Capítulo XII

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  Cheguei em casa de quase sete horas da noite, a luz da sala estava acesa, então fui pela porta dos fundos. Quando entrei encontrei Sebastian na cozinha, ele me deu um sorriso e estendeu os braços para mim, fui até ele e me encaixei naquele abraço tão familiar e aconchegante.
  - Feliz aniversário, minha menina.
  Ele me deu um beijo na testa.
  - Obrigada, pai.
  Ele se afastou e me entregou um embrulho, uma caixinha pequena, com um papel de presente lindo.
  - Você saiu tão cedo que nem deu para lhe dar parabéns de manhã.
  - Eu quis aproveitar a manhã e fui caminhando para escola.
  - E agora de tarde?
  - Eu fui passear.
  - Que bom. Queria ter aproveitado o dia com você.
  - Esse abraço era tudo que eu precisava hoje.
  - Você é um anjo, Kate. Não vai abrir? - perguntou ele apontando para o presente em minhas mãos.
  - Ah sim.
  Abri com o maior cuidado para não estragar o embrulho. Tinha uma caixa delicada preta, eu a abri e lá tinha um colar lindo com meu nome, uma pulseira e um anel.
  - Que lindo pai! Obrigada!
  Eu o abracei.
  - Deixe eu colocar.
  Eu me virei e levantei meu cabelo.
  - Ficou perfeito. - disse ele satisfeito ao ver o colar pendurado em meu pescoço.
  - Não devia ter se incomodado, pai, eu já ficaria muito feliz só com o abraço.
  - Você merece muito mais, Kate. Muito mais.
  Sorri encabulada para ele que me retribuiu com um sorriso caloroso.
  - Eu te amo, pai.
  Ele me deu outro abraço e beijou o topo da minha cabeça.
  - Também a amo muito. Espero que saiba disso.
  - Eu sei.
  Conversei mais um pouco com meu pai e depois fui para meu quarto, fiquei repassando a tarde maravilhosa que tive com Diego, me permiti apenas naquela noite lembrar de forma carinhosa, depois faria o possível para esquecer, minha amiga estava certa, eu não podia cometer o erro de me apaixonar por Diego. Não podia.
  Ouvi passos descendo a escada, e logo a figura do meu irmão, sorridente, surgiu.
  Ele correu e pulou em cima da minha cama - em cima de mim - e me apertou em seus braços.
  - Feliz aniversário!!! - disse ele ainda me amassando com seu peso.
  - Obrigada! Você está me amassando! - falei rindo. Eu o empurrei e ele caiu deitado de costas ao meu lado.
  - Ainda falta o abraço, leu minha carta?
  - Sim, eu li. E amei! Lembrei de todas às vezes que você ficou de castigo no quarto, e eu ia e colocava uma carta por baixo da porta para te contar tudo que estava acontecendo durante o dia.
  - Você é uma narradora excelente. Parecia que eu mesmo tinha visto as cenas.
  Ele pegou minha mão e entrelaçou seus dedos nos meus.
  Estávamos olhando para o teto - que eu tinha transformando em uma constelação com tintas e glitter.
  - Eu te amo muito, Caí.
  - Também te amo muito, Kate.
  Virei o rosto para olhá-lo.
  - Como foi a festa da sua sogra?
  - Legal. Mas não é o estilo de festa que gosto. Gente falando baixo, músicas clássicas, gente com nariz empinado, enfim, o que salvaram a festa para mim foi está com Tati e a quantidade de comida. - eu ri - E seu dia, aonde foi?
  - No Central Parque, foi muito bom. Foi ótimo. - só não mencionaria com quem fui - E aonde vamos domingo?
  - É surpresa.
  - Vai mesmo deixar sua irmã curiosa?
  - Ah vou, vou sim.
  Dei um tapinha nele.
  Ficamos conversando por horas, sobre nossa infância, sonhos, medos, rimos muito. Eu amava nossas conversas aleatórias. Amava está com meu irmão. E foi assim, conversando que acabamos adormecendo.
 
 

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