Capítulo XIII

56 5 0
                                    

  Sr.Fillipo estava adoecido com um resfriado, e pediu para que eu fosse na casa dele pegar a chave e abrir a floricultura. Sai um pouco mais cedo de casa com minha bicicleta, passei pela floricultura, dobrei na esquina e seguir na avenida dobrando novamente até chegar a casa dele. Sua esposa me entregou a chave, desejei melhoras para ele e fui para floricultura.
  Hoje tinha planejado fazer uma mudança no lugar onde ficavam as flores. Estava justamente arrumando uma prateleira com as rosas, quando o sino soou da porta, automaticamente virei o rosto para ver se era algum cliente e meu coração saltou.
  Era Diego.
  Tentei parecer o mais tranquila possível. Não devia está nervosa, todas as reações que eu sentia ao vê-lo não me agradavam nem um pouco.
  - Bom dia, Katherina. - disse ele com um dos seus belos sorrisos.
  - Bom dia, Diego.- falei, limitando-me a dar um meio sorriso - Veio comprar flores para alguma amiga de novo? - sabia que a resposta que ele desse poderia alfinetar meu coração, era melhor não ter perguntado.
  - Não. - respondeu ele se aproximando de mim - Vim vê-la, quero conversar com você.
  Senti um friozinho na barriga.
  - Que pena, estou trabalhando, e vou permanecer muito ocupada o dia inteiro. Então não vai dar.
  Dessa vez, ele andou até estar bem próximo de mim, se agachou ao meu lado e só então falou:
  - Por acaso não vai ficar me evitando e fugindo de mim de novo, não é?
  - Eu nunca...- eu já ia começar negar, mas só iria parecer uma boba, principalmente com Diego me encarando com a sobrancelha erguida, - eu não vou fazer isso.
  - Ótimo. Então, sendo assim vai aceitar que eu venha buscá-la quando largar para gente ir para algum lugar e conversar?
  Suspirei. Ele não me deixaria escapar.
  - Não sei sobre o que quer conversar, mas tudo bem. Eu aceito.
  - De que horas eu venho?
  - Esteja aqui às seis. Não se atrase.
  - Tudo bem. Até mais tarde.
  Eu sabia exatamente sobre o que ele queria conversar, não sabia o porquê, e isso me deixava ainda mais nervosa.

○○○

  Às seis em ponto, na verdade dois minutos antes, Diego entrou pela segunda vez naquele dia na floricultura, eu já tinha terminado tudo, e estava fechando a loja.
  - Oi. - disse ele descendo da moto e se escorando nela.
  - Oi.
  - Para onde vamos? - perguntei.
  - Achei que seria bom irmos até aquela lanchonete que fomos da outra vez.
  - Boa escolha. - falei - Mas tenho que entregar o dinheiro ao Sr.Fillipo primeiro,  ele não mora longe.
  - Sobe na moto que eu a levo lá.
  - Dispenso, mas obrigada. Trouxe minha bike.
  Apontei para minha bicicleta, ele riu.
  - Então vou acompanhando você.

○○○

  Chegamos na lanchonete Joe&Mary de quase sete da noite, escolhi uma mesa mais reservada, o garçom trouxe o cardápio, mas eu sabia exatamente o que queria:
  - Eu quero uma porção de batata-frita e um milkshake de chocolate. - falei.
  - Quero o mesmo que ela. - disse Diogo.
  O garçom anotou, deu um sorriso simpático e foi até o balcão. Então voltei minha atenção para Diego.
  - Então, sobre o que vamos conversar? - perguntei.
  - Sobre ontem, sobre a tarde do seu aniversário.
  Meu coração estava acelerado.
  - Não sei exatamente porquê temos que conversar, eu o beijei e você me beijou e isso não deve voltar a acontecer. - eu falei - Eu não sou o tipo de garota que "fica", em relação a isso sou bastante antiquada, quero um relacionamento sério e duradouro. E você não é meu tipo, e tenho total certeza que eu não sou o seu. Muito menos que queira algo sério com alguém. - odiava quando ficava nervosa e começava a tagarelar - Então, acho que podemos continuar na mesma. Eu amei tarde de ontem, e por mais inacreditável que seja para mim eu apreciei muito sua companhia.
  - Katherina, eu posso fazer parte dessa conversa? - perguntou ele com um sorriso sarcástico. Senti meu rosto queimar.
  - Me desculpe.
  - Ontem, a tarde para mim foi muito boa, eu não sei exatamente o que tá acontecendo comigo porque eu nunca fui do tipo que faz piquenique com uma garota, mas gosto muito de está com você. Katherina, você está certa, eu não quero me prender em um relacionamento, ou não queria, nunca me vi nem em imaginação preso a alguém dessa forma. Mas, para ser honesto com você, Katherina eu...Não consigo parar de lembrar do quanto seu beijo é doce...e viciante.
  Meu rosto que já estava vermelho, assumiu uns dois tons mais escuro.
  - Está me deixando encabulada. - eu disse colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha, apelando para que o garçom voltasse com nossos pedidos.
  - Estou sendo sincero. - respondeu ele com um sorriso de lado.
  - Está querendo me deixar envergonhada, sei que está zombando de mim, Diego.
  - Não estou! É sério!
  - Eu não acredito. - falei.
  - Não?
  - Não.
  O episódio que seguiu-se instantes depois eu jamais preveria:
  Diego, que estava sentado a minha frente levantou-se bruscamente, sentou-se ao meu lado, segurou em minha nuca e me beijou. A reação que ele desencandeava em mim foi imediata, o coração parecia que ia saltar para fora, e meu corpo que traia minha mente sem sequer pensar duas vezes, retribuía com gosto.
  Quando - após sei lá quanto tempo se beijando - os lábios dele se afastaram dos meus. Eu o encarei sem conseguir elaborar a frase que eu queria perguntar, mas ele, com um sorriso devastador, pareceu ler minha mente bagunçada e falou:
  - Ficar assim, pertinho de você, é extremamente tentador.
  - Isso vai contra o que mencionei há pouco, então pode voltar para o outro lado da mesa.
  Ele sorriu, levantou-se e voltou para seu lugar.
  O garçom trouxe nossos pedidos.
  - Vou continuar te dando monitoria, Diego. - eu disse quando o garçom se afastou - Mas assim que você tirar a nota que precisa, voltaremos a sermos como antes, tá bem? E sobre isso que disse...Trate de se controlar, porquê se tentar me beijar de novo vou bater em você.
  - Isso só torna ainda mais tentador. - murmurou ele, entendi perfeitamente, ainda assim perguntei:
  - O que disse?
  - Que concordo com tudo que você falou.
  - Muito bem.
  Ele me deu um de seus sorrisos galanteadores. Revirei os olhos, mas retribui o sorriso.

○○○

  Mais tarde naquela noite, deitada em minha cama, com uma playlist romântica tocando em meus fones, eu tentava não pensar em Diego, em como o sorriso dele mexia comigo, como facilmente ele me irritava, como não conseguia pensar em mais nada quando ele me beijava. Acabei pensando mais nele do que em qualquer outra coisa.
  Eu não podia negar que realmente começava a sentir algo por Diego, o que era muito muito muito ruim. A única coisa que ele faria era partir meu coração, e eu estava cansada de sofrer. Cansada de ser decepcionada e de levar rasteira da vida. Então fosse o que fosse que eu sentia por Diego eu arrancaria do meu coração antes que começasse a enraizar e florescer.
 
  
 

Uma Chance para RecomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora