Maysha acordou com alguém tocando seu ombro. Num susto, caiu em si de que havia pegado no sono na noite anterior sem nem mesmo sentir. Ainda focava seu olhar embaçado em quem a acordara instantes atrás. Não era Eadwine. Olhou para os lados, reconhecendo ser o quarto dela, até reconhecer que o ser a sua frente era Ferdinand Galvan.
- Vamos, menina - entregou um pequeno frasco para ela. - Aqui está o Elixir.
Maysha pegou o artefato e logo tomou. Ainda sonâmbula, demorou para cair em si sobre o que estava fazendo. Quando enfim se tocou, pôs-se de pé. Galvan a examinou de cima a baixo, braços cruzados, seriedade e foco.
- Como está se sentindo? - disse Galvan.
- Nada de diferente.
- Ótimo. E não era pra sentir mesmo. Muito cedo ainda. Preciso de um teste.
- Que tipo de teste?
- Quando é que você se sente muito mal?
- Quando ela está em alto estresse - era Eadwine -, só assim os meus primeiros socorros sucumbem e ela volta aos sintomas.
- Ah, você é o Curandeiro que veio com ela - mão no queixo. - Diga-me, quando ela luta, os sintomas aparecem?
- Provavelmente. Principalmente quando é muito pressionada.
- Ótimo - estalou os dedos. - Uma luta então. Caso venha a se sentir mal, terei de mexer na fórmula. Caso tudo ocorra como eu prevejo, não haverá necessidade.
- Mas comprometê-la a esse tipo de esforço é perigoso - disse Eadwine, com alarde.
- Eu aceito - ela cravou.
Galvan sorriu, assentindo e saindo dali.
Em olhar de reprovação, Eadwine tomou a frente, impedindo a passagem da bárbara.
- É arriscado, Maysha.
- Meu povo não tem mais tempo - tentou forçar a passagem.
- E se der errado? E se o pior acontecer?
- Não vai... Você estará lá, ao meu lado, e não vai permitir.
Tocado, Eadwine saiu do caminho.
(***)
Maysha acompanhou Galvan até fora de sua casa. Eadwine junto. Quando saiu de sua residência, um dos homens-fera o acompanhou. Junto dele, o Ente, que apenas o cumprimentou com um sorriso e uma mesura.
Ao chegarem no que parecia o centro de um local de treinamento, num tipo de lugar aberto entre árvores menores, como um círculo, estava Yamazaki Akio.
- Conforme combinamos - Galvan piscou para o Samurai.
Akio assentiu.
- Vou lutar contra o Akio? - disse Maysha, surpresa.
- Ninguém conseguiria pressionar você de uma forma melhor - disse Galvan, sorrindo, ansioso.
- Não será exatamente uma luta - disse o Samurai, voz firme.
- Encare como treino - Galvan cruzou os braços.
O Samurai estava com os dois braços para trás. Quando os trouxe à frente, todos os presentes avistaram que em suas mãos estavam espécies de espada de madeira.
- Usaremos isso - disse ele.
- Eu não treino mais com espadas de madeira há anos - disse ela, inconformada.
- Se eu usar minha katana, não será treino - tom sério, olhos serrados.
Maysha assentiu. Galvan abria cada vez mais seu sorriso. Eadwine, preocupado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Tormenta: A Maldição do Imortal [EM REVISÃO]
FantastikEm Arton, um homem vaga sem honra. Antes um honorável samurai do Reino de Tamu-ra, agora se encontra procurando a própria morte. Contudo, a morte foge dele. Imortal por algum motivo desconhecido, ele busca encontrar a morte para assim reaver sua ho...