado e muitas espécies raras de todo tipo de iguarias, o local canalizava a maior parte das riquezas agrícolas de todo o Reinado. Vivendo, na maioria das vezes, em locais florestais, muitas vilas eram isoladas. A cidade grande nem sempre era a melhor escolha, já que era comum que os habitantes desse Reino fossem comerciantes por natureza, criando assim suas próprias formas de ganhar dinheiro.

E esse era um perigo vivido nessa época e nesse lugar, isolar-se.

Por esse motivo, os Arautos Sagrados – como Berald havia batizado o grupo, mas que apenas Alana por vezes também os chamava – estavam próximos a uma vila florestal, que ficava quase que no centro entre a Capital de Sambúdia (de mesmo nome do Reino) e Menhat. Era um povo isolado e que, por causa de um pedido de um mercante, o grupo se encaminhou até lá. Fora dito que mortes estranhas aconteciam no local e que precisavam ser averiguadas. Após a primeira parte do pagamento, eles se encaminharam para lá.

Estando próximos, cerca de poucos quilômetros, o grupo parou, pois vinha o anoitecer, e caminhar à noite não era inteligente, tendo em vista as diversas criaturas que poderiam ser encontradas, ou pior, as criaturas que poderiam encontrá-los.

– Não acho que seria inteligente o fato de chegarmos juntos – disse Berald, sempre pomposo no falar.

– Eu não vejo problema – disse Hazel, sempre indo contra Berald quando podia.

O grupo riu. Roy já havia aberto mão de irritar Berald, já que Hazel tomara para si tal tarefa. Berald sentia raiva das atitudes do novato. Era como Roy, só que com a boca libertina demais, falando o que não deveria, ou o que Berald achava que fosse libertino.

– Pode assustar os moradores – o guerreiro tentou ponderar.

– Ah, sim. Concordo. Mas aí é só você não ir, meu caro Berald.

O grande guerreiro já puxava sua espada para acertar as contas com o Hazel, mas Roy interveio.

– Brincadeiras a parte, Berald tem razão – falou tomando o meio da roda que fizeram, para se fazer notar e espantar uma possível ação de Berald. – Até porque, caso aconteça algum sinistro, o segundo grupo chega como reforço.

– E quem iria então? – era Alana.

– Todos confiam em cavaleiros, milady.

– Você não é cavaleiro, Berald – disse Roy.

– Tenho armadura e porte de cavaleiro, todos irão acreditar.

– Você não sabe mentir bem, Berald – disse Tsetseg.

– Mas não podemos negar que ele sabe imitar bem o porte de um cavaleiro – disse Alana, com um lindo sorriso no rosto.

– Berald mentindo como um cavaleiro e alguém que realmente saiba mentir – Hazel se levantou –, ou seja, eu.

– Não irei com esse borra botas. Prefiro ir com o Roy.

– E se o povo daqui for igual ao de Mehnat, que não confia em Magos?

– E vão confiar num homem de origem bárbara?

– Você tem inveja da minha beleza, Berald, confesse.

– Eu vou mostrar que sua arrogância merece ser extinta, bárbaro.

– Nossa, falando "bárbaro" nesse tom, agora fiquei ofendido – sorriu de lado.

Tormenta: A Maldição do Imortal [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora